Hoje estive com um grupo de amigos, cada um com a sua profissão e que até há pouco tempo confiavam que poderiam garantir às suas famílias uma vida sem grandes sobressaltos, fruto do seu trabalho e do seu esforço nas respectivas empresas. Muito mudou de repente, ou quase de repente chegou a consciência aguda da incerteza. Um deles, habitualmente jovial e otimista, tinha um semblante muito preocupado, quisemos saber se era o agravamento dos impostos ou a situação do País que tanto o atormentava. Disse que não, que antes de se preocupar com a situação dele tinha que tomar a terrível decisão de indicar quais os trabalhadores da sua área que iriam para a lista dos “a despedir” caso não houvesse encomendas a curto prazo. E não há perspectivas de mais encomendas, é preciso reduzir custos, esmagar as margens, aguentar o mais possível o funcionamento da empresa na esperança de uma retoma que não se vislumbra. Entretanto, tem que fazer a lista e vê chegar o dia seguinte como um pesadelo em que ainda não acredita.
Vi isso acontecer no espaço de 15 dias, não foi com encomendas mas com empregos - foi o discurso da tanga.
ResponderEliminarJá não ha lei nem governo capazes, neste momento, de alterar este estado de coisas.
ResponderEliminarÉ a minha convicção.
Porque se sente perdida, a sociedade pára, mas sente, que se parar estará perdida!
A direcção a tomar, é que neste momento se apresenta tremendamente difícil de determinar.
São muitos e porque são diferentes, colidem entre si, os interesses da nossa sociedade.
Urgente, neste momento, é encontrarmos a corágem necessária para vencer os medos, e eles são imensos, em número e em dimensão.
Urgente, neste momento é buscar o "Logos" a razão universal, talvez embalados no poema de Pessoa...
Tu, de quem o Sol é sombra,
De cadáver o mundo
Meus passos guia, a que ensombra
O sentir-se, ermo e profundo
Presença anónima e ausente
De quem a alma é o véu
A meus passos de inconsciente
Dá o consciente que é teu!
Para que, passadas eras
De tempo ou alma ou razão,
Meus sonhos sejam espheras
Meu pensamento visão
É de uma alma, uma razão e uma visão... e de sonhos, que verdadeiramente precisamos!
Há uns bons anos atrás, quando o meu pai era gestor público, fazia parte das comissões liquidatárias e também tinha de fazer essas listas. Sei que para ele era sempre muito "stressante" ter de as fazer e o escape que ele arranjou foi - um a um - tentar arranjar-lhes outro emprego.
ResponderEliminarClaro que nem sempre foi bem sucedido. Mas conseguiu fazer isso em muitos casos. Exige um esforço adicional, verdade mas ele achava que quando se joga com a vida das pessoas esse esforço valia a pena.
Como o seu amigo, em Janeiro muitas famílias vão tirar o filho da música, da piscina, vão prescindir da empregada de limpeza e vão contribuir para o "efeito dominó". Será esta a derradeira fase de José Sócrates e Teixeira dos Santos como pseudo-governantes. Será aqui que vai começar o descalabro dentro do descalabro.
ResponderEliminarhttp://fiel-inimigo.blogspot.com/2010/10/terraplanagem.html
ResponderEliminarCara Suzana,
ResponderEliminarEssa é uma lógica que o sector público não conhece nem se mostra capaz de perceber...são exactamente essas empresas, em grandes dificuldades, que vão conhecer um agravamento fiscal para alimentar um SPA gordo e anafado, que apenas vai ser sujeito a uma operação de lifting...
E as que não conseguirem cumprir a tempo as suas obrigações, por manifesta impossibilidade de ajustar os custos à súbita perda de rendimento, conhecerão a brutal insensibilidade da máquina trituradora do fisco...
Que enorme imoralidade!