1.Depois de algumas semanas de acalmia, que se seguiram à gigantesca injecção de liquidez no sistema bancário europeu promovida pelo BCE, em Dezembro de 2011 e em Fevereiro último, eis que o nervosismo volta aos comentários sobre a zona Euro, multiplicando-se as profecias sobre o seu desmembramento...
2.Da parte de comentadores anglo-saxónicos, então, tem sido uma verdadeira avalanche de vaticínios sobre o “break-up” do Euro ou, pelo menos, da sua actual configuração - sendo denominador comum a já habitual profecia sobre o abandono da Grécia, muito provavelmente seguida por idêntico passo por parte de Portugal e de outros aflitos...
3.Nestes últimos dias tem sido a Espanha o alvo preferido das atenções no que respeita a uma possível necessidade de um resgate financeiro como aquele que foi proporcionado à Grécia, a Portugal e à Irlanda, tendo os juros implícitos na cotação da dívida espanhola a 10 anos subido ontem ligeiramente acima dos 7% - nível entre nós considerado umbral da fatalidade, há pouco mais de 1 ano, mas ao qual acabamos por nos habituar na sequência da operação de resgate...
4.Continuam também as proclamações quanto à insuficiência – ou mesmo contradição – das medidas tomadas pelos responsáveis da zona Euro no sentido de corrigirem os desequilíbrios enfrentados pelas economias dos países membros mais vulneráveis.
5.Volta a dizer-se que a austeridade não só não resolve como agrava a situação de instabilidade na zona, que não permite aos países em crise financeira ultrapassar essa crise, contribuindo mesmo para a aprofundar.
6.O Snr. George Soros, famoso investidor financeiro tornado milionário e nas horas vagas também comentador especializado, vem proclamar, em artigo editado na edição do F. Times de hoje, que a crise da zona Euro “ entrou numa fase porventura menos volátil mas mais letal”...
7.Nesse artigo, Soros aponta o que considera as inconsistências de funcionamento da zona Euro e propõe alguns remédios inovadores, nomeadamente a criação de um veículo especial (SPV) que assumiria a parte da dívida pública em excesso de 60% do PIB dos países membros que provem respeitar a disciplina orçamental (a nós até nos dava imenso jeito)...
8....sendo que, em caso de violação da disciplina, esses mesmos países ficariam sujeitos a um castigo muito pesado, equivalente a uma taxa de juro penalizadora sobre essa mesma dívida...
9.Enfim, a ebulição parece estar de regresso à superfície da zona Euro, e ainda faltam 3 semanas para as eleições parlamentares na Grécia...tenho para mim a noção de que vamos continuar nesta agitação por mais algum tempo, talvez por muito tempo...
10.É bem possível que a forte descida dos juros das dívidas dos países da zona sujeitos a maior pressão dos mercados, verificada nos últimos meses, tenha causado incómodo a muitos investidores...
11.Com a retoma da ebulição, os juros subirão (já subiram) alguma coisa...esta agitação mediática até compensa...
2.Da parte de comentadores anglo-saxónicos, então, tem sido uma verdadeira avalanche de vaticínios sobre o “break-up” do Euro ou, pelo menos, da sua actual configuração - sendo denominador comum a já habitual profecia sobre o abandono da Grécia, muito provavelmente seguida por idêntico passo por parte de Portugal e de outros aflitos...
3.Nestes últimos dias tem sido a Espanha o alvo preferido das atenções no que respeita a uma possível necessidade de um resgate financeiro como aquele que foi proporcionado à Grécia, a Portugal e à Irlanda, tendo os juros implícitos na cotação da dívida espanhola a 10 anos subido ontem ligeiramente acima dos 7% - nível entre nós considerado umbral da fatalidade, há pouco mais de 1 ano, mas ao qual acabamos por nos habituar na sequência da operação de resgate...
4.Continuam também as proclamações quanto à insuficiência – ou mesmo contradição – das medidas tomadas pelos responsáveis da zona Euro no sentido de corrigirem os desequilíbrios enfrentados pelas economias dos países membros mais vulneráveis.
5.Volta a dizer-se que a austeridade não só não resolve como agrava a situação de instabilidade na zona, que não permite aos países em crise financeira ultrapassar essa crise, contribuindo mesmo para a aprofundar.
6.O Snr. George Soros, famoso investidor financeiro tornado milionário e nas horas vagas também comentador especializado, vem proclamar, em artigo editado na edição do F. Times de hoje, que a crise da zona Euro “ entrou numa fase porventura menos volátil mas mais letal”...
7.Nesse artigo, Soros aponta o que considera as inconsistências de funcionamento da zona Euro e propõe alguns remédios inovadores, nomeadamente a criação de um veículo especial (SPV) que assumiria a parte da dívida pública em excesso de 60% do PIB dos países membros que provem respeitar a disciplina orçamental (a nós até nos dava imenso jeito)...
8....sendo que, em caso de violação da disciplina, esses mesmos países ficariam sujeitos a um castigo muito pesado, equivalente a uma taxa de juro penalizadora sobre essa mesma dívida...
9.Enfim, a ebulição parece estar de regresso à superfície da zona Euro, e ainda faltam 3 semanas para as eleições parlamentares na Grécia...tenho para mim a noção de que vamos continuar nesta agitação por mais algum tempo, talvez por muito tempo...
10.É bem possível que a forte descida dos juros das dívidas dos países da zona sujeitos a maior pressão dos mercados, verificada nos últimos meses, tenha causado incómodo a muitos investidores...
11.Com a retoma da ebulição, os juros subirão (já subiram) alguma coisa...esta agitação mediática até compensa...
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarEsta "agitação" era escusada se, a Espanha, não tivesse optado pelo comportamento, digamos, irreflectido que tomou.
Parafrasenado um conhecido comentador da praça, não lembra ao "careca" assinar novas regras financeiras para, em pouco mais de 24 horas, informar todo o mundo, inclusive os subscritores do pacto que não ia cumprir...este ano. Não havia necessidade....
A manifesta "irritação" dos principais parceiros, neste caso capitaneados por Mário Monti, é a prova provada disso mesmo.
Acompanhando-o na previsão de instabilidade, nos tempos mais próximos os nossos vizinhos, vão "grelhar" sem grandes apoios e, serão obrigados a "arrepiar" caminho, adoptando medidas mais duras do que desejariam.
Cumprimentos
joão
Acho engraçadas as opiniões dos economistas quando se referem às medidas "duras" que, ou por imposição da Troika, ou dos próprios governos, são precisas adoptar.
ResponderEliminarMas ainda não ce percebeu que o agravamento da economia e a necessidade de adoptar imparávelmente, medidas cada dia mais "duras" é, na realidade o resultado de um vício que foi introduzido nas sociedades pelo capitalismo, esse vício chama-se consumismo.
Nesta altura, por força das circunstâncias, tornou-se forçoso para a maioria das populações e dos governos dos estados, reduzir esse vício, no entanto, a dívida anterior mantem-se e a presente agrava-se por força do endividamento constante, para conseguir satisfazer a gula insaciável dos que emprestaram o dinheiro, com o objectivo de o fazer capitalizar exageradamente.
Quando José Socrates diz que as dividas não são para se pagar, acaba por ter alguma razão; não fosse ele co-responsável por uma boa fatia da divida soberana de Portugal e poderíamos conferir-lhe a totalidade da razão.
Na verdade, penso que ninguém poderá ser ingénuo ao ponto de acreditar na possível liquidação da dívida soberana, como se fosse de um andar, ou de uma moradia.
O desfecho deste estado calamitoso em que o nosso país e a Grécia se encontram e muito provávelmente, mais uns quantos a breve trecho, não é, em minha opinião, prognosticável. Muito provávelmente, como em outras situações, no futuro, prevalecerá a lei do mais forte, pelo que, não será difícil profetizar uma guerra mundial.
A ver vamos.
Acabei de ler os pontos 10 e 11 e, acredite, caro Drº Tavares Moreira, fiquei deveras confuso pelo facto dos investidores ficarem preocupados com a descida dos juros (10), e satisfeitos com a retoma da ebulição e consequente especulação (11)! Mas afinal os investidores preferem mercados instáveis?
ResponderEliminarCom Rajoy descobriu-se agora que a Espanha tem várias "Madeiras" mas em tamanho (de buraco financeiro ) mais tipo Groenlandia .
ResponderEliminarHá vários Ministros a dizer públicamente que o Estado Central (Madrid) é completamente disfuncional e as Autonomias terão de devolver vastos poderes .Como porém convencer os Bascos,Catalães e Valencianos ,entre outros ,a aceitar a medida pacificamente é que não se vislumbra.
É que os Espanhois podem ser "Nuestros hermanos" em muita coisa mas não certamente nos "brandos costumes".
No fim vem a fatal e inevitavel pergunta : Quem paga ?
Dão-se alvíssaras.
ouvi há pouco C.Lagarde,presidente do FMI, dizer que o "ligeiro alívio" do stress da crise da Europa se deveu ao dinheiro que o BCE lançou na economia mas que "agora" (presumo que se refira à resistência da Alemanha à continuação dessas mãos largas)a crise deverá voltar à Europa "e em força". Pareceu uma noticiazita sem importância, sem comentadores nem mesas de refelxão a seguir, mas eu fiquei muito preocupada. E este post confirma esse receio.
ResponderEliminarQunato à Espanha, está num processo perigosamente semelhante ao que a Grécia, a Irlanda e nós também sofremos: a evidência,a recusa, os "boatos" desmentidos, o aumento das taxas de juro, em breve será o stress da colocação de dívida no mercado, a descida dos ratings, a descoberta de "buracos", a descida dos ratings, etc, até ao desenlace. Mas que é um barco muito grande, isso é, e que não são tão sofredores de má consciência como nós, isso nao são. Acho que o caro Bartolomeu tem uma visão bem realista do que pode acontecer...
A questão que se coloca aos cidadãos Portugueses e muitos Europeus é, vamos resolver o problema da Europa com 25% de desempregados?
ResponderEliminarAinda ontem o "odiado" ex-ministro das finanças Teixaira dos Santos, dizia que a Europa da zona euro precisa de criar mecanismos financeiros tipo eurobonds ou qualquer coisa parecida, cujo fim seja o mesmo.
ResponderEliminarÉ verdade que muitos, e desde há muito tempo, o tinham dito, mas muitos outros, defensores dos mercados são de opinião contrária. E, por isso, realcei o ponto 10 e 11 pra reforçar a minha convicção de que aos mercados interessa instabilidade...
Há duas hipóteses para os países europeus que ninguém tinha pensado ainda. Uma é unirem-se, outra é desunirem-se.
ResponderEliminarPaíses sem emissão de moeda não são, financeiramente, países. Ou querem continuar a ser países - e então desunem-se e acabam com o euro de vez. Ou querem fazer parte da grande "europa dos cidadãos" e entregam o orçamento a Bruxelas (mas não se esqueçam da justiça outra vez!). Há sempre a hipótese de deixar tudo na mesma e fazer com que uma das duas hipóteses anteriores surja naturalmente.
Francamente, não entendo o porquê de tanta teoria, discussão, pacto, acordo, truque (estilo eurobonds).... Parecem miúdos às espera que o professor se esqueça dos trabalhos de casa.
Caro Tonibler, se Deus quisesse que fossemos todos brancos, não teria feito aparecer pretos em áfrica, amarelos na ásia e encarnados na américa, assim como, se quisesse que fossemos todos prósperos, não teria feito climas desérticos e áridos e... se quisesse que o mundo ´se concentrasse numa só europa, não teria separdo os continentes.
ResponderEliminarPortanto, a solução para a humanidade, passa em primeiro lugar pelo reconhecimento da igualdade, conciliado com as diferenças.
A globalização foi pensada, acho eu, numa optica de entreajuda, da qual todos sairiam beneficiados. Para que este ideal desse certo, nunca poderíamos pretender subjugar o outro sob que pretexto for. Tão pouco, pretender ser economicamente mais forte que aqueles que não pertencem ao círculo. Insistindo nestes pontos, a competitividade tende a assumir contornos de prepotência e de sobreposição, re conduzem inevitávelmente à aniquilação dos que possuem menos recursos económicos, ou naturais.
O equilíbrio em matéria de economia, só é possível de atingir, anulando os conceitos de "grandes potências" e de "grande capital" as fronteiras que delimitam mas que também definem os territórios, as linguas, os costumes, as tradições, os credos, etc. podem perfeitamente manter-se em harmonia com um ideal de prosperidade onde os valores principais sejam o intercâmbio do conhecimento e as trocas comerciais pelo justo valor, não excluindo obviamente o lucro inerente ao custo da produção.
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarAo contrário do que 90% de economistas pensam, não existe equilíbrio económico. Economia é o contrário de equilíbrio. Portanto, crises e bolhas, em intervalos arbitrários de tempo, acontecem sempre por que nós somos tentados a fazer trocas. A globalização não foi "pensada" nem poderia ser, ela resulta da natureza do homem.
Os agregados humanos respondem a este carácter crítico da economia no seu conjunto, os conjuntos que não o fazem, morrem. Acontece com as empresas, com as famílias, com todos os agregados que não encontram forma de desalavancar em função do (de)crescimento. Se os países europeus não o conseguem fazer no seu conjunto, vão ter que fazer separados. Ou sobrevivendo, ou morrendo. E aprece relativamente óbvio para toda a gente, incluindo aqueles que têm depósitos nos bancos e os queres de volta, que juntos não vai ser.
A selecção natural fez-nos brancos, pretos, amarelos e até deixou alguns para trás que se designam por sportinguistas, mas o instinto económico é algo muito pouco sofisticado, algo que nos diferencia marginalmente dos outros primatas e, por isso, não há que esperar grandes diferenças entre os seres humanos relativamente a isso.
Caro Tonibler,
ResponderEliminarJulgo compreender a razão como equaciona de forma tão desapaixonada, para não dizer glaciar, esta questão, mas deixe-me ironizar um pouco…
Partindo do seu ponto de vista, e sendo o país pobre, desde sempre, não devíamos ter aderido ao euro, o que entra em contradição com os princípios que nos levaram a aderir. Lembra-se certamente daquela conversa dos políticos: “pelotão da frente, a europa a uma velocidade” etc. Ora, o sonho, era tão só, sairmos da pobreza que nos consome.
Sabemos que não estivemos bem, cometeram-se políticas erradas, mas também estamos a pagar por isso! Passar a ideia que pretendemos viver a expensas dos alemães parece-me injusto…os sacrifícios são imensos, há gente na miséria, empregadores, desempregados, reformados. Em suma, estamos a pagar pela nossa incapacidade, mas rumo a um objectivo que não queremos de maior pobreza!…
Impõe-se, pois, que a europa seja clara, defina regras consentâneas com o bem estar dos povos e, para isso, terá de criar as engenharias financeiras necessárias, alargar parazos, sendo que a indefinição não me parece boa conselheira…
Os países são formados por pessoas, haverá alguém que consiga viver permanentemente com uma corda ao pescoço!?
Caro jotaC, permita-me uma pequena achega ao seu comentário.
ResponderEliminarQuando se começou esta integração Europeia contra-natura fez-se por causa da Alemanha e realmente toda a gente por essa Europa fora contava viver à conta da Alemanha. Tudo contava que a culpa Alemã pela 2a Guerra perdurasse nos tempos e em simultâneo que a gratidão por os restantes países terem permitido a reunificação levasse os Alemães a abrir os cordões à bolsa ad aeternum. São dois pensamentos totalmente tolos e que não levam em linha de conta nem sequer a natureza humana quanto mais a natureza Alemã em particular. Claro que quando a Alemanha fez saber que não ia continuar a suportar o guarda-chuva debaixo do qual todos achavam que cabiam as coisas começaram a dar para o torto.
Caro c) PAS PASande
ResponderEliminarApenas uma pequena rectificação: a média de desemprego na europa a 17 é de 10.8; só Espanha tem 25%, a Alemanha está nos 6%.
Assim sendo, os 25% de desemprego são um problema primeiro espanhol e só depois europeu
Cumprimentos
joão
Caro Tonibler
ResponderEliminarEssa de não haver equilíbrio económico não lembra a qualquer manual de macroeconomia.
Abri ao acaso um dos manuais de macroeconomia que por aqui pululam e o que encontrei logo numa abertura de página aleatória: o ponto de equilíbrio dá-nos o par de valores rendimento e índice de preços que equilibra, em simultâneo, os mercados real, monetário e de trabalho.
É assim tudo uma questão de variáveis, queiram os povos (e os seus representantes)perceber que o espaço onde se jogam as determinantes da procura e rendimento agregado, é todo o espaço da União e não só o de países determinados.
Por conseguinte, e é isso que defendo há muito, a questão Europeia mais do que económica é uma mais uma questão daquilo que os Europeus na realidade pretendem.
Pertencer a um espaço que se pretende uno, ficando com os dois pés vincados no seu próprio território, é que não é possível e não promove equilíbrios.
Caro João Jardine
ResponderEliminarÉ verdade que o desemprego (actual, não prevísivel na Europa do euro) é de 10,8%. Mas o desemprego numa região da União que se pretende Europeia não é um problema apenas Espanhol (e Português, porque garanto-lhe que o nosso desemprego real já deve rondar quase essa taxa), é um problema Europeu e que têm consequências a prazo nas outras soberanias.
Caro PASande
ResponderEliminarO desemprego é um problema europeu mas começa por ser um problema local.
Ou admitimos que estamos em semi federalismo ou não; tambem o desemprego na California é um problema norte americano mas, antes de tudo é californiano.
Na medida em que a Alemanha caminha para o pleno emprego, verifica-se já, um fenómeno de absorção de mão de obra excedentária nos países limítrofes; a crise, por motivos diversos pode mesmo incrementar a livre circulação de pessoas. Em qualquer circunstância, os custos do ajustamento verifiar-se-ão e com dureza. As panaceias prometidas ou propostas não vão aliviar a dor.
Cumprimentos
joão
Caro Zuricher,
ResponderEliminarPermita-me discordar dos pressupostos em que sustenta o seu comentário.
Como sabe somos um país de emigrantes, a geração anterior à minha (tenho 58 anos) também não escapou a isso, contribuiu com o seu trabalho (remunerado) para a reconstrução e enriquecimento da Alemanha.
O facto da Alemanha ter sido protagonista de relevo na 1ª e 2ª guerras, não me parece que suscite dos países flagelados sentimentos de “cobrança” que refere.
A EU nasce, também, de sentimentos altruístas, da necessidade de supressão de contrastes entre os países (superabundância/pobreza) e da defesa da própria Europa.
Cps.
A europa, não existe. Hoje a dita união funciona tipo, cada um por si. Alguém aqui acredita que os países que ajudam um terceiro, caído em desgraça, é por puro altruísmo? É sim, para evitar repercussões na casa própria, devido aos interesses nesse país. O resto é ingenuidade pura. Quem lê alguma bibliografia sobre qual era sentimento alemão pelo outros povos no pré-2ªguerra e lida hoje com a comunidade alemã cá instalada por razões profissionais, apercebe-se bem que o que eles sentem hoje por nós está muito próximo do que era então. Acontece exactamente com os povos do norte da europa, relativamente aos do sul. Alguém no seu perfeito juízo, acredita mesmo numa europa una?
ResponderEliminarSó uma pequena correcção. Os juros não chegaram aos 7% mas aos 6%.
ResponderEliminar7% talvez para a semana.
O BCE deu dinheiro aos bancos (há quem chame injecções de dinheiro tóxico)e estes compraram dívida pública. E agora resulta que esta dívida está debaixo de pressão e causa tensões no mercado.
Parecem umas baratas tontas esta elite financeira e dirigente europeia.
Caro Ljublana
ResponderEliminarTodos aqueles que querem evitar esse clima de pré - 3ª guerra. A UE não é um projecto acabado mas um processo de avanços e recuos. Estamos na cova da onda de gerações com pouca memória e educadas no consumismo, no comodismo, na indiferença e na participação.
Mas caro amigo, as inevitabilidades estão aí para serem negadas.
Haja visão e vontade.
Caro JJardine
Parece tão fácil. É que o maior inimigo é o que está dentro de nós. É libertar a sociedade civil, os agentes económicos (não os sangrar) algo que conquistou "as massas" para a mudança.
O problema foi o dia seguinte, nesta espécie de estado de infelicidade muito acima do nosso lugar no IDH.
Parece difícil, mas não é. Veja os comentários dos Brasileiros à lufada de alma nova trazida por Lula da Silva e ainda mais pela Dilma.
...na imparticipação.
ResponderEliminarCara Ljubljana,
ResponderEliminarTem toda a razão, é preciso ser muito ingénuo para acreditar que um país ajude outro por puro altruísmo!? O que se disse, no antecedente, por outras palavras, foi que na génese da EU, estão "também" princípios altruístas...
Mas traz-nos más notícias! Não sabia que o sentimento do povo alemão para com os estrangeiros regrediu para o séc XX...
Cps.
Caros Comentadores,
ResponderEliminarRegisto o alto nível do debate que este simples Post propiciou, e explico que só agora entro no mesmo porqur, para além de outras ingentes tarefas, tenho estado ocupado a tentar perceber o que se passa de verdadeiramente novo em Espanha que justifique esta azáfama dos comentadores/profetas da desgraça (predominantemente anglo-saxónicos, com argumentação variada mas toda voltada para um possível resgate de Castela).
E estou tentado a concluir - não concluí ainda, mas não estarei longe - que o que há de novo é tudoo velho, a desgraça financeira das Autonomias e das Municipalidades, só que até agora era algo que estava escondido sob tapetes preciosos e agora está à vista de toda a gente...
Tenho a perecpção de que estamos em vésperas de uma feroz, fratricida mesmo, luta entre o poder central e o poder das Autonomias...como vai terminar, não sei - será que só mesmo com um resgate financeiro?
Que os mercados não deixarão de aproveitar para alargar os spreads da dívida espanhola e assim justificar ainda melhor a estratégia de carry-trade...
Caro Pedro Almeida Sande, concordo consigo quando diz que estamos na cova da onda (ou ainda na fase descendente?) com gerações sem memória de tempos mais dificeis. Enfatizo, porém, que não são apenas os governantes mas também os cidadãos e que estes vêm demonstrando em vários países o seu descontentamento com uma série de coisas relacionadas com a Europa, por um lado alheando-se das eleições relacionadas com a Europa e por outro dando crescentemente o seu voto a partidos de extrema-direita com propaganda anti-Europa. O discurso anti-Europeu está a calar fundo em vários países. Lembro, porém, que esta situação não é nova e já sucedeu no passado.
ResponderEliminarNa ressaca das guerras Europeias provocadas por Napoleão e pela dissolução do Santo Império Romano, Klemens von Metternich foi anfitrião do Congresso de Viena do qual saiu o Sistema de Viena ou Sistema de Metternich, um sistema de equilibrios e consultas ao Congresso sobre quaisquer disputas em todo o território Europeu que visava precisamente, dado o historial das décadas anteriores, impedir a guerra. O sistema do Congresso de Viena funcionou bastante bem até finais do século XIX, inícios do século XX quando ascendeu ao poder em vários países uma nova geração, a 2ª ou 3ª depois do continente ter estado a ferro e fogo e o resultado foi a Grande Guerra.
Caro jotaC, não partilho, em absoluto, os seus sentimentos de que a União Europeia (não confundir com a CEE) nasça seja de que sentimos altruistas for. A integração Europeia a marchas forçadas a que assistimos desde 1989/90 foi a resposta encontrada por vários países Europeus com particular ênfase para a França e o Reino Unido para placar uma Alemanha unida que muitos temiam tornar-se-ia demasiado forte. A reunificação Alemã despertou muitos fantasmas do passado e tentou-se envolver a Alemanha com todos os demais países do continente de maneira a que esta não tivesse assim tentações expansionistas ou de domínio como no passado. Destes medos nasce a integração Europeia. Ou seja, uma união feita pelos motivos errados.
Caro Sande,
ResponderEliminarEncontra o equilíbrio económico em todos os manuais de Macroeconomia? Então sou eu que não tenho razão, porque as vezes que os macroeconomistas estão certos mostra que quem não tem razão sou eu...
Caro jotac,
Eu não defendi que Portugal não deveria ter aderido ao Euro. Agora, posso-lhe dizer que não deixámos de ser pobres, o que aconteceu é que, durante uns tempos, vivemos como ricos.
A galera fala fala fala fala ..
ResponderEliminarMas tem que produzir produzir produzir produzir .
Tem um pensamento dominante que o Bartolomeu encarna que é de que fazer algo que seja vendável é capitalismo consumista .
Enquanto esse for o pensamento dominante iremos descer ...quando esse pensamento for invertido iremos parar de descer e voltar a subir .
Enquanto não for feito um altar ao empreendedor com tudo o que isso significa ..não pararemos de descer ..
Olha agora o belo exemplo de um brasileiro que vendeu a sua empresa ao facebook por 1 bilhão de dolares.O Instagram é de um brasileiro.
Produzir produzir produzir e não preguiçar não preguiçar não preguiçar ...Mas se as regras são uma bosta quem vai estar a fim de batalhar ?Às vezes conto a alguns amigos que em Portugal , qd um empreendedor contrata alguém ..só pode despedi-lo por justa causa ..e fazer "corpo moli" não é justa causa ..a galera dá risada e não acredita ...ahahaha
Muito engraçado ..o pessoal fica assim imaginando como será que pode funcionar ? Não pode...não funciona ...
Durante as ultimas 4 décadas se perseguiram os criadores de emprego ..vulgo empreendedores ..vulgo patrões ..vulgo quem tem sonhos ..vulgo que corre atrás !!!
Para além de terem sido criadas n dificuldades às novas vontades ..se destruíram paulatinamente as antigas ..
A liberação selvagem de mega shoppings destruíram uma miríade de pequenos comércios com pequenas industrias associadas ...que juntos criavam um tecido económico ..se volatilizou na longa noite socialista ...de 4 décadas ..
Se foi longe demais .
Caro Carlos Sério,
ResponderEliminarEsqueci dizer que tem toda a razão quanto à taxa de juro da dívida espanhola, é 6% e não 7%, eu estava errado!