Há coisas que não lembram ao diabo, mas lembram seguramente ao Ministério Público italiano. Como essa de acusar e levar a Tribunal seis especialistas em sismologia “por não terem conseguido prever eficazmente a ocorrência do terramoto que destruiu a cidade medieval de L`Aquila, em 2009”. Especialistas que começaram ontem a ser julgados.
Já sabia que ser treinador e jogador de futebol na Coreia do Norte era profissão perigosa, sujeita a trabalhos forçados em caso de derrota, como aconteceu depois da má performance no último Campeonato na África do Sul. Mas a perigosidade de ser sismólogo em Itália, isso é que eu desconhecia.
Mas, com o tempo, vai-se sempre aprendendo alguma coisa. Como essa suprema arte de concitar a atenção dos holofotes que o Ministério Público e os Tribunais italianos revelam a todo o momento. Esgotado, por cansaço do público, o filão Berlusconi, outra peça seria necessário montar. E lá está o Ministério Público no seu papel de comediante.
No final, agora percebi tudo. À falta de trabalho sério, a justiça italiana dedicou-se a uma arte muito sua, e portuguesa também: a enfatuada arte do ridículo. À custa do cidadão que tem que a pagar. Lá, como cá!...
Mas, com o tempo, vai-se sempre aprendendo alguma coisa. Como essa suprema arte de concitar a atenção dos holofotes que o Ministério Público e os Tribunais italianos revelam a todo o momento. Esgotado, por cansaço do público, o filão Berlusconi, outra peça seria necessário montar. E lá está o Ministério Público no seu papel de comediante.
No final, agora percebi tudo. À falta de trabalho sério, a justiça italiana dedicou-se a uma arte muito sua, e portuguesa também: a enfatuada arte do ridículo. À custa do cidadão que tem que a pagar. Lá, como cá!...
Não me parece justa a sugestão de que os tribunais portugueses levariam a tribunal sismólogos por ineficaz previsão de terramoto porque não existe um que compreenda qualquer das palavras que descreve aquilo porque são acusados. Ainda se fosse sobre peças destranhadas de processos correntes por falta de subsequente prova sem prejuízo no disposto no anterior ...
ResponderEliminarUm terramoto, que arrasasse por completo uma daquelas aldeolas de xisto na serra da Lousã, abandonada mas típica, é que daria uma jeitáça ao ministério público do cubano rectângulo.
ResponderEliminarÉ que, acusar e levar a tribunal, fazedores de buracos, pode ser uma tarefa ciclópica que levará provávelmente à descoberta de novos buracos noutros locais e com eles, os ratos que os roeram.
Como dizem os velhotes lá do meu monte... "quanto mais se mexe na porcaria, mais ela fede".
Constou-me que os blocos de notícias vão passar a abrir de uma forma diferente; o jornalista que o apresenta, passará a dirigir-se ao ouvinte da seguinte forma: Bom dia, são oito da manhã no continente, menos uma hora nos Açores e menos um milhão na Madeira...
ResponderEliminarTenho esperança que não venha a suceder nova alteração e o jornalista tenha de rever "em alta" a questão dos milhões...
Tá a ver amigo Bartolomeu, eu não lhe disse que os italianos tinham mais experiência nestas coisas. Acha que os gregos tinham capacidade para fazer uma coisa destas?
ResponderEliminarNão tinham. :)
Vou por si, Amiga Anthrax...
ResponderEliminarHavíamos de mandar um mail aos italianos, a perguntar por quanto é que eles vendem o passe do Berlusconi...
Permitam-me uma pequena correcção, antes de começarmos todos a gozar com a justiça italiana e correspondente versão lusitana: os senhores sismólogos não estão acusados de não conseguirem prever sismos. Estão acusados de, alegadamente, terem informação que apontava com um elevado grau de certeza para um acontecimento de grandes proporções, e terem optado por (politicamente?) passar mensagens tranquilizadoras, em vez de dar o alarme, sendo essa atitude contrária às funções que deveriam desempenhar.
ResponderEliminarA coisa toda é um bocado estranha e complicada. Mas também não é a idiotice que se ouve por aí nos media.
"[...]The view from L'Aquila, however, is quite different. Prosecutors and the families of victims alike say that the trial has nothing to do with the ability to predict earthquakes, and everything to do with the failure of government-appointed scientists serving on an advisory panel to adequately evaluate, and then communicate, the potential risk to the local population.[...]
provided "incomplete, imprecise, and contradictory information" to a public that had been unnerved by months of persistent, low-level tremors. Picuti says that the commission was more interested in pacifying the local population than in giving clear advice about earthquake preparedness.[...]"
http://www.nature.com/news/2011/110914/full/477264a.html
http://science.slashdot.org/story/11/09/16/1720213/Seismologist-Manslaughter-Trial-Begins-Next-Week
Tentar responsabilizar oficiais públicos por não terem desempenhado a sua função ... qualquer dia ainda vão tentar responsabilizar políticos ... aonde é que isto vai parar ...
Então, caro AF?
ResponderEliminarEstá tudo de acordo... tal como os técnicos italianos possuíam a informação, também o INE e o TC e a PGR conheciam desde 1990, que as contas da Madeira andávam esquerdas, por último, quando recebeu os partidos em Belém, a fim de marcar a data para as eleições, também o nosso PR, tomou conhecimento... do buraco.
Mas não senhore candáva tudo bem... que nem poderia ser de outra forma... que o malandro so Sócas é que andava a tramar isto tudo...
Agora tou pra vere é o qué que vão dezere ós troikos...
Isso é que vai ser um baril...
Os italianos são os maiores artistas do mundo. Sempre foram e serão, mas há quem tente superá-los … é giro!
ResponderEliminarExacto, amigo Bartolomeu ...
ResponderEliminarSe andamos (acertadamente) a exigir que a justiça cá leve esses (ir)responsáveis todos a responder pelas suas (in)acções, então porque é que nos espantamos quando isso acontece por lá, pela Itália?
Eu não sei onde o caríssimo Pinho Cardão leu o que deu origem a este seu post, e como não tem link, só posso suspeitar que tenha sido num dos nossos maravilhosos jornais. Mas só pelo excerto citado, dá pra ver que a preocupação com a coerência foi substituida pelo sensacionalismo. (do possível jornal, não do autor do post, bem entendido)
Por falar nisso, amigo Bartolomeu, já se deu conta de como o valor do buraquito é tão próximo dos ganhos com os cortes ao subsídio?
ResponderEliminarMas pronto, vamos fazer de conta que somos todos parvos e acreditamos que o buraquito apareceu da noite para o dia.
Caro AF, acha mesmo que um "advisory panel" tem competência para decidir se dá ou não o alarme? A obrigação dos técnicos é transmitir a informação a quem pode decidir, agora se quem decide tem outra opinião os técnicos não podem fazer nada.
Cara Anthrax, eu não acho nem deixo de achar :)
ResponderEliminarFiquei com uma opinião muito vaga de que poderia haver pelo meio interesses políticos e pressões num sentido ou noutro. Mas não foi com base em nada disso que respondi ao post.
Pode ler-se que seis especialistas teriam sido levados a tribunal “por não terem conseguido prever eficazmente a ocorrência do terramoto que destruiu a cidade medieval de L`Aquila, em 2009”
Ora, o que eu disse foi que a coisa não é bem assim. Ninguém os está a acusar de não serem capazes de adivinhar sismos. O caso não é, como parece a partir da leitura do excerto, uma questão de caça às bruxas, nem do retorna da Santa Inquisição.
Se a acusação tem mérito, se os técnicos tem competência, capacidade ou dever para actuar de uma forma ou doutra, compete ao tribunal, em julgamento, decidir.
Agora, isto a mim parece-me a tentativa de exigir responsabilidades a quem as terá, e não uma caça às bruxas ou aos bodes expiatórios. É fundamentalmente diferente um tipo defender-se de uma acusação de falta de cumprimento de deveres profissionais, do que defender-se de não ser bruxo ou adivinho.
Capisce ? :D
Pois, caros Amigos Anthrax e AF...
ResponderEliminarQuem deve estar neste momento a rir a bandeiras despregadas, não serão as vaquinhas dos Açores, mas sim, Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, Isaltino de Morais, Dias Loureiro, etc, etc, etc, que isto não é um país... é um viveiro... fértil!
Eu... se fosse o chefe da banda, "tramava-os" a fundo; ía ao faceboock e dirigindo-me ao Sr. Alberto e aos empresários que ficaram a xuxar no dedo, dizi-lhes: caríssimos, as vacas do continente, já nem repuxando as bochechas, conseguem ensaiar um sorriso. Portanto, amanhem-se!
Quem foi na conversa, que não fosse. O governo é autónomo, administrativa e financeiramente portanto, os acordos e contratos que establece, são da inteira responsabilidade do seu chefe e restantes membros do governo regional. Se têem contas a ajustar, dirijam-se-lhes.
Íam ver... se o governo e o PR tivessem coluna vertebral para assumir uma decisão deste género, nas próximas eleições só concorreriam a cargos autárquicos os caramelos que não quisessem arriscar o pescoço, à mão dos empresários desfalcados.
Agora... se as vaquinhas açoreanas riem ou choram... pfhhh... isso deve interessar tanto aos portugueses, como saber o nome do camelo daquele tipo em Marraquex que leva os turistas a passear.
Enquanto as metáforas forem ditas para uma elite, ou para bruxos... a "coisa" nunca sairá da cêpa-pêca.
Digo eu, que sou bruto como as casas!
Valham-nos os Deuses, não se irrite amigo Bartolomeu. O uso legitimo da violência existe para dar conta de situações para as quais tudo o resto já falhou e nós, a cada dia que passa, aproximamo-nos mais e mais de tal.
ResponderEliminarPense em S. Agostinho e S. Tomás de Aquino e no conceito de guerra justa, vai ver que se sente mais tranquilo.
Deixem-me acrescentar mais uma coisinha a propósito da arte do rídiculo (pese embora cada um seja como cada qual e quem sou eu para criticar tais opções).
ResponderEliminarRecentemente decorreu em Mogadishu um daqueles concursos do "Spelling bee" (daqueles em que as criancinhas ganham prémios por saberem soletrar as palavras). A criancinha que ficou em 1º lugar, ganhou uma AK-47. A outra criancinha que ficou em 2º lugar, ganhou outra AK-47 e o pobrezinho que ficou em 3º lugar, ganhou 2 granadas de mão.
Digam lá que os somalis não são bem mais criativos que os italianos... já para não dizer que têm uma perspectiva bem mais prática.
Um dos jornalistas que faz a cobertura da viagem aos Açores, lembrou-se de entrevistar uma Graciosa e sorridente vaca:
ResponderEliminar-Então diga-me lá dona vaca, o que acha desta visita presidencial?
-Muuuuuu!!!
-Mas não acha que é da maior importância e um sinal claro de institucionalidade democracia?
-Muuuuuu!!!
-Sendo os Açores porventura o último lugar na Terra, onde se mantem vivo o culto ao Espírito Santo, parece-lhe que o Sr. PR... do Continente, fez esta fisita com espírito de peregrino?
-Muuuuuuu!!!
-Bom, isto está a revelar-se um diálogo de surdos, acho que vou fazer um curso intensivo em telepatia e depois retomamos esta entrevista... que lhe parece?
-Muuuuuuuu!!!
Não é justo ... o primeiro devia ter ganho uma Dragunov :)
ResponderEliminarCaro Tonibler:
ResponderEliminarEu também diria que o Ministério Público também não compreende quaisquer das palavras que descrevem a acusação...
Caro Bartolomeu:
E, já agora, juntaria: e menos umas dezenas de milhares de milhões no Continente, por obra e graça de Sócrates. Convém não esquecer...
Caro AF:
A notícia vi-a de facto num jornal português, mas como li dois, o DN e o Público, já não sei em qual.
De qualquer forma, a distinção que é feita parece-me um tanto ou quanto de sabor bizantino.
Caro Blackill:
São, de facto, uns verdadeiros artistas, cidadãos comuns, políticos, juízes e magistrados.
Caro Bartolomeu:
E o Sócrates não pode ser esquecido...
Talvez porque o Português demonstra possuir uma capacidade inata para o esquecimento, tantos políticos dirigentes, com responsabilidades governativas, competem na tecnocrática má gestão e má administração dos dinheiros públicos, caríssimo Amigo.
ResponderEliminarNesta "religião", caro Dr. Pinho Cardão, temo que não haja anjos nem querubins, tão pouco... santos.
;)
Caro Pinho Cardão:
ResponderEliminarNão me parece nada bizantina a distinção... no caso concreto, os acusados podem defender-se perfeitamente, pois as suas funções e obrigações devem estar contratualizadas algures...
Se, como dizem os jornais, os senhores estivessem acusados de não conseguir prever sismos, de não serem adivinhos ou bruxos, qual seria a defesa possível?
Mas se calhar sou eu que estou a ver mal a questão. :)