Josefa de Óbidos -- Natureza-Morta com Doces e Barros
Fui ver a exposição "A PRESPECTIVA DAS COISAS" no Museu Calouste Gulbenkian. É uma exposição internacional dedicada ao tema da Pintura da Natureza-Morta na Europa, sendo a primeira do género realizada em Portugal. Reúne uma colecção única de (creio) 71 pinturas dos séculos XVII a XVIII, vindas de muitos museus e coleccionadores privados.
Aqui podemos encontrar obras, sem demérito para muitos outros, de Josefa de Óbidos, Clara Peeters, Linard, Goya, Rembrandt e Chardin. É uma mostra de beleza e engenho artístico que nos convida à reflexão sobre as maravilhas da natureza.
Nesta exposição somos encantados com a habilidade e o requinte do tratamento artístico, entre outros, de frutos, guloseimas e sobremesas, caça e peixes, cozinhas, banquetes, colares e pérolas, flores e instrumentos musicais, que conduzem o visitante a experimentar uma variedade grande de sentimentos e sensibilidades. O perfume de um ramo de rosas, o sabor de um doce de chocolate, a frescura de uma maçã, o paladar de um queijo ou o som de um violino são apenas alguns dos momentos exuberantes desta exposição.
No final da visita, que apetece voltar a fazer, fica a imensa satisfação pela lembrança de prazeres desfrutados e pela vontade de continuar a descobrir os dons da natureza.
Com tantas coisas boas que fazem “crescer água na boca”, não admira que alguns dos visitantes sejam tentados a satisfazer os seus desejos gustativos, seguindo-se um programa gastronómico algures na cidade…
Com tantas coisas boas que fazem “crescer água na boca”, não admira que alguns dos visitantes sejam tentados a satisfazer os seus desejos gustativos, seguindo-se um programa gastronómico algures na cidade…
Aqui fica, portanto, uma sugestão para o fim-de-semana que se aproxima…
Cara Margarida
ResponderEliminarNos tempos que correm em que o egoísmo feroz é o denominador comum das sociedades, cada vez mais me lembro e muito agradeço, a extraordinária solidariedade de um homem chamado Calouste Gulbenkian. É na sequência da sua bondade que ainda continuamos a poder usufruir da existência da Fundação que nos legou, através da qual vamos participando da boa cultura ocidental, ouvindo e vendo o que de melhor há. A exposição em causa é uma dessas oportunidades que não é de perder, dada a sua beleza e elevação artística.
Uma visita a uma galeria de arte, um jantar num restaurante requintado, ambiente acolhedor, propício a um diálogo ameno e aprazível, em companhia de alguém interessante... hmm... boa sugestão, cara Margarida!
ResponderEliminarEmbora a natureza morta não seja o que mais aprecio, gosto deste quadro... agradou ao olhar e foi muito sugestido ... tal que pensei, antes de poder ter lido a legenda, que fosse uma fotografia. Recordo-me de ver um quadro de Rembrandt , natureza morta, que representava 2 pavões... mortos...! e uma menina – provavelmente deve ser esse o nome do quadro, não confirmei. Não gostei. Gosto de Rembrandt como retratista e, evidentemente, fico maravilhada com o “The Night Watch”.
Bom fim de semana!
Li agora o comentário do caro antoniodosanzóis e concordo em absoluto. É uma fundação que espero continue a ser apoiada por muito, muito tempo. Há anos que não visito o museu, muitos anos mesmo. Para a próxima vez que me encontre em Lisboa, farei questão de por lá passar.
ResponderEliminarE já leu o livro da Agustina Bessa Luis, A Ronda da Noite, Catarina? Se gosta da escritora e desse quadro, vale bem a pena, é um pouco louco mas muito interessante.
ResponderEliminarExcelente sugestão, Margarida, para mais com um sábado chuvoso o que apetece mesmo é ficar em bom recato debaixo de telha e a Gulbenkian continua a distinguir-se também por aquele ambiente acolhedor.
Cara Catarina
ResponderEliminarVeja aqui o óleo de Rembrandt de que tanto gostou:
http://www.gulbenkian.pt/media/files/Media/News2010/naturezaNL110.pdf
Pode voltar a vê-lo na exposição que está na Gulbenkian. Chama-se "Pavoas Mortas". É muito bonito, em particular a doce expressão da "menina".
A exposição pode ser visitada até 2 de Maio. Vale muita a pena.
Bom fim de semana!
Não li esse livro, cara Suzana, mas vou acrescentá-lo aqui nesta minha lista. E a propósito de livros já vou a meio do “The Hakawati” de Rabih Alameddine que suponho ser o tal “The Storyteller” a que se referiu há tempos. Durante alguns anos negligenciei os bons autores portugueses que temos, nesta minha ânsia de conhecer os estrangeiros contemporrâneos e familiarizar-me com outras perspectivas de ver a vida, o quotidiano, as lendas, os costumes, as tradições que dos seus livros emanam. Agora estou a ficar na fase “portuguesa” de novo...Descobri Mia Couto e Águalusa que me encantaram... e Miguel de Sousa Tavares, pois claro! Acredite que li “No teu deserto” duas vezes e sei que vou ler uma terceira. São daqueles livros que me cativam... Sei de muitas pessoas para as quais este livro nada lhes disse...
ResponderEliminarDesculpe, cara Margarida – um pouco “off topic”! : )
Obrigada. : )
ResponderEliminarOlhar para estas iguarias fazem-me mesmo infeliz, comias todas de uma assentada, mas não posso...pensando melhor: "estão verdes, não prestam", prefiro aquele conventual "toucinho do céu", humm que bom...
ResponderEliminarNão aprecio sobremaneira a pintura de naturezas mortas. Sobretudo se representar aves, mamíferos ou peixes.
ResponderEliminarJá reflecti várias vezes sobre isso e chego invariávelmente à conclusão que, ao admirar um desses quadros, estou a valorizar uma morte gratuíta.
Cheguei a pensar antes, que aquilo que a causa do meu desconforto, seria o olhar dos animais mortos.
Quando comecei a abter os animais que criava em casa, para alimentação, percebi que a causa se prendia com a gratuítidade.
Causa-me desconforto tambem a exibição da morte.
Penso que a morte de humanos ou de animais, tem de ser um acto natural e obediente a uma lei suprema e que, em caso algum deve ser exibida como arte.
Isto, obviamente, independente da qualidade plástica dos artistas que a representam.
JotaC, foi exactamente isso que pensei quando vi o quadro, assumindo por escassos segundos que seria uma foto que a cara Margarida teria tirado de um mesa festiva! Toucinho do céu! Um doce que me agradaria todos os dias não fosse o seu teor calórico! Mas de vez em quando lá sucumbo a tal delícia!
ResponderEliminarCompreendo o que está a dizer, Bartolomeu. A morte atraíu grandes pintores.
Catarina:
ResponderEliminarNão há dúvida de que este mundo virtual é incomensurável, até dá para descobrimos que temos coisas em comum, ambos gostamos de toucinho do céu!
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarPartilho do seu desconforto. Não aprecio especialmente o tema específico dos animais mortos, ao invés dos temas das doçarias, dos arranjos florais e de frutos que gosto imenso. É uma natureza morta, mais viva do que morta, que nos transporta para a beleza e a pureza da natureza.
Caro antoniodosanzóis
Partilho totalmente da sua gratidão para com Calouste Gulbenkian. Deixou-nos um extraordinário legado que muito nos tem beneficiado. É reconhecido o papel importante que a Fundação Gulbenkian tem desempenhado em Portugal em domínios tão importantes como a cultura, a educação e a investigação científica.
É verdade, JotaC.
ResponderEliminarPor mim falo. O que eu não tenho descoberto neste mundo virtual... parte já fundamental do meu processo evolutivo! : ) E quem encontro aqui fará parte, eventualmente, da minha “família alargada”!. : )
Catarina,fico muito contente que tenha seguido a minha sugestão e espero que esteja a gostar desse livro, um pouco fora do comum, é certo, mas que achei muito interessante.
ResponderEliminarCatarina:
ResponderEliminarPese embora o facto de eu não ser um "devoto" do mundo virtual (tenho trabalho q.b que me cansa os olhos de tanto teclar), a verdade é que, aqui, podemos seleccionar as pessoas que achámos serem as mais agradáveis, "interagir" sem preconceito nem barreiras sociais, ao invés da realidade do nosso dia-a-dia onde na maioria das vezes não temos opção, por variadíssimas razões…
Quero com isto dizer que, acho que sim, desde que saibamos separar o trigo do joio, é fácil encontrarmos aqui uama família alargada, com diz...
:)