segunda-feira, 2 de julho de 2012

A Agenda de Seguro: vazia de política, abundante de teoria

António José Seguro abunda na demagogia o que lhe falha na política e na economia. A sua Agenda para o Crescimento é o mais vazio dos conjuntos vazios.
Porque insiste em obter dinheiro directamente do BCE, quando sabe que os Estatutos do Banco expressamente o proíbe. E culpa Passos Coelho do facto.
Porque insiste na ideia de que se o BCE emprestasse ao Estado a 1%, não era preciso cortar Subsídios de Natal e de Férias. Mas não diz que, para isso, era preciso que o BCE tomasse toda a dívida portuguesa. E, se tomasse, nada justificaria que não absorvesse toda a dívida irlandesa, espanhola, italiana. De onde lhe vinham os fundos, Seguro não diz. Da criação de moeda, suspeito. Mas culpa Passos Coelho de cortar subsídios com remédio simples tão à mão!...
Por que insiste nos Eurobonds, que Hollande já abandonou, como era previsível.
Mas Seguro sabe que tanto Eurobonds como emissão de moeda como forma de financiar dívida pública são operações impossíveis no actual estádio de construção da Europa.
Nenhuma ideia de Seguro traz qualquer valor acrescentado à sua Agenda vazia. Seguro não faz política, faz teoria, como dizia Ricardo Reis num artigo no DN de ontem e que inspirou este post.
Em política, Seguro só chuta para fora. Mas não falta gente a ver golos na baliza adversária. 

3 comentários:

  1. Aparentemente, os governos finlandês e holandês anunciaram que se vão opor a qualquer iniciativa do fundo de estabilidade europeu à aquisição de dívida pública, o que significa que, neste momento, o Seguro pode chutar para onde quiser, mas a mama acabou. Mais vale ir procurar um emprego sério porque no estado português não vai haver dinheiro tão cedo.

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  2. Caro Tonibler:
    É de crer que AJS milite numa área diferente do sistema solar.

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  3. É um discurso altamente inspirador...para expirar, logo de seguida!
    Em suma: inspirar, expirar...inspirar, expirar...no cômputo final, nada subsiste.

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