O seu colapso de saúde coincidiu com o colapso do sistema capitalista. Houve uma relação entre uma
situação e outra? Assim começou, no DN de
domingo passado, uma entrevista do jornalista João Céu e Silva a António Horta
Osório, Presidente do Lloyd`s Bank.
Aqui há mais de cem anos
os bolcheviques prometiam para breve o colapso do sistema capitalista. Foi
preciso chegar ao século XXI para um jornalista português descobrir tal colapso. O feito está a ser
celebrado em todos os botequins e bares da esquerda, ordoxa, revisionista ou socialista esquerdista, onde o jornalista foi aclamado e elevado à categoria de herói.
Não tarda, aí será condecorado
com a Grande Ordem Internacional da Foice e do Martelo. E o DN terá, por certo,
uma menção honrosa. Trata-se, no fim de contas, da descoberta do século. Mas tão importante que só é visível para iniciados.
O problema do Mundo, é não conseguir raciocinar o sistema capitalista, ou qualquer outro, sem o relacionar com a corrente política, ou o idealismo, ou o fanatismo político que o criou.
ResponderEliminarA necessidade de enquadrar qualquer sistema, na sociedade, é um exercício que ultrapassa a visão da maioria, tanto de um lado como de outro da barricada que se levanta, quando os sistemas entram em desenvolvimento.
Capitalismo, a meu ver, é um sistema que gera desiquilíbrio entre as classes, não podendo por isso prosperar durante muito tempo, até porque, é um sistema que se esgota em si mesmo.
Outro grande problema do Mundo, ocorre quando se dá o volte-face, os sistemas se desmoronam e os contra-sistema, arrasam, pura e simplesmente, os do lado de lá da tal barricada.
Já assistimos de uma forma muito light a esse fenómeno no nosso país; um fenómeno que não serve ninguém e cujo resultado é causar ainda maior desiquilíbrio social.
Falta-nos conseguir ver um pouco mais à frente, e saber equilibrar as forças antes que os colapsos expludam...
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarClaro que o capitalismo não é um sistema perfeito. Mas não houve nenhum sistema que trouxesse mais desenvolvimento à humanidade, maior crescimento económico e educacional, mais acesso aos bens e serviços de primeira necessidade, maior disseminação da riqueza por todos, maior democracia e liberdade política.
Já não falo do feudalismo, ficou atrás há muito. Mas dou-lhe dois ou três exemplos práticos: Compare o meu amigo Coreia do Norte com Coreis do Sul, no fundo a mesma nação, mas sistemas económicos diferentes; idem, quanto à Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental; idem, quanto à Formosa e China, antes do socialismo de mercado.
Concordo caro Dr. Pinho, que não existem sistemas perfeitos. Poderão alguns, como é o caso que aponta, proporcionar maior crescimento económico, desenvolvimento e acesso aos bens, mas não só os de primeira necessidade. Mas esse crescimento vai inevitávelmente, por sua vez, gerar mais capitalismo.
ResponderEliminarPorque o crescimento económico, gera produção e por conseguinte, consumo e desejo de consumir sempre mais, porque sabe que o consumo torna-se um vício em 3 tempos. E em menos de 3 tempos, estamos a recorrer ao crédito bancário, concorrendo para isso, não só a fraqueza e a dependência da obcessão do consumo, como o aliciamento dos bancos e das empresas que vendem.
Assistimos a este fenómeno recentemente e estamos ainda a lamber as feridas que dele resultaram.
Mastemos ainda outros não-benefícios do capitalismo, como sejam a falência das empresas incapazes de competir com as empresas capitalistas, originando desemprego, perca de poder de compra, destruição de capital acomulado, degradação do agregado familiar.
Como se não bastasse, fica-se a dever ao capitalismo, por tempo indeterminado, mesmo depois de já nada se possuir.
Capitalismo até poderá ser, de entre todos, o sistema que proporciona, como refere o caro Dr. "um maior crescimento educacional", não contesto de maneira nenhuma. O capitalismo proporciona melhores meios e melhores equipamentos, assim como infra-estructuras educacionais mas, em contrapartida, proporciona também maior falta de escrúpulo, maior desonestidade, e insaciabilidade pelo poder.
Capitalismo com moderação, se isso fosse provável, sim.