Reparei nos resultados noticiados relativos a um estudo que foi feito sobre a confiança de vinte e dois países, incluindo pela primeira vez Portugal, nas empresas, no Governo, media e ONG. Não conheço o estudo, pelo que certamente me escapará alguma informação necessária para poder retirar conclusões.
O estudo revelou uma falta de confiança generalizada dos portugueses no governo e nas empresas. Parece que o sector financeiro – bancos com 34% e seguradoras com 30% - aparece mal classificado, no final da lista e que a comunicação social obteve a nota de 29%.
A contrariar esta falta de confiança nos sectores político, económico e dos media, surge o sector não lucrativo, constituído pelas ONGs. Nestas instituições os portugueses confiam com 52%.
A bem dizer, estes resultados não me deixaram espantada. A falta de confiança é uma característica que se tem vindo a acentuar em Portugal, alimentada, entres outros, pelos problemas estruturais da economia e por sucessivos desempenhos medíocres, mas também pelos crescentes sacrifícios que têm sido exigidos, pela falta de crédito apontada à classe política e pelo mau funcionamento de pilares fundamentais como a justiça. Mas a falta de confiança não é apenas uma causa. Surge também como um factor que acaba por constituir uma barreira para unir esforços, ultrapassar dificuldades e travar desafios.
Mas nem tudo é mau. É muito interessante verificar que há uma maior confiança nas organizações não governamentais. Não será por acaso. São instituições que actuam com grande proximidade das populações a que se destinam e que delas beneficiam. Conhecem bem as realidades locais, as necessidades e os interesses em presença e os problemas das pessoas e das comunidades, os seus anseios e vontades.
O estudo revelou uma falta de confiança generalizada dos portugueses no governo e nas empresas. Parece que o sector financeiro – bancos com 34% e seguradoras com 30% - aparece mal classificado, no final da lista e que a comunicação social obteve a nota de 29%.
A contrariar esta falta de confiança nos sectores político, económico e dos media, surge o sector não lucrativo, constituído pelas ONGs. Nestas instituições os portugueses confiam com 52%.
A bem dizer, estes resultados não me deixaram espantada. A falta de confiança é uma característica que se tem vindo a acentuar em Portugal, alimentada, entres outros, pelos problemas estruturais da economia e por sucessivos desempenhos medíocres, mas também pelos crescentes sacrifícios que têm sido exigidos, pela falta de crédito apontada à classe política e pelo mau funcionamento de pilares fundamentais como a justiça. Mas a falta de confiança não é apenas uma causa. Surge também como um factor que acaba por constituir uma barreira para unir esforços, ultrapassar dificuldades e travar desafios.
Mas nem tudo é mau. É muito interessante verificar que há uma maior confiança nas organizações não governamentais. Não será por acaso. São instituições que actuam com grande proximidade das populações a que se destinam e que delas beneficiam. Conhecem bem as realidades locais, as necessidades e os interesses em presença e os problemas das pessoas e das comunidades, os seus anseios e vontades.
São instituições que apelam ao trabalho colaborativo e ao funcionamento em rede, que normalmente mobilizam uma componente muito significativa de trabalho voluntário. A capacidade de estabelecer relações e ligações é, por sua vez, um factor gerador de confiança.
No sector não lucrativo assumem um peso muito expressivo as instituições de solidariedade social que prestam apoio social em diversos domínios, em particular a pessoas e famílias carenciadas. As suas actividades têm um impacto muito importante no bem-estar e na qualidade de vida das comunidades locais onde estão inseridas.
No sector não lucrativo assumem um peso muito expressivo as instituições de solidariedade social que prestam apoio social em diversos domínios, em particular a pessoas e famílias carenciadas. As suas actividades têm um impacto muito importante no bem-estar e na qualidade de vida das comunidades locais onde estão inseridas.
Não admira, portanto, que os portugueses tenham alguma confiança nas ONGs e andem desconfiados com o governo e os media...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro Paulo
ResponderEliminarAcrescentaria que as pessoas tendem a confiar nas instituições que lhes fazem bem, de quem podem depender mais ou menos. Essa ligação positiva é também um factor gerador de confiança.
As pessoas tendem a acreditar em quem trabalha sem pedir nada em troca, sem quererem obter outro lucro que não seja o de contribuirem para que os outros vivam melhor. Na verdade, é bom saber que os portugueses confiam na generosidade de quem assim age porque isso é um estímulo para os que se dispõem a dar o seu tempo em troca de nada. Embora já haja muitas ONG's a levantar dúvidas quanto aos reais interesses que prosseguem, creio que em Portugal ainda é a generosidade e a solidariedade que comenda a maioria essas instiuições.Merecem por isso a confiança.
ResponderEliminarSuzana
ResponderEliminarA generosidade em lugar do egoísmo, o sentido do colectivo muito para além do individualismo, o bem fazer e fazer bem são valores que sinto estão a ganhar mais peso e respeito por parte da sociedade. É uma "jazida" muito importante para o nosso futuro. Num ambiente de crise e de desesperança é também normal que as pessoas valorizem as ONGs, querendo dar para também receber.