A serem verdadeiras as informações vindas a público, o Processo Face Oculta demonstra mais uma vez o triunfo do tráfico de influências e o desprezo pela honra, ética ou mesmo legalidade. Já se sabia, mas ficou mais explícito.
Mas, tão grave, ou mesmo pior, o processo Face Oculta está a dar golpes profundos no já também abalado prestígio nas mais altas autoridades que administram a Justiça, Procurador-Geral e Presidente do Supremo Tribunal.
Diariamente têm saído notícias sobre o desfecho das escutas em que o 1º Ministro foi parte indirecta e até sobre a entidade que dará o veredicto final.
E diariamente se assiste a jogo de empurra entre o Procurador-Geral e o Presidente do Supremo sobre a importância substancial ou a validade das mesmas. Ontem, foi o Procurador-Geral a referir que a decisão é do Presidente do Supremo. Hoje, é este que vem dizer que a informação lhe chega aos bochechos. E que não compreende como é que o Ministério Público não lha envia de uma só vez.
Entretanto, media e cidadãos formaram a sua opinião. Podem vir todos os Despachos do mundo, do Procurador ou do Supremo. Mas a opinião está formada: positiva ou negativa, a sentença que vier, validando ou não as escutas, ilibando ou não o 1º Ministro, será vista não como verdade em que se acredita, mas apenas como tráfico de influências.
Mas, tão grave, ou mesmo pior, o processo Face Oculta está a dar golpes profundos no já também abalado prestígio nas mais altas autoridades que administram a Justiça, Procurador-Geral e Presidente do Supremo Tribunal.
Diariamente têm saído notícias sobre o desfecho das escutas em que o 1º Ministro foi parte indirecta e até sobre a entidade que dará o veredicto final.
E diariamente se assiste a jogo de empurra entre o Procurador-Geral e o Presidente do Supremo sobre a importância substancial ou a validade das mesmas. Ontem, foi o Procurador-Geral a referir que a decisão é do Presidente do Supremo. Hoje, é este que vem dizer que a informação lhe chega aos bochechos. E que não compreende como é que o Ministério Público não lha envia de uma só vez.
Entretanto, media e cidadãos formaram a sua opinião. Podem vir todos os Despachos do mundo, do Procurador ou do Supremo. Mas a opinião está formada: positiva ou negativa, a sentença que vier, validando ou não as escutas, ilibando ou não o 1º Ministro, será vista não como verdade em que se acredita, mas apenas como tráfico de influências.
E ontem a Drª Manuela Ferreira Leite deu mais uma ajudinha a consolidar essa forma popularucha de avaliação dos políticos, ao trazer e promover a opiniao do "autocarro" e do "taxista" a voz audível na Assembleia da República, meu caro Pinho Cardão.
ResponderEliminarOntem na Assembleia, a voz da Drª. Manuela F. Leite, bem audível como realça o caro cmonteiro, já se fazia tardar. Alguem com "estatura" tem de apontar com determinação a chaga que alastra neste país e que todos, até às mais altas individualidades da nação, teimam não querer ver, excepto o taxista, o utente da carris, o que paga os seus impostos, o que tem de ir às 5 da manhã colar-se à porta do centro de saúde, o que vê o seu desempenho profissional avaliado sem critério, o que espera anos a fio para obter um deferimento numa qualquer repartição do estado, ou ter um caso julgado em tribunal, enquanto vêm desfilar-lhe perante o olhar atónito, figuras de estado, acusadas de diferentes delitos e nunca julgadas, ou então com processos adiados até que prescrevam.
ResponderEliminarPode ser que na próxima visita papal, seja concedido indulto a todos os processos em julgamento e por julgar, e se recomece tudo de novo, como se nada se tivesse passado... pode ser...
cmonteiro (16:36)
ResponderEliminarMas que ajuda! E para quem não tenha esquecido as palavras da Senhora, em tempos pré-eleitorais, "à Justiça o que é da Justiça", estamos conversados...
Pois é, meu caro Pinho Cardão, mas insistem que o problema está na lei e não em quem a aplica...
ResponderEliminar«E ontem a Drª Manuela Ferreira Leite deu mais uma ajudinha a consolidar essa forma popularucha de avaliação dos políticos, ao trazer e promover a opiniao do "autocarro" e do "taxista" a voz audível na Assembleia da República, meu caro Pinho Cardão.»
ResponderEliminarÉ importante entender que, em democracia, a opinião do "autocarro" e do "taxista" conta tanto como a dos jornalistas e dos analistas.
Em democracia, aliás, a opinião dos pobres e dos humildes conta mesmo mais, porque eles são mesmo muitos mais.
Sucede que quando a opinião "do autocarro" e dos "taxistas" é de que o primeiro ministro não é sério, ele tem os dias contados.
Isto mesmo que a opinião dos banqueiros e dos construtores sobre o primeiro ministro seja a melhor.
Quanto à opinião dos jornalistas, é melhor falar com a LPM e a Cunha Vaz.
commonsense (18:12)
ResponderEliminarNão é a opinião do jornalista, nem do autocarro nem do táxi que conta. Nem a do "achadismo nacional"!
Quem governa é quem ganha as eleições. Os limites à governação são os que são impostos pela Constituição e pela Lei.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarAo que isto chegou! São estes os exemplos que vêm "de cima". Depois espantam-se que os "de baixo" não sejam "civilizados".
Faz muito bem Ferreira Leite chamar a atenção à pouca vergonha que por aí grassa. Ferreira Leite é das poucas pessoas que serviu o País. Ferreira Leite não se serviu do país para viver acima do que o seu salário pode pagar.
Entretanto os avençados lá continuarão a fazer o trabalho sujo. Se a criança diz "O Rei vai nú!" logo se apressam a desviar a atenção: "É apenas um miúdo, não o levemos a sério!". Isto apesar de ser obvio para todos que o rei vai de rabo ao léu...
Quanto maior for a confusão, maior será o festim do ladrão. Nem que para isso se use a constituição.
Porque a lei não foi feita para reger ladrões, a lei foi feita para reger gente séria. Esta é a verdade impermanente que os vendilhões do templo negarão porque nunca foi escrita.
Cumprimentos,
Paulo
"Ferreira Leite é das poucas pessoas que serviu o País". Não se percebe é porque o PSD está tratando de a substituir!
ResponderEliminar"Nem se serviu do país para viver acima do que o seu salário pode pagar". Mas alguém insinuou aqui o contrário?
Se houver umas quantas pessoas, na Privada ou na Pública, que se servem dos seus cargos para enriquecer ou ganhar ilicitamente vantagens económicas, poderá daí concluir-se que o "Incumbente" é corrupto?
Alguém duvida que, se nas escutas houvesse matéria incriminatória para o dito, isso não teria já sido pespegado nos media? Só por ingenuidade se pode supor o contrário...!
Primeiro era o Freeport, depois foi a casa, depois a siza da casa, depois já era a casa da mãe!!!
E quantos "avençados" não andam por aí fora da área do Governo?! E a quem todos pagamos com os nossos impostos?!
Freeport, licenciatura, aterro, obras na Guarda, sovenco, etc., etc....; imagine-se se estas trapalhadas acontecessem com um Primeiro Ministro de outro partido...!
ResponderEliminarHoje um dos aparatchik nomeados pela nomenklatura afirmou bem alto que quem escutou o primeiro ministro tem que ser investigado imediatamente porque não solicitou autorização para o efeito, esquecendo que toda a gente sabe que essa pessoa solicitou essa autorização há quatro meses atrás...
Para além de parecer que vivemos num circo, parece que estamos nos loucos anos vinte do século passado!
Excelente comentário, caro Paulo!
ResponderEliminarA mim o que (já não ) espanta é que com o nosso primeiro ministro "cada cavadela cada minhoca".
ResponderEliminarNão me lembro,seguramente porque não houve,de primeiro ministro que em 35 anos de democracia tivesse contribuido tanto para o desprestigio da função.
E das instituições.
E,amigo Pinho Cardão,interrogo-me sobre o vendaval que iria neste país se o PR ainda fosse Jorge Sampaio, o PM fosse Santana Lopes e no lugar de Vara estivesse,por exemplo,o nosso amigo Rui Gomes da Silva.
Não ficava pedra sobre pedra até aposto.
Realmente parece que vivemos num circo: O Presidente da República,disse-se, "estava a ser escutado" pelo Governo.
ResponderEliminarMas, afinal, quem estava a ser escutado era o Primeiro Ministro...
E se em 35 anos de democracia nunca houve um primeiro ministro que tanto tenha contribuído para o desprestígio da função, para que serve então o PR que, segundo o qual, nunca se "resigna"?
Falou-se em Jorge Sampaio e em Vara. Quem é que o fez saltar da Fundação para a Prevenção Rodoviária? Quem foi?
O que o PSD pretende é desgastar o tal "Incumbente" através do dicurso populista/justicialista, à falta de outro discurso mais consistente.Não aprendeu nada, já desceu outra vez nas sondagens em contraponto com a subida do CDS/PP.
E se não encontrar um líder com um L muito grande, capaz de descolar do Presidente da República, estará condenado ao seu desaparecimento a prazo.
O que faz mais confusão é como é que tudo isto pode ser surpresa, como é que há quem ache que isto é um problema político, como é que há quem ache natural que o Vara, o Gomes, o Cardoso, o Loureiro, a Cardona e outros personagens com conhecimentos empresariais inferiores aos do meu filho mais novo possam estar em lugares que os outros levam anos de trabalho e de estudo a atingir.
ResponderEliminarTudo isto é natural devido ao envolvimentos dos partidos políticos portugueses. Agora, digam-me, no que é que os taxistas não estão cobertos de razão?? Vale a pena o trabalho de andar a escolher os políticos que não são ladrões ou mais vale assumir que são todos ladrões??? Se formos honestos, a segunda hipótese é claramente a correcta e os taxistas têm razão.
Meu caro, que já temos um país de taxistas sei eu, mas podias ao menos tentar resistir.
ResponderEliminarTonibler (10:45)
ResponderEliminarConcordo inteiramente com a primeira parte do seu post!
Quando à segunda parte: eu não tenho nada contra os taxistas, que não se devem confundir com tachitas. Mas neles estão simbolicamente plasmados os sentimentos de frustração e da maior "(des)esperança" da "alma sebástica" dos portugueses. Deles já tenho ouvido dizer: um Salazar não chega, são precisos mais três...
A mentira verdadeira
ResponderEliminardevidamente registada,
só pode ser brincadeira
de uma moral enquistada.
Um negócio conhecido
prontamente desmentido,
mais um caso encanecido
por tanto decoro incontido.
A verdade ocultada
em palavras falaciosas,
uma postura infestada
de aparências viciosas.
A exangue qualidade
dos enfeites utilizados
desmascara a falsidade
de negócios arrevesados.
Faz-me recordar António Aleixo!
ResponderEliminarMeritíssimos:
ResponderEliminarO meu post era sobre o jogo do empurra e de palavras entre o PGR e o Presidente do Supremo. E sobre o jogo de atitudes e de decisão.
Concluí, e mantenho, que podem vir todos os Despachos do mundo, do Procurador ou do Supremo,mas a opinião está formada. Positiva ou negativa, a sentença que vier, validando ou não as escutas, ilibando ou não o 1º Ministro, será vista não como verdade em que se acredita, mas apenas como tráfico de influências.
Conhecidos alguns dos factos que envolvem telefonemas do ou para o 1º Ministro há 4 meses,como ainda hoje foi noticiado, mal se compreende como possa não ter havido ainda decisão.
Claro que não é o STJ ou a Procuradoria que se reformam a si próprios, até porque não dispõem de poderes para tal. Isso compete ao Governo e à AR. Mas, no pântano em que estamos, parece que todos temem dar o primeiro passo, com medo de se afundarem mais.
No fim, pagamos a Justiça para não ter justiça. Porque os que deviam reformar de altoa baixo o sistema, isto é, o Governo e a AR, têm medo de lhe tocar. Argumentando tolamente e falaciosamente com a independência do mesmo.
O 1º Ministro terá ou não , pessoalmente, de queixa. Mas institucionalmente de há muito que devia ter feito as reformas necessária. Não as fez, e poderá ser também uma vítima.
Da fama, já não se livra. Lamentavelmente.
Dr. Pinho Cardão
ResponderEliminarMas o pacote para a Justiça foi aprovado na última legislatura com os votos do PS, do PSD e do CDS/PP.
Mas do que não há dúvida nenhuma, para si, Dr. Pinho Cardão, é que o que vale é «o velho achadismo nacional»...
Quanto à "fama", Dr. Pinho Cardão, uns têm-na enquanto outros preferem o proveito. Porventura terá aí à mão algum "famómetro"?
Caro António Transtagano:
ResponderEliminarFoi aprovado. E depois?
As coisas funcionam?
Acha que esta situação a que o 1º Ministro está exposto desde há dias, sem que nenhum responsável, PGR ou STJ, diga sim ou sopas, é defensável? O 1º Ministro e a sua reputação não ficam atingidos?
Isto é o funcionamento correcto da justiça e dos seus responsáveis,com pactos ou sem pactos?
O post foi sobre isso e só sobre isso.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarSe há algo que não se consegue atingir é a reputação do primeiro-ministro porque ninguém tem uma pontaria tão boa para acertar em coisa tão pequena.
Quanto à justiça, diz-nos a história que só há uma forma de reformar sistemas de de justiça, é ao tiro. A AR e o governo nunca farão isso porque fazem parte do esquema.
Puxa, Tonibler!...
ResponderEliminarGenial tirada de linguagem figurada!...
Dr. Pinho Cardão
ResponderEliminarApenas disse que o pacto para a Justiça foi aprovado pelos partidos do "arco governamental".
Não fiz louvaminhas ao sistema de Justiça português, que acho deplorável. Mas já o considero assim há muitos, muitos anos...
Acrescento mais: desde o 25 de Abril, nunca em qualquer Governo, minoritário ou absoluto, houve uma verdadeira política para a Justiça!
Legislou-se sempre aos "remendos" e, quase sempre também, o que é péssimo, ao sabor de casos concretos.
Porém, há princípios basilares que não podem ser postergados: os julgamentos na praça pública "com sentença transitada em julgado" e a escandalosa sistemática e cirúrgica violação do segredo de justiça.
Veja o que sucedeu com Leonor Beleza que é, para mim, um dos casos mais paradigmáticos e em que o "crime" partiu mesmo do próprio Ministério Público! Não só as violações constantes do segredo de justiça, mas pior ainda: não podendo acusar a Dra. Leonor Beleza por homicídio meramente culposo ou negligente (este suposto crime estava prescrito)trataram de acusá-la por dolo eventual, justamente para fugir à prescrição!
Caro António Transtagano:
ResponderEliminarConcordo com tudo o que diz neste comentário.
Dr. Pinho Cardão
ResponderEliminarAntes isso!
quero deixar aqui expresso o meu sentimento de tristeza e revolta pelo que se passa á volta deste caso "face oculta".
ResponderEliminartristeza porque cheguei á conclusão que a imagem de incorrupto, intocável e de ser superior a todos nós simples cidadãos deste país á beira mar plantado, que o sr. eng. socrates transmitiu durante algum tempo está completamente posta em causa. sim porque como diz o velho ditado á terceira só cai quem quer.
nós simples cidadão que vivemos do trabalho, pagamos os nossos impostos, já não nos deixamos enganar por essa imagem.
revolta, porque um politico serio, com elevada formação, tendo como objectivo estar no cargo como primeiro ministro como uma missão pelo pais e ao fim ao cabo por nós todos portugusese, tentando levar esta barco a bom porto, já tinha pedido a suspensão do cargo com caracter imediato.Mas quando se aufere cargos onde que a vaidade e negociatas imperam, então o silêncio e a difamação de informações, na tentativa de desorientar quem leva a investigação a sério.
meus senhores chega.
tende dignidade e honra e suspenda o seu mandato.
Os portuguses sabem que se for tudo uma cabala lhe darão a si eng. Socrates a maior maioria absoluta, agora se for verdade...... não pense que o portugues é de brando costumes neste tipo de assuntos.
sabemos que a justiça não funciona bem porque não é do interesse politico, mas neste caso o "feitiço virou-se contra o feiticeiro"
Mais uma "condenação na praça pública com trânsito em julgado"! É o que está a dar...
ResponderEliminarSe disserem que V. é corrupto não é o imputante que tem que provar a "sua" corrupção. É V. que tem que provar que não o é!