quarta-feira, 11 de abril de 2012

O perigo alarmista...

Mas alguém tem dúvidas que o actual modelo de segurança social não é sustentável? De repente vejo as televisões a difundirem a notícia que a segurança social não vai ter dinheiro para pagar pensões como se esta realidade tivesse surgido do dia para a noite. O rastilho foi o congelamento das reformas antecipadas da segurança social. Esta medida foi tomada por razões de tesouraria, não há dinheiro, é preciso cumprir os défices acordados. Está instalada a confusão e a desconfiança. Esta matéria tão importante na vida das pessoas não pode ser deixada à discussão “anárquica” na praça pública, criando uma atmosfera alarmista. É um caminho injusto e perigoso. O actual sistema não é sustentável, mas não vai colapsar amanhã. Há um problema estrutural, agravado agora pela conjuntura. O crescimento do desemprego está a provocar mais despesa social e menos receita contributiva. O governo tem a responsabilidade de informar e explicar às pessoas que são necessárias alterações e reformas, com serenidade e numa linguagem que as pessoas percebam. Este ponto é tanto mais importante quanto as pessoas, encontrando-se informadas sobre os problemas e as incertezas, estarão melhor preparadas para elas próprias fazerem parte da solução. A reforma do modelo da segurança social é inadiável. Que se faça de forma transparente, num debate alargado, sereno e sem preconceitos ideológicos, sem perder de vista que o objectivo central dos sistemas públicos de pensões é “segurar” o rendimento na velhice em níveis que permitam prevenir a pobreza e exclusão social.

11 comentários:

  1. "...sem preconceitos ideológicos..".
    Não posso estar mais de acordo com todo o post.
    Infelizmente prevejo que o dito preconceito vai impedir a almejada transparência do debate.

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  2. Ora aí está, cara Drª. Margarida, acho que não ha ninguém que discorde da sua opinião. Nesta matéria tão sensível, que abrange a totalidade dos portugueses, é imprescindível que o governo esclareça aberta e transparentemente, a real situação e que, as medidas a tomar e as reformas a fazer, sejam rigorosas e equilibradas, tendo objectivamente em conta e conciliando da forma mais justa, o binómio direitos adquiridos por via dos descontos efectuados e desvio de receitas pertencentes às segurança social para "tapar buracos".

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  3. Não acho possível. Aparecem logo os Louçãs da vida e demais nazis a reclamar por mais impostos para cobrir o "roubo aos pensionistas", que a iliquidez da segurança social é o produto da política de miséria, etc. Vai ter que falir mesmo, vai ter que chegar o mês em que diz "talvez para o mês que vem...".

    Porque esta é a única linguagem que as pessoas percebem. Nos outros dias preferem acreditar em vigaristas como o Jerónimo.

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  4. Cara Dra. Margarida Aguiar,
    Estou completamente de acordo. Matéria desta importância carece ser bem explicada, não pode ser deixada ao esclarecimento de qualquer merceeiro.

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  5. Anónimo13:05

    Sublinho bem sublinhada a parte final do post, Margarida. É que parece que se perde a noção de que as políticas têm um fundamento que marca os objetivos. Por vezes parece que se esquece a razão de ser das políticas públicas, para que é que servem, que objetivos pretendem. Só tendo isso presente é que se pode decidir bem e, como diz, explicar medidas que, sendo porventura inevitáveis, têm de ser referenciar aos objetivos essenciais sob pena de serem consideradas infundadas ou entendidas, até, como paradoxais.

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  6. Caro Nuno Soares
    O país já perdeu muito por causa dos preconceitos ideológicos que impedem consensos nas soluções e na sua durabilidade. Caminha-se olhando para a frente e não para o retrovisor...
    Caro Bartolomeu
    O tema das pensões não é efectivamente monopólio do governo ou dos políticos, é um tema que interessa a todos, ou melhor, a todos deveria interessar, dos mais jovens aos mais velhos. Mas a falta de interesse da sociedade civil para esta questão, ainda fundada na ideia de que o Estado tudo resolve, não ajuda a um debate alargado. A reforma da segurança social precisa de um amplo consenso. Uma reforma assente na redução das pensões e no corte de direitos obviamente que tem de ser feita pela calada, como aconteceu com a pretensa reforma de 2007. Tomaram-se nessa época medidas necessárias, mas o modelo de financiamento não foi alterado. Os problemas de base não foram corrigidos. Era uma questão de tempo. Desta vez foi mais rápido do que o previsto. Foi a crise.
    Caro Tonibler
    A falência é um processo. O problema é sempre o mesmo. As medidas reformistas só têm normalmente impactos mais para a frente e quem é afectado no futuro não percepciona no presente o que lhe vai acontecer. Muitas vezes aos políticos interessa-lhes que não percepcionem. Outros interesses se levantam.
    Caro jotaC
    Apenas uma mínima percentagem da população faz uma pálida ideia do problema. O nível de iliteracia geral é grande, não ajuda. Terreno propício para a desinformação.
    José Mário
    Apanhou muito bem a parte final do post, foi lá colocada para sublinhar o que está em causa.

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  7. Tem de ser tudo muito bem explicado porque é que se torna necessário cortar nas pensões dos "velhos" à bruta porque isto não dá para todos.É verdade que o voto "grisalho" pode ser um problema e por isso é fundamental que não haja alternativas politicas viaveis .
    Portanto deve-se falar sempre em "escrupulos ideológicos" porque seria um luxo nestes tempos te-los morais.
    manuel.m

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  8. RAIZ ...RUMO...LIBERDADE ..

    Contrariando o silencio cúmplice dos pardalitos da esquerda...

    http://doportugalprofundo.blogspot.com.br/2012/04/raiz-rumo-e-liberdade.html

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  9. Mas como acreditar se os políticos são uns grande aldrabões.... só dizem mentiras.... ou o que é agora politicamente correcto em substituição da apalavra "mentira", só dizem inverdades....
    Não percebo este texto, (eu também sou muito burra) o que é a verdade??? a do Passos???
    A verdade é que a segurança social está falida.... e o país também. O nosso primeiro sabe isso mas não diz para não alarmar, e para evitar uma corrida aos bancos (deve ser alguma técnica de brainstormin). Não temos condição fisica para correr e quis-nos poupar...pois pois.
    Um dia desses ele vem confessar... Há i tal...tinha que ser em segredo porque vocês são uns malandros e coisa e tal.... é a conjuntura, nós não temos culpa, afundamos isto mas... please....
    Estou farta das inverdesades e dos politicos, por isso propunha que o país não politizado (ou seja não instrumentalizado pela politica e pela "sede" de poder)não fosse votar... talvez eles percebessem (acho que nem assim iam lá)... estão-se nas tintas para o povo...

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  10. É difícil parar a indignação do povo Português com algumas das medidas actualmente implementadas (sem sentido crítico de mudança), mesmo daquele que se confunde com a actual maioria.

    Perdemos soberania, é verdade! Mas também para que queremos ser soberanos se, quando o somos, só o somos para uma pequena minoria iluminada(iluminada=partidarizada),que teima em não perceber que só se ouvir a si própria é para além de fastidioso, pouco inteligente. A grande família dos partidos tem de mudar, porque o país também está a mudar.

    Mais do que um ajustamento económico, o que precisamos é um ajustamento ético do sistema (o acabar com, o estás contra uma medida és contra mim, ...).

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  11. Caro manuel
    Tudo deve ser explicado, não porque estamos em crise, mas porque a crise o impõe. Estamos habituados a não dar explicações e a não pedi-las. É cultural.
    Cara Margarida
    O seu comentário faz-me lembrar a imagem do copo meio cheio, meio vazio. O que é verdade para uns pode transforma-se rapidamente numa mentira para outros, o que é verdade num momento, no momento seguinte pode ser mentira, já não há verdades absolutas, como também não há mentiras absolutas. Isto diz muito do clima de crispação política que se vive.
    Caro Pedro Almeida Sande
    A crise de princípios e valores acompanha-nos há muito tempo. É uma crise que não é fácil de resover.

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