Vai por aí uma série de “pensadores”,
de Carvalho da Silva a Mário Soares e a José Reis e Boaventura Sousa Santos,
eméritos Director e Catedrático da Faculdade de Economia de Coimbra, passando
por Pilar del Rio, Vasco Lourenço, Ana Benavente, entre muitos, a criticarem o Governo pelas
suas políticas neoliberais e por não apostar no crescimento, através de mais
despesa pública.
Nas suas duas vertentes,
a crítica, além de ridícula, é risível.
Numa aposta, pode-se
ganhar ou perder. Mas apostar no crescimento através de mais despesa, nas
actuais circunstâncias, é pura perda, não é aposta. Se a doutrina funcionasse,
não só não teríamos chegado ao estado a que chegámos, como seríamos o país mais
rico do mundo.
E então a acusação de políticas
neoliberais, pelo facto de não recorrer ainda mais ao estado e à despesa, é um
espanto. Por um lado, porque esta ainda é elevadíssima; por outro, por se
esquecerem de dizer que os nacionais já não podem, e os estrangeiros já não a
querem financiar.
Os eméritos
pensadores dizem ter no bolso a alternativa. E, certamente, o dinheiro.
Para alguns dos eméritos pensadores, a alternativa, não revelada porque não convém, é a revolução socialista associada ao princípio do "Não pagamos!". Têm esperança de que após um período doloroso só possível com uma ditadura, talvez do proletariado, chegaremos a um paraíso só comparável ao que existe ainda em países como Cuba ou a Coreia do Norte. Outros, igualmente eméritos, preferirão soluções mais suaves, como convencer o BCE (e quem manda nele) a pôr a rotativa a trabalhar, convencidos que esta solução será eficaz com menos dor.
ResponderEliminarPonho as minhas fichas todas em Vasco Lourenço!
ResponderEliminarCaro Dr. Pinho Cardão;
ResponderEliminarDito dessa forma, fica no ar a sensação que muitos defendem a necessidade de um estado indiscriminadamente e aleatóriamente despesista, como formula para recuperar a economia portuguesa.
Não faço a menor ideia do que pensam em concreto, as personalidades que aponta no post. No entanto, não tenho qualquer espécie de dúvida, que a solução não passa com certeza, pelo aumento de impostos e a redução de salários e reformas, àqueles que já tão pouco ganham.
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarO respeito pelo próximo leva-me sempre a considerar válidas as propostas que, qualquer concidadão, proponha.
Mais interesse e vontade tenho quando se trata de cidadãos com notoriedade, prestígio e influência social.
Por isso, aguardo que me indiquem em concreto, onde é que propõem que se deve investir.
Não conheço propostas concretas, mas já ouvi muitas adjetivações.
Repare que não sou desmancha prazeres ao ponto de formular algumas questões de pormenor como seja quanto vai render o investimento, como o vamos pagar ou como o iremos realizar a manutenção.
Apenas e só onde vamos investir?
Se souber agradecia que me indicasse onde posso consultar as propostas.
Cumprimentos
joão
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarO respeito pelo próximo leva-me sempre a considerar válidas as propostas que, qualquer concidadão, proponha.
Mais interesse e vontade tenho quando se trata de cidadãos com notoriedade, prestígio e influência social.
Por isso, aguardo que me indiquem em concreto, onde é que propõem que se deve investir.
Não conheço propostas concretas, mas já ouvi muitas adjetivações.
Repare que não sou desmancha prazeres ao ponto de formular algumas questões de pormenor como seja quanto vai render o investimento, como o vamos pagar ou como o iremos realizar a manutenção.
Apenas e só onde vamos investir?
Se souber agradecia que me indicasse onde posso consultar as propostas.
Cumprimentos
joão
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarO problema do país reside nos dinheiros públicos consumidos na corrupção e má gestão dos negócios públicos. Desde há décadas que os partidos da área do poder souberam erguer um sistema de corrupção institucional que devora os parcos recursos do país. E, enquanto os portugueses não se virem livres deste sistema corrupto institucional jamais o país poderá progredir. É a crise nacional que se vem agravando de ano para ano. Claro que acresce à crise nacional, a crise internacional comum a outros países europeus. Estamos no entanto pior que qualquer deles. À crise internacional nós somamos a crise nacional, criada, mantida e aperfeiçoada pelas elites políticas do PS, PSD e CDS ao longo dos últimos anos.
Não são os custos do estado social que originaram a crise ou que dificultam o crescimento. É uma falsa questão. Basta olhar para os custos da despesa pública com o estado social dos países nórdicos para verificarmos não serem os custos dos estados sociais o problema das dívidas públicas ou do crescimento económico. Vejamos o exemplo da Espanha que tinha em 2007, no ano em que se iniciou a crise não um défice público mas um superavit e a dívida pública não chegava aos 40% do PIB, melhores índices que a Alemanha.
É uma discussão inquinada falar de despesa pública e estado social sem ter em conta estes factos.
Chegamos ao estado a que chegamos não pela despesa pública do estado social, mas pela corrupção institucional existente e pela crise internacional originada por um sistema financeiro corrupto e fraudulento. Portugal até 2007, e durante muitos anos, manteve a sua dívida pública controlada na casa dos 65%. Em cinco anos ela subiu para 118,5% como prevê o FMI para 2013.
Não se arranja aí no meio alguém que trabalhe mesmo, não? É que ajudava à credibilidade da coisa... um deles que ponha a cozinheira, ou o mordomo!
ResponderEliminarPS: Reparem como a aristocracia se impõe. Mulher de notável já é posto! "Diga lá, minha sra., o que fez na vida?" "O meu marido ganhou um Nobel..."
Caro Freire de Andrade:
ResponderEliminarPior ainda, é que tantas vezes isso é repetido, que se tornou um slogan e as pessoas já aderem a ele sem pensar.
Caro Ferreira de Almeida:
Uma verdadeira aposta vencedora!
Caro Bartolomeu:
Diz que "fica no ar a sensação que muitos defendem a necessidade de um estado indiscriminadamente e aleatóriamente despesista, como formula para recuperar a economia portuguesa".
Não sei se fica, mas a realidade é essa.
Diz também que "a solução não passa com certeza, pelo aumento de impostos e a redução de salários e reformas, àqueles que já tão pouco ganham". Aí, estou consigo. Mas ao ponto a que as coisas chegaram...
Caro João Jardine:
Diz que "o respeito pelo próximo leva-me sempre a considerar válidas as propostas que, qualquer concidadão, proponha.
Mais interesse e vontade tenho quando se trata de cidadãos com notoriedade, prestígio e influência social".
Aí discordo: é que nem todas as propostas se podem considerar válidas, seja quem for o proponente. E o critério do "respeito pelas pessoas" nada tem a ver com isso.
Por outro lado, notoriedade arranja-se facilmente com um razoável assessor de imagem; daí a prestígio e influência é um curto passo.
Visto isto, pergunta onde propõem que se deve investir. Defícil resposta, porque ainda nada propõem, deixam tudo no vago. Mas, a avaliar pelos abaixo assinados que muitos deles em tempos fizeram, e considerando que são coerentes com o passado próximo, as grandes obras públicas devem estar presumivelmente na sua (deles) mira.
Caro Dr. Pinho Cardão,
ResponderEliminarMas sobretudo por as "coisas" terem chegado ao ponto que chegaram, é que se torna necessário emenda-las.
E emenda-las não pode ser somente legislando e revogando aquilo que já se acha legislado. É, acima de tudo, decidir e executar com a consciência e o espírito, de que as decisões, irão provocar efeitos e esses efeitos poderão ser prejudiciais a umas pessoas, em benefício de outras.
Dirme-à que não existem decisões justas a ponto de num compto geral, saírem todos beneficiados, ou todos prejudicados.
Existem!
Aqueles que forem tomadas com espírito.
Lembro-me de António Vieira e de Pessoa e mais recentemente de Agostinho da Silva e das suas teses e opiniões acerca da necessidade de as decisões dos Grandes serem ungidas pelo Espírito Santo.
À luz da clarividência, da ética e do conformismo dos nossos dias, este "regresso" ao entrosamento no Espírito, pode parecer coisa para adormecer criancinhas mas, na verdade, é essencialmente, aquilo que está a faltar a quem tem a responsabilidade de decidir.
E repare, caro Amigo; a Constituição da República, criou-se especialmente para substituir esse Espírito, cujo acesso, durante a Monarquia, era detido pela igreja, a qual abençoava a coroação dos monarcas, rogando ao Espírito que O iluminasse e lhe conferisse a simplicidade, o sentido estético da beleza e a justeza para julgar e decidir.
Hoje, repito, esse Espírito perdeu-se, não na letra da Constituição, mas na etica, no sentido de justiça e da beleza. é urgente que seja recuperado!
;)
Boa leitura aqui.
ResponderEliminarAntes da queda de Sócrates houve um amigo meu que, por acaso até é socialista, que disse corajosamente contracorrente num congresso do PS : quem nos trouxe até aqui não tem condições para nos tirar desta situação!
ResponderEliminarTinha muita razão! Houvesse alguém agora alguém num congresso do PSD que dissesse o mesmo ao Passos do Relvas.
Muito bem visto, caro Tonibler, para além do mérito que lhe aponta, essa pensadora é "presidenta",inovando também na língua portuguesa.
ResponderEliminarMuito bem visto, caro Tonibler, para além do mérito que lhe aponta, essa pensadora é "presidenta",inovando também na língua portuguesa.
ResponderEliminarCaro Carlos Sério:
ResponderEliminarClaro que em algumas coisas concordo consigo, mas, no que respeita à corrupção, não há qualquer evidência de que a mesma tenha atingido a extensão de que o meu amigo fala. Posto isto, concordo, sim, na má gestão dos negócios públicos. E isso é por demais evidente.
Também por isso não se pode colocar a crise internacional e a nacional no mesmo plano. Crise internacional atingiu quase todos e quase todos já recuperaram. Nós temos razões muito específicas. E quanto ao sistema financeiro corrupto e fraudulento, essa é uma generalização sem qualquer substância. O erro e fraude de alguns não pode estender-se a todos.
Caro Tonibler:
Sempre sarcástico!
Caro Bartolomeu:
Tudo bem, não vou agora contra. Sem um procedimento ético, tudo sossobra.
Mas nada disso invalida o que tenho vindo a referir.
Caro jotaC:~
ResponderEliminarDiz o autor mencionado:
"Podemos agora regressar às questões iniciais: Um défice externo é sempre consequência de uma falha de competitividade? – Não necessariamente. E pode esse desequilíbrio manter-se por muito tempo? – Às vezes, isso é não só possível como mesmo inevitável".
Pois é, interrogações e dúvidas. Nada de afirmações, que queimam. Mas um governo tem que decidir, com base no que estudou como melhor, e não repousar em lucubrações mais ou menos intelectualizadas.
Caro P.A.S.
Com o devido respeito, não há comparação possível.
Caro Dr. Pinho Cardão; não está na intenção dos meus comentários esvaziar de validade e de qualidade, aquilo que o meu estimado Amigo, tão generosamente partilha com quem desejar lê-lo.
ResponderEliminarAquilo que comento pretende tão somente, apresentar uma opinião que tento sempre, seja isenta de logros, e de acordo com o que penso. Nem sempre me saio bem desse propósito... dificuldes de expressão escrita, poderão estar na origem dessas falhas, mas tento sobretudo, não defraudar a massa de que são compostas as minhas convicções.
;))
Caro Carlos Pinhão,
ResponderEliminarNão há nenhum exagero em classificar o sistema financeiro de fraudulento e corrupto. Ignorar isso e não mexer uma palha para alterar esta situação é o caminho mais curto para a crise financeira internacional continuar.
Repare, não foram os activos financeiros tóxicos, invenção das engenharias financeiras de Wall Street como alias muitos ouros derivados semelhantes, a causa da crise iniciada em 2007?
A criação destes activos e a sua distribuição pelos bancos do mundo inteiro, poderá quanto a mim enquadrar-se numa operação tipicamente fraudulenta. Não falo já nessa aberração financeira que são os offshores, ou da lavagem do dinheiro da droga e do tráfico de armas, praticada pelos maiores bancos internacionais, ou de outros negócios absolutamente obscuros e de alto rendimento, que se enquadram absolutamente num ambiente de corrupção.
Como não falo já dessa aberração que é a existência de um ramo de negócio de uma sociedade que se dá ao luxo de criar dinheiro e o distribuir pelas suas “lojas” do ramo a juros de 1% para elas fazerem negócios de alto rendimento comprando dívida dos países a juros de 5,6, ou 7%?
O sistema financeiro está doente, corrupto e fraudulento e não assumir isto só mantem e perpetua a sua própria agonia.
Quanto à corrupção nacional institucional para não me alongar mais, falarei mais tarde.