Uma jovem portuguesa trabalha em Londres, numa multinacional americana, foi admitida há um ano, incluindo neste período os seis meses probatórios. A assinalar o 1º aniversário na empresa, recebeu uma carta da sede, nos EUA, em que faziam uma apreciação muito elogiosa do trabalho desenvolvido, evidenciando as características que lhe tinham observado neste tempo e terminava dizendo que a empresa e os seus directores estavam muito contentes por ela fazer parte da empresa.
Uma jovem portuguesa trabalhava numa boa empresa portuguesa, tinha sido a melhor aluna do curso, dotada de uma inteligência invulgar e cheia de brio pelo seu trabalho. Ao fim de três anos não se queixava do salário mas nunca tinha recebido qualquer avaliação do seu trabalho, havia constantes reestruturações internas que dividiam equipas e desistiam de objectivos, não tinha horas de sair e comentava que não sabia ao certo o que esperavam dela. Pediu para ir frequentar um MBA de grande qualidade, precisava apenas de uma tarde por semana, responderam-lhe que a empresa não precisava que ela se qualificasse mais e sentiu uma frieza crescente desde esse seu atrevimento. Despediu-se, pagou a formação com as suas poupanças, na viagem final da formação uma empresa já não sei de que nacionalidade contratou-a para o Brasil, onde está há quase um ano.
O Verão traz-nos de volta, por breves dias, estes nossos jovens que foram ver outras paragens, conhecer da forma mais dura a razão dos nossos insucessos, que tantas vezes não resultam da falta de dinheiro mas de uma absurda incapacidade para valorizar e estimular os que se dispõem a lutar e a dar o seu melhor..
Espero sinceramente que esta geração tão qualificada e tão capaz de comparar e tirar conclusões possa um dia voltar e trazer com eles o muito que aprenderam, para serem bons chefes, bons empresários e saibam como acolher e fazer crescer os que procuram e merecem ter oportunidades. Não por solidariedade, ou porque a lei manda, mas porque, muito simplesmente, é do interesse mútuo.
Muito bem!
ResponderEliminarSuzana, é mais um choque de gerações, dos jovens qualificados com uma classe de empresários e gestores desqualificados. Uma desqualificação que não é um exclusivo do sector privado. Explica muito da situação a que o país chegou.
ResponderEliminarCaríssima Dr.ª Susana:
ResponderEliminarO essencial dos nossos problemas residem na nossa idiossincrasia, na nossa (in)capacidade de organização (de todos os aspectos da nossa vida), muito mais do que nos epifenómenos (do tipo Sócrates, por mais nefastos que tenham sido, e foram, de facto).
Concluindo, na nossa incultura mais ou menos generalizada, que vai muito para além dos analfabetos literais ou funcionais.
Deixo-lhe apenas um exemplo:
Onde vivo há um castelo que se avista a 50 km de distância. Até antes da crise estava iluminado, o que valorizava o monumento e atraía visitantes à povoação, animando o comércio local.
Foram apagadas como medida de poupança.
Entretanto, de manhã, a iluminação pública das ruas está acesa até 45 minutos depois de o sol nascer; à noite acende 11 minutos ante de o sol se pôr. E isto não contando com os 2 períodos entre o nascer e o pôr em que ainda não é necessário luz artificial, mais ou menos 30 minutos cada um.
E tudo se passa perante a passividade das autoridades locais, as que pagam a iluminação do castelo e a pública das ruas.
Enviei um e-mail para a Junta de Freguesia e para a Câmara, da Junta responderam na hora a dizer que não era com eles, da Câmara que iam estudar o assunto.
De facto, requer um profundo estudo até se concluir que uma célula fotoeléctrica a regular o acendimento e o apagamento automático pela luminosidade resolvia o problema.
A pobreza em Portugal, verifica-se a vários níveis e, geralmente, na razão inversa do aumento do capital.
ResponderEliminarRecordo-me de em miudo - isto nos tempos em que os portugueses eram governados por um regime ditatorial, repressivo, fascista - de se comentar, tal como hoje fazemos nos blogs, mas naquela altura sem blogs; empresas que foram erguidas do nada, pela força e o empenho de um idealista e que atingiram graus elevados de sucesso e ainda, que esse sucesso se devia também à ajuda dada pelos funcionários que constantemente se excediam nas funções para que foram contratados, progredindo e da experiência obtida, apresentavam sugestões aos patrões para que fosse ainda maior o progresso.
Eram inúmeros os exemplos de empresas que ainda antes do 25 de Abril aderiam a novas técnicas industriais, renovando os equipamentos e qualificando os operários. Sei pessoalmente de uma empresa que enviou faseadamente à Alemanha todos os seus empregados fabris, enquanto ía renovando a frota de máquinas e assim adquirindo melhor qualidade e maior quantidade de produção.
É certo que nem todos os empresários tiveram a mesma visão. Alguns, poucos, mais conservadores e porque a idade era já avançada, optaram por manter a mesma tecnologia, perdendo alguns a competitividade. Aqueles que foram apanhados pela revolução de Abril de 74, foram expropriados des suas empresas, outros abandonaram-nas e saíram do país, outros ainda, não aguentando os actos de vandalismo e de ocupação e usurpação daquilo que lhes pertencia, acabaram por colocar termo À vida.
Hoje estaamos a viver uma fase de renovação. De renovação de mentalidades, de renovação de métudos de gestão, a isso obriga as exigÊncias de um mundo globalizado, que se move à velocidade da luz. Um mundo imensamente consumista, tanto de bens como de almas...
Pão de pobre cai sempre com a manteiga para baixo... Somos pobres por isso e por sermos pobres é assim.
ResponderEliminarMurphy said...!!!
ResponderEliminar;))
Não é "também assim", É ASSIM que se ilustra a nossa pobreza!
ResponderEliminarUm país que não premia o esforço, que não reconhece o mérito, que não eleva os seus melhore, merece todas as desgraças por que está a passar.
Eu,um simples operário emigrante na Holanda desde 1964 e já velhote
ResponderEliminar(88anos)quando em Portugal trabalhava,um dia disse ao patrão que me pedia explicações a respeito dum dado trabalho e eu respondi que pensava que como eu tinha feito, seria a melhor maneira e êle me respondeu:-Você não tem nada que
pensar,pois para pensar,estou cá eu.Mas aqui na Holanda,um País democrata e liberal,na Fábrica onde trabalhei,um dia também numa situação semelhante o Capataz holandês também me deu a mesma
resposta:-Para pensar,estou cá eu.