Há muito que chegámos a níveis intoleráveis de violência na escola. Os casos do Menino de Mirandela e do Professor de Rio de Mouro que foi hoje notícia trouxeram de novo para a opinião pública os problemas do mau funcionamento da escola. Esperemos que tenham também trazido o assunto para a agenda politica, mas com peso que baste para que a autoridade da escola seja seriamente repensada.
Dizem alguns que a violência na escola não é mais do que o retrato social do país. E, então? Não será que para este retrato tem contribuído, ao longo de anos, a indisciplina na escola?
E a indisciplina na escola de onde vem? Vem, a meu ver, da falta de autoridade da escola e de uma ideia deturpada do papel do aluno.
É que cada estrutura social deve cumprir o seu papel. Ou estamos à espera que nenhuma cumpra para se declarar o caos e depois então fazermos alguma coisa?
É claro que a violência na escola não tem apenas uma causa, há vários factores a puxarem para o mesmo lado. Mas esta realidade só vem demonstrar que é preciso actuar em relação à escola, não só enquanto estrutura de educação, mas também enquanto comunidade social.
Ouvi alguém dizer, um responsável de uma associação de pais, que é preciso ter serenidade para resolver o assunto. Serenidade sim, porque decisões incendiadas já todos sabemos que não dão bom resultado. Mas que não se confunda serenidade com lentidão de actuação ou mesmo omissão.
Hoje li várias notícias sobre iniciativas legislativas que o Governo está a estudar e que a oposição está também a ponderar, tendo em vista acabar com a violência na escola. Não conhecendo em profundidade essas iniciativas e enquanto cidadã atenta ao que se tem vindo a passar no meio escolar - não querendo obviamente fazer generalizações porque são sempre perigosas - espero que as mesmas não se limitem a decretar administrativamente o fim da violência.
Creio que é fundamental devolver autoridade à escola, fornecendo-lhe instrumentos preventivos e correctivos que incentivem a disciplina e o esforço e que estes valores sejam apreendidos como benéficos pelos alunos e pelos pais. Mas esta autoridade implica que a escola disponha de um estatuto de autonomia, que também perdeu, capaz de lhe conferir a necessária responsabilidade na condução da gestão da escola e a consequente responsabilização.
Não creio que possa ficar tudo na mesma. É preferível que a mudança seja para melhor…
Dizem alguns que a violência na escola não é mais do que o retrato social do país. E, então? Não será que para este retrato tem contribuído, ao longo de anos, a indisciplina na escola?
E a indisciplina na escola de onde vem? Vem, a meu ver, da falta de autoridade da escola e de uma ideia deturpada do papel do aluno.
É que cada estrutura social deve cumprir o seu papel. Ou estamos à espera que nenhuma cumpra para se declarar o caos e depois então fazermos alguma coisa?
É claro que a violência na escola não tem apenas uma causa, há vários factores a puxarem para o mesmo lado. Mas esta realidade só vem demonstrar que é preciso actuar em relação à escola, não só enquanto estrutura de educação, mas também enquanto comunidade social.
Ouvi alguém dizer, um responsável de uma associação de pais, que é preciso ter serenidade para resolver o assunto. Serenidade sim, porque decisões incendiadas já todos sabemos que não dão bom resultado. Mas que não se confunda serenidade com lentidão de actuação ou mesmo omissão.
Hoje li várias notícias sobre iniciativas legislativas que o Governo está a estudar e que a oposição está também a ponderar, tendo em vista acabar com a violência na escola. Não conhecendo em profundidade essas iniciativas e enquanto cidadã atenta ao que se tem vindo a passar no meio escolar - não querendo obviamente fazer generalizações porque são sempre perigosas - espero que as mesmas não se limitem a decretar administrativamente o fim da violência.
Creio que é fundamental devolver autoridade à escola, fornecendo-lhe instrumentos preventivos e correctivos que incentivem a disciplina e o esforço e que estes valores sejam apreendidos como benéficos pelos alunos e pelos pais. Mas esta autoridade implica que a escola disponha de um estatuto de autonomia, que também perdeu, capaz de lhe conferir a necessária responsabilidade na condução da gestão da escola e a consequente responsabilização.
Não creio que possa ficar tudo na mesma. É preferível que a mudança seja para melhor…
Cara Margarida Aguiar,
ResponderEliminarJá por lá passei ("escola" pública) e fugi a sete pés. Aquilo (utilizei esta palavra porque não me ocorre uma designação mais exacta), é um espaço de terrorismo psicológico todos dos dias e a todas as horas e um espaço de terrorismo físico todos dos dias e que todos ou quase todos - "professores", "alunos" e "funcionários" - escondem a realidade para que nada de pior lhes aconteça.
Quem ainda consegue ter dúvidas sobre este fenómeno, basta consultar o youtube para que tais dúvidas se dissipem de uma vez por todas. Não é por acaso, aliás, que a comunicação social está proibida de entrar nestes espaços "escolares".
Uma boa parte dos "professores" avisaram e foram, sistematicamente e olimpicamente, ignorados - o trabalho das "escolas" e dos "professores" tem como único objectivo justificar o emprego de terceiros - o lobby das "ciências" da educação.
Não sejamos ingénuos, em França, Laurent Lafforgue, julgou que era possível simplificar e clarificar a missão das "escolas" públicas daquele país: a transmissão do conhecimento e da cultura duramente conquistados pelas gerações anteriores; julgou mal, porque o lobby das "ciências" da educação rebentou com ele em três tempos (http://www.ihes.fr/~lafforgue/demission.html).
Em Portugal, este lobby tomou conta de todos os cargos e de todas as instituições com poder de decisão e como tal, venha quem vier, não acredito que alguma coisa mude realmente.
Serão anunciadas medidas, legislação, circulares, etc.; mas tudo ficará exactamente na mesma, ou seja: o modelo imposto por este lobby à "escola" pública é perfeito, os "professores" é que...
Imagine, cara Margarida Aguiar, a quantidade de organismos, escolas "superiores", departamentos de ensino "superior", centros de "investigação", centros de "inovação", direcções gerais, regionais e locais, editoras de manuais "escolares", etc. que encerraria; e o número de psicólogos da "educação", burocratas da "educação", especialistas da "educação", sociólogos da "educação", etc. que teria que mudar de vida!
Alguma coisa de substancial irá mudar? Não me parece!
Concordo com o caro Fartinho da Silva quando diz “Alguma coisa de substancial irá mudar? Não me parece!” . A burocracia é de tal forma que a lentidão com que vão criar novas medidas ou implementar as já existentes (se existem, não sei) vai demorar tanto tempo que, no entretanto, muitos mais casos destes vão acontecer. E com títulos como este - Professor vítima de 'bullying' tinha "fragilidade psicológica" (DN) – até parece que para além dos professores terem vocação para o ensino têm que ser dotados também de grande “fortaleza psicológica”! E um responsável considerou este um “caso lamentável”? Não teria ele outro adjectivo mais forte e mais adequado para classificar o “caso”? E acrescentou que esta “fragilidade psicológica” era “do conhecimento público”? Mas que disparates são estes? Uma pessoa ligada à educação, em cargo de responsabilidade, usa uma fraseologia deste tipo com a comunicação social? Para já não devia ser do conhecimento público coisíssima nenhuma. Para chegar ao conhecimento público teve que passar pelo “conhecimento privado”! E o que fizeram para ajudar o professor? Que apoios lhe deram?
ResponderEliminarEnquanto TODOS os intervenientes na educação não trabalharem em conjunto, enquanto cada grupo não cumprir a medidas que deverão estar ao seu dispor... tudo continuará na mesma. A comunicação social tem outro assunto a abordar para lucrar, todos vão dar os seus palpites e para tapar os olhos ao público talvez sejam elaboradas umas medidazinhas como forma de provar que o assunto está a ser considerado.
As desordens de comportamento – os distúrbios emocionais, os desajustamentos sociais – não podem ser negligenciadas, não podem ser consideradas como estados pelos quais todos os adolescentes passam e que depois... com o tempo... se dissipam!
E li também noutro jornal – hoje tirei o dia para ler jornais – que um aluno que tinha agredido ou ameaçado um professor - continuava a frequentar a escola?!
Me desculpem, mas apetece-me dizer: Só em Portugal!
Cai leve, levemente,...
ResponderEliminarA escola desmoronada
por teorias tolerantes
fica assaz arruinada
e com mofinas imperantes.
Desta cultura edificada
entre paredes magnificentes
brota gentalha deseducada
fruto de conceitos complacentes.
É uma marca exemplar
do regime estragado
que muito faz por revelar
um E(e)stado fustigado.
Dá vontade de gritar
de forma bem audível,
vincando o protestar
de asserção credível!
Cara Dra. Margarida,leio sempre com muito interesse os seus comentários e análises.Nesta questão da escola pública a primeira coisa a fazer é colocar de lado as estruturas do chamado Ministério da Educação...
ResponderEliminarCaro Fartinho da Silva
ResponderEliminarLaurent Lafforgue considera que a degradação do ensino é um fenómeno que está generalizado no mundo ocidental e que a culpa é dos "experts" da Educação. O seu pensamento é muito céptico e sem esperança. Não tenho condições para avaliar a sua crítica e do que li não percebi o que é preconiza para acabar com o "lobby das "ciências" da educação".
Como é que o Caro Fartinho da Silva resolveria o problema do "lobby"?
Será que fazemos parte de uma geração que representa uma minoria na sociedade, que não se revê nas "modernices" do actual sistema educativo? Será que estamos desfasados? Será que vemos mal as coisas e que a mudança que está a acontecer é inevitável? Estou em crer que não, que esta "escola" não é saudável. O problema é saber se a sociedade está (ou não)interessada em alterar este estado de coisas.
Cara Catarina
É gritante a facilidade com que as pessoas hoje em dia julgam os outros na praça pública. São comportamentos próprios de pessoas medíocres, ainda mais graves quando têm responsabilidades. É também o reflexo de que a falta de educação está banalizada.
Cara Catarina como é que podemos pôr os TODOS a trabalharem em conjunto?
Caro Manuel Brás
Sempre muito acutilante...
Caro Dr. H. Nascimento Rodrigues
É uma honra tê-lo como leitor.
Há muitas pessoas que defendem, sabem do que falam, que é preciso acabar com o Ministério da Educação da "5 de Outubro". Mas parece que não há vontade...
Para que todos possam trabalhar em conjunto e com os mesmos objectivos tem que haver uma comunicação aberta entre todos os intervenientes e, desnecessáriamente será dizer, uma forte liderança.
ResponderEliminarAs direcções escolares estabelecem directrizes, desenvolvem políticas com o fim de implementarem um Código de Conduta que é comunicado aos estudantes, aos pais e a todos os funcionários escolares sem excepção e até à comunidade. E todos eles deverão exigir o mais alto padrão comportamental. Evidentemente que os directores deverão exercer a sua função de liderança. A polícia fará a sua parte em casos em que seja necessária a sua intervenção. Minimizar a burocracia escolar. Portanto, tem que haver comunicação, tem que haver transparência, e, essencialmente, obrigatoriedade no seguimento das directrizes vigentes. As pessoas irão habituar-se aos poucos ou talvez mais depressa do que se possa imaginar, que as directrizes/leis vieram para ficar! E que haverá graves consequências se não forem cumpridas. De início não será fácil. Se as escolas privadas, de uma maneira geral, funcionam bem, por que não as públicas? Há que corrigir o que está errado, com pulso forte!!!! – nada a ver com ditadura.
A comunidade e os pais respeitarão uma boa liderança e associar-se-ão aos docentes para criarem um ambiente seguro, de respeito e dignidade.
Cara Catarina
ResponderEliminarA sua perspectiva dos problemas e das soluções para os erradicar tem muitos adeptos. O que propõe não tem, como muito bem refere, "nada a ver com ditadura". Tem tudo a ver com autoridade, disciplina e esforço.
Mas estes valores andam arredados do ministério da educação, que é dominado por ideologias esquerdistas ou mesmo anarquistas que têm da tolerância uma ideia deturpada.
Quantos ministros da educação já passaram por lá, muitos deles comungando plenamente desses valores, e não foram capazes de restituir à escola pública a disciplina perdida?
Pois se as escolas privadas de um modo geral funcionam bem porque é que a escola pública não há-de seguir o exemplo? Não segue porque muito provavelmente as estruturas do ministério da educação acham que essas escolas são "fascistas", como já ouvi dizer. Ainda temos gente a falar assim.