Desde o tempo da Arca de Noé que vivemos o medo de que o mundo acabe, sucedendo-se os vaticínios mais ou menos científicos, as superstições ou, simplesmente, os palpites sobre as datas em que tal acontecerá. É sem dúvida matéria rica para a produção de filmes cheios de emoção, em que, tal como nos episódios bíblicos de Sodoma e Gomorra ou do Dilúvio, ou o “a 2000 chegarás e daí não passarás” sempre se salvarão alguns dos bons para garantir que o mundo afinal vai renascer, expurgado de todos os espíritos maléficos que teriam conduzido ao seu aniquilamento.
A última moda é o anúncio que terá vindo dos Maias, que aponta, após cálculos muito elaborados, para o fim do mundo, tal como o conhecemos, lá para 2012. Mas, a acreditar na explicação hoje publicada no jornal i, não será uma explosão cósmica, nem uma guerra atómica e fulminante, nem uma praga incontrolável, se calhar porque os Maias também já tinham previsto que estas ameaças, por esta altura, já não assustariam ninguém. E não assustariam porque precisamente já estaríamos tão evoluídos que seríamos capazes de arrefecer as temperaturas no espaço, ou combater o aquecimento global, que vai dar no mesmo, assim como teríamos a esperteza de fazer tantas armas nucleares que ninguém pudesse sair a ganhar com a guerra, ou ainda que inventássemos um sistema infalível de detecção precoce de todas as ameaças planetárias bacterianas ou virais, gerando uma cultura de medo controlado que tornaria fácil a execução de políticas globais de vacinação ou de isolamento dos contaminados.
Não, os Maias sabiam isso tudo e o que previram foi que o mundo, em 2012, deixaria de ser tal como o conhecemos porque as pessoas se vão tornar mais autónomas e adoptar novos valores ou seja, é uma versão muito mais simpática das anteriores porque haverá uma “conversão” de cada um dos indivíduos sem implicar que se destruam os recalcitrantes.
Eu acho que os Maias acertaram e que o mundo já começou a acabar, um bocadinho todos os dias, como acontece desde que o mundo é mundo, basta pegar num livrinho de História e ler ao calhas, uma época qualquer, para perceber que o mundo do século anterior, ou mesmo das décadas mais distantes, já tinha acabado tal e qual o tinham vivido os habitantes da época. Não acabou já o mundo que os nossos avós conheceram, ou mesmo o da nossa infância? Quantas coisas desistimos de entender no mundo que os nossos filhos já vivem em pleno?
A última moda é o anúncio que terá vindo dos Maias, que aponta, após cálculos muito elaborados, para o fim do mundo, tal como o conhecemos, lá para 2012. Mas, a acreditar na explicação hoje publicada no jornal i, não será uma explosão cósmica, nem uma guerra atómica e fulminante, nem uma praga incontrolável, se calhar porque os Maias também já tinham previsto que estas ameaças, por esta altura, já não assustariam ninguém. E não assustariam porque precisamente já estaríamos tão evoluídos que seríamos capazes de arrefecer as temperaturas no espaço, ou combater o aquecimento global, que vai dar no mesmo, assim como teríamos a esperteza de fazer tantas armas nucleares que ninguém pudesse sair a ganhar com a guerra, ou ainda que inventássemos um sistema infalível de detecção precoce de todas as ameaças planetárias bacterianas ou virais, gerando uma cultura de medo controlado que tornaria fácil a execução de políticas globais de vacinação ou de isolamento dos contaminados.
Não, os Maias sabiam isso tudo e o que previram foi que o mundo, em 2012, deixaria de ser tal como o conhecemos porque as pessoas se vão tornar mais autónomas e adoptar novos valores ou seja, é uma versão muito mais simpática das anteriores porque haverá uma “conversão” de cada um dos indivíduos sem implicar que se destruam os recalcitrantes.
Eu acho que os Maias acertaram e que o mundo já começou a acabar, um bocadinho todos os dias, como acontece desde que o mundo é mundo, basta pegar num livrinho de História e ler ao calhas, uma época qualquer, para perceber que o mundo do século anterior, ou mesmo das décadas mais distantes, já tinha acabado tal e qual o tinham vivido os habitantes da época. Não acabou já o mundo que os nossos avós conheceram, ou mesmo o da nossa infância? Quantas coisas desistimos de entender no mundo que os nossos filhos já vivem em pleno?
Também acredito que se tem evoluído para melhor, na perspectiva da vida humana, embora o mundo tenha sempre que conter o bem e o mal, a esperança e o medo, a fé e a dúvida, o amor e o ódio, porque isso é da natureza.
É a procura dos equilíbrios permanentes que admite o progresso. Não é, a meu ver,” a autonomia de cada ser humano que iluminará o mundo”, de que fala o representante do calendário maia, mas será precisamente um reforço dos laços de interdependência e o retrocesso do egoísmo, pois o mundo não é feito para criaturas que não precisam umas das outras, antes obriga, para ser fruído por todos enquanto espaço e recursos, a um engenho permanente na luta pela sobrevivência, que terá tanto mais sucesso quanto for colectivo e organizado.
É a procura dos equilíbrios permanentes que admite o progresso. Não é, a meu ver,” a autonomia de cada ser humano que iluminará o mundo”, de que fala o representante do calendário maia, mas será precisamente um reforço dos laços de interdependência e o retrocesso do egoísmo, pois o mundo não é feito para criaturas que não precisam umas das outras, antes obriga, para ser fruído por todos enquanto espaço e recursos, a um engenho permanente na luta pela sobrevivência, que terá tanto mais sucesso quanto for colectivo e organizado.
Aguardemos, pois, com muita ilusão, o admirável mundo que nasce todos os dias e que se revelerá, no seu esplendor, lá para 2012, ou 2020, ou num dia qualquer, porque isso depende da nossa capacidade de reconhecer esses sinais em vez de ficarmos apenas a tentar reter o que já passou.
O mundo jamais acabará. Mas a espécie humana, não duvido, extinguir-se-á um dia. Como todas as outras espécies que a voragem do tempo levou...
ResponderEliminar´21 de Dezembro de 2012, último dia do 5º grande ciclo na cosmologia Maia.
ResponderEliminarJá anteriormente me tinha referido a esta data num outro comentário e ao programa exibido no canal História da TV cabo.
http://www.youtube.com/watch?v=y3vcYnZ7VBQ
Na verdade, uma enorme quantidade de factos, alinham-se de uma forma que não deixa margem para grandes optimismos. Mesmo que não queiramos dar importância a profetizações que nos poderão parecer fantásticas e até manipuladoras, temos de reconhecer que o mundo trilha um caminho catastrofico, tanto em matéria ambiental, como social e política.
No seu texto, a cara Dr. Suzana, alerta para um aspecto que é certamente aquele que apesar de nos parecer inatingível, é no entanto o que ainda se encontra ao alcance das humanidades e para o qual as religiões têm tentado sensibilizar as pessoas, a congregação, o ideal comum, o desejar o equilíbrio social, em suma, a fé no ser humano e nas suas capacidades gregárias.
"A fé move montanhas" é uma frase que se ouve a esmo e que parece vaga, ou sem conteúdo aplicável. No entanto é aquela de que encontramos prova a todo o passo.
Algumas "culturas" aconselham a que sigamos aquilo que o coração nos dita, nas nossas decisões, na nossa interacção, na nossa vivência.
São conceitos que nos têm sido incutidos desde ha milénios, mas que ainda mal interiorizámos, são ainda os ensinamentos que o Homem de Nazaré nos deixou e pelos quais deu a vida.
Talvez nos baste sigui-los, com simplicidade, fé e... amor, muito amor.
O mundo acaba todos os dias para muita gente...
ResponderEliminarNa minha fase de astrologia e Nostradamus, recordo-me de ler “As profecias” . “Se bem me lembro...” , Nostradamus previu (de acordo com as interpretações de alguns historiadores) a morte de Henrique II de França, o incêndio de Londres, creio que no séc. XVII e as duas guerras mundiais. Não me recordo, no entanto, da sua previsão (se alguma...) referente ao fim do mundo neste século.
2012? Tão cedo? Com tão pouco tempo, não creio que a humanidade – por muito solidariedade que exista – vá a tempo de impedir esse trágico acontecimento. Já estou como o caro Bartolomeu... há que aproveitar... mas sem exageros e não descurando o pouco que cada um pode fazer para melhorar o nosso pequeno mundo que é composto por família, amigos e conhecidos. Se este sentimento de confraternidade, de amor, de solidariedade, se espalhasse pelo mundo mais vasto, para além do nosso... talvez se conseguisse (o mundo inteiro..) viver os últimos anos na maior bonomia! Isto é que é uma verdadeira utopia!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarA ÁLGEBRA DO FIM DO MUNDO
ResponderEliminarMuitos já vaticinaram o fim do mundo. E talvez o fim ocorra um dia...
Transtagano sabe, com uma certeza cartesiana, por artes divinatórias, que “O mundo jamais acabará”. António T. não foi o único, ao longa da história, a ter esta certeza e o seu contrário. Preparava-me para dormir em paz, pelo menos por esta noite. Debalde. A. Transtagano assevera: “Mas a espécie humana, não duvido, extinguir-se-á um dia”. Estou tramado, vou morrer. Quando chegará o meu fim? Senti-me sem forças para encarar o meu fim. Ainda tenho dois filhos pequenos para criar. E uma mulher que, pasmem-se, diz que me ama. E eu, pobre mortal, acredito. Por fantasia, crença ou qualquer outro fenómeno metafísico. Convém-me. Olhei de soslaio, com a argúcia de poucos visionários, e apercebi-me que Transtagano não apontou a data do fim. Descansei. Qualquer previsão, para ser credível, necessita de um número, mesmo que em numeração romana, em cirílico ou em árabe. Não, sem uma data não acredito. Quero conhecer a margem de erro desta previsão. Um dia, uma década, um século, um milénio, … Como compreendem não me é indiferente. Preciso de me preparar. Fazer a barba, tomar banho, vestir o meu melhor fato. Se for daqui a mil anos não preciso de me apressar. Mas se for já amanhã tenho que acelerar o passo. Senão quem é que organiza as mochilas dos miúdos. A vida não é fácil. Exige muita energia. E tem que ser energia renovável. Que se lixe. Vou tentar continuar a desfrutar a minha existência. O ar, o mar, o espaldar. Desculpe Bartolomeu, mas a minha alma poética regurgita. Pode ser que o Transtagano esteja enganado. Quem sabe? Gostava, ainda, de ter tempo para “produzir” uma rapariga. Só para contrariar a estatística demográfica. Esta minha mania dos números, por vezes, dá-me um alento positivo. Vou pensar no assunto. Mas, confesso-vos, não me irei esgotar com dúvidas existenciais. Preciso do tempo para viver. Vou tentar chegar aos 100, depois, logo se vê… Resta-me a eternidade.
Saudações ao Transtagano, por me ter proporcionado esta notável reflexão. Desculpem-me a imodéstia.
Os crentes e bem comportadinhos têm a eternidade à sua espera: "viverão para sempre". E estes, geralmente, são os que têm medo da morte...
ResponderEliminarCaros comentadores, já vejo que ninguém leva a sério pelo menos a data profetizada pelos Maias. Quanto ao resto, certo, certo é o fim do mundo para cada um de nós, já nos basta esse problema, que podemos ir adiando com alguns conselhos avisados e pode ser que a humanidade, esse grande colectivo, tenha a sensatez de ir adiando também o outro.
ResponderEliminarCaro António Transtagano,
ResponderEliminarComo é que alguém crente na eternidade tem medo da morte? É um contracenso...
Eu acho que em 2012 vai acontecer uma grande transformação social.
Vou deixar uma questão para todos voçês: e se o Homem de Nazaré voltasse à Terra?
Caro Rod (11:28)
ResponderEliminarNão há contrasenso nenhum.
Sem querer suceptilizar ninguém, o processo é assim: porque têm medo da morte, agarram-se à ideia de que no Além terão a vida eterna se se comportarem bem. Sabem que vão morrer e essa ideia apavora-os. Têm medo de sofrer (o que, de resto, não é agradavel para ninguém) e a religião é, desse ponto de vista, um refrigério.
Conheci muitas situações assim.
E os casos que conheci e conheço, na maior parte, trata-se de hipocondríacos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarFico feliz em saber que “isto” não vai acabar a ferro e fogo, muito menos submerso, como antes alguém vaticinou.
ResponderEliminarNão ligo muito a superstições, as poucas a que ligo são aquelas que ouvi à minha mãe dizer, as mesmas que já antes a mãe dela dizia, tal como esta que a Dra. Suzana Toscano aqui lembra: “a 2000 chegarás e daí não passarás”.
Confesso que em 2000, muitas vezes, me veio à memória este vaticínio ouvido em miúdo, quase sempre associado ao preço que a humanidade teria de pagar ao “Senhor” por viver em pecado…
Mas afinal cá estamos, isto vai girando para os vivos, ao que parece com um futuro mais risonho, e pena é que a civilização maia não tivesse sabido prever o seu próprio fim…