Durante o jantar ouvi um banqueiro, o chefe, o dono, o proprietário, o presidente ou o que quer seja, do BPI, Fernando Ulrich, a falar sobre os cortes nas despesas do estado, que têm de ser cegos, nem mais, cegos, para resolver o problema. A forma, arrogante, como falou incomodou-me. Mas será que o senhor não faz parte do problema? Não terá, na sua qualidade de banqueiro, chefe, dono, proprietário, presidente ou o que quer seja de um banco português, culpas no cartório? Eu sou uma pessoa pacífica, mas confesso, publicamente, que as minhas mãos cresceram desmesuradamente e senti que estavam na disposição de trocar os talheres pela cara do sujeito.
Foi a crise financeira nascida nos USA que inundou de activos tóxicos os bancos da Alemanha, da França e a generalidade os bancos europeus, criando-lhes fortíssimas dificuldades que os obrigou a cortarem o financiamento aos bancos nacionais. A falta de liquidez assim originada transformou uma crise inicialmente financeira numa crise generalizada na economia (falta de crédito às empresas) que por sua vez originou uma profunda crise social (aumento de desemprego…,). O governo prestou-se a socorrer os bancos em situações desesperadas, neles injectando dinheiro do orçamento do estado, dos nossos impostos, verbas que hoje são desconhecidas, mas que aumentaram o défice público e a dívida pública para valores altíssimos.
ResponderEliminarEm 2007 a dívida pública portuguesa não ultrapassava os sessenta e nove por cento do PIB (hoje está em cerca de 125%). O que despoletou os aumentos brutais da dívida, nos anos que se seguiram, foram ocasionados directa e indirectamente pelas dificuldades da banca. Não foi a dívida pública que dificultou a “vida” aos bancos, como se quer fazer crer, mas precisamente o contrário, foram os bancos os principais responsáveis, directa e indirectamente pela aumento vertiginoso da dívida. Ao exigirem apoios directos do Estado, pelo estancamento de crédito à economia o que originou uma carga adicional de despesas do Estado, mais desemprego, mais despesa social, uma economia em declínio traduzindo-se em menos receitas fiscais.
Esse senhor Ulrich devia ter vergonha.
Tenha calma Sr. Doutor, eu sei que é um verdadeiro humanista, cristão sincero. Ah! Como eu o compreendo. Por vezes, sou assolado por fúrias assim. O Senhor melhor do que eu deverá saber as razões de tal fenómeno, dizem que é da natureza sanguínea de cada um. Cá para mim, são das explosões solares, quando acabei de ler o seu texto tive a certeza disso.
Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007:
ResponderEliminar[...] "Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais." [...]
Paulo Morais, professor universitário - Correio da Manhã – 19/6/2012
[...] "Estas situações de favorecimento ao sector financeiro só são possíveis porque os banqueiros dominam a vida política em Portugal. É da banca privada que saem muitos dos destacados políticos, ministros e deputados. E é também nos bancos que se asilam muitos ex-políticos." [...]
[...] "Com estas artimanhas, os banqueiros dominam a vida política, garantem cumplicidade de governos, neutralizam a regulação. Têm o caminho livre para sugar os parcos recursos que restam. Já não são banqueiros, parecem gangsters, ou seja, banksters."
Não, caro prof, não mais que nós dois.
ResponderEliminarAs culpas são repartidas por todos, mas proporcionalmente aos erros de cada um.
ResponderEliminarPara além de concordar que os banqueiros devem estar quietos, o facto de estes terem aproveitado do investimento público, desde que não se prove o favorecimento do PS, apenas estavam a gerir a sua empresa.
ResponderEliminarO problema é as máquinas partidárias, que usam o estado para enriquecer.
A história do polícia que em 1994 (anos de crise), começou a parar uma frota de camiões e a multar, só porque aquela empresa não deixou um cheque no comando...
Para mim o Policia é que activamente corrompeu não a empresa, a empresa estava a sobreviver.
Não sei até que ponto é que na política será assim?
Posto isto, o que não entendo é: o Dr. Massano Cardoso janta com o Fernando Ulrich, e vem publicamente dizer que lhe apetecia bater.
Eu pelo meu temperamento do norte, não levo desaforos para casa, bastava lhe ter dito a sua opinião. Seria mais educado que escrever isto á posteriori.
Nota, sou simpatizante do PSD, e gosto de uma forma geral do que o Dr. escreve.
Desde já peço desculpa se percebi mal o seu Post.
Para além de concordar que os banqueiros devem estar quietos, o facto de estes terem aproveitado do investimento público, desde que não se prove o favorecimento do PS, apenas estavam a gerir a sua empresa.
ResponderEliminarO problema é as máquinas partidárias, que usam o estado para enriquecer.
A história do polícia que em 1994 (anos de crise), começou a parar uma frota de camiões e a multar, só porque aquela empresa não deixou um cheque no comando...
Para mim o Policia é que activamente corrompeu não a empresa, a empresa estava a sobreviver.
Não sei até que ponto é que na política será assim?
Posto isto, o que não entendo é: o Dr. Massano Cardoso janta com o Fernando Ulrich, e vem publicamente dizer que lhe apetecia bater.
Eu pelo meu temperamento do norte, não levo desaforos para casa, bastava lhe ter dito a sua opinião. Seria mais educado que escrever isto á posteriori.
Sou simpatizante do PSD, e gosto de uma forma geral do que o Dr. escreve.
Desde já peço desculpa se percebi mal o seu Post.
http://www.youtube.com/watch?v=eYyXnWfQc9Y&feature=related
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=NoGZ3-CMzJg
"apenas estavam a gerir a sua empresa"? Isso não justifica nada. O que é mal, é sempre mal, seja a gerir a sua empresa, a sua família ou o nosso estado.
ResponderEliminarASA, Eu não estava a jantar com o senhor, eu nem o conheço. Estava a jantar nos bombeiros da minha terra e vi-o na tv.
ResponderEliminarCaro Tonibler, não mais do que nós os dois, uma ova! Isso posso garantir-lhe. Tenho poucas certezas, é um facto, mas neste assunto até sinto que estou à vontade!
Caro Bonaparte, já lá vai o tempo das "explosões solares", agora sinto que estou a entrar no "mínimo de Maunder", mas ainda vou "incorporando o capeta" de vez em quando, como diz a minha secretária...
Caro prof.,
ResponderEliminarEu, que não sou accionista ou cliente do BPI, posso reconhecer que chegada a esta fase da crise o BPI continua aberto e a funcionar, os seus funcionários continuam com emprego e o sr. Ulrich não me pediu dinheiro para além daquele que nós o obrigámos a pedir. Portanto, não me parece que os accionistas do BPI se possam queixar por aí além embora, confesse, não tenha pela pessoa em causa uma simpatia grande.
Vamos falar agora daquele que nós dois somos accionistas e que se chama estado português ??? Vamos falar das pessoas que nomeamos, das decisões que tomamos, do estado da nossa 'empresa'. Por isso, atendendo que o sr. Ulrich é também accionista como nós desta coisa, a sua culpa é igualzinha à nossa.
Tonibler
ResponderEliminarO problema destas conversas é sempre o mesmo, começa-se com um assunto e logo a seguir já estamos a falar de outro como se fosse o responsável pela ignição da discussão.
Não discuto o que diz, nessa perspetiva, eu falei apenas de uma afirmação feita por um responsável que, a meu ver, não tem pés nem cabeça, e o tom como disse, sim, porque o tom vale mais do que as palavras silenciosas que aqui escrevemos, disse o resto. Agora vamos todos a começar por afirmar que, enfim, todos temos responsabilidade, uns mais, outros menos, uma forma secular de diluir responsabilidades. Se tivesse de continuar, poderia subir por aí "acima" ou por aí abaixo, até encontrar o culpado da situação portuguesa. No limite, ainda poderíamos esbarrar no criador ou no diabo, para quem acredita neles, claro. Vou voltar ao assunto, a banca tem mutas culpas no cartório, mais do que eu, com toda a certeza, e o senhor Ulrich fez uma afirmação acerca dos cortes na despesa do estado que deveriam ser cegos, presumo que não é essa a medida que tomaria para a sua empresa, nem para o Tonibler que julgo que tem, felizmente, responsabilidades empresariais. O que quis dizer e chamar a atenção foi apenas isso. Não consigo compreender como é que pessoas responsáveis tenham atitudes destas face àquilo a que o meu amigo considera como uma "empresa", o estado português.
Vamos lá ver, se por uma volta inesperada do "destino", o Sr. Fernando Ulrich (cheira-me pelo apelido, que descende de uma família alemã... Ulrich... Merkle... bom.) não vem a transformar.se em Tibério e a ter de se despedir, viuvo e falido, do seu burro pedagogo, o Jeremias...
ResponderEliminarBurro!...
Adeus!... Adeus meu ‘Jeremias’!... Vai-te embora!...
Como um traste qualquer foste dado à penhora!
Vais tu em vez de mim... nesta hora amargurada,
tu vales uns vinténs e eu... não valho nada!
És levado, também, na força deste enxurro,
e eu fico sem saber qual de nós dois é o burro!
Bem sei que te desgosta o freio e essa albarda...
Mas isso, meu amigo, anda por aí em barda
na boca e nos costados de toda a humanidade.
A albarda, chama-se Vida... ao freio, dizem, é Liberdade!
...
Deixa-me dar-te um beijo, um só, o derradeiro!
Neste beijo de pai, neste ósculo arrieiro,
vai todo o meu perdão por tudo o que fizeste,
até - ó meu amor - p’lo coice que me deste
quando eu numa fornada... - como a gente se afunda! -
estava a misturar farinha de segunda!
E essa patada só, tão simples na aparência,
não me foi dada aqui... foi, sim, na consciência!
Foi esse coice afinal, esse teu gesto irado,
que fez do teu Tibério um homem bom e honrado!
E sempre, desde então, lembrando-me de ti,
fui leal, fui honesto, fui digno e... fali!
...
Vai e sê feliz por toda a eternidade!
Eu choro a viuvez... tu ficas na orfandade!
(copiado daqui:http://coisasdoarco-da-velha.blogspot.pt/2012/10/burro.html)
Caro prof.
ResponderEliminarFui eu que não fui claro. O assunto é o mesmo. Fomos nós que pusemos lá os responsáveis pela situação do país, ou melhor, do estado. E nem sequer podemos dizer que fomos (falo no nós porque é assim em democracia) enganados porque repetimos sempre o erro. O meu ponto é que cada um tem o seu trabalho, o Ulrich fez o seu, o prof. fez o seu, eu fiz o meu, mas alguém não fez o seu para chegarmos onde chegámos. E esse alguém chegou lá por sufrágio universal livre.
Não foi o professor que votou nele? Pois, nem eu, nem provavelmente o Ulrich. Mas fomos nós...
Pois eu julgo, e já o exprimi por aqui, que Fernando Ulrich e os demais banqueiros falam de mais. Quando não se usa a palavra com a devida parcimónia não contribuem positivamente para coisa alguma, a não ser chamar a atenção para a sua quota de responsabilidade na situação que vivemos.
ResponderEliminarTalvez fosse mais interessante que os banqueiros dessem pública noa do esforço que estão a fazer para, ao mesmo tempo que "desalavancam" - que raio de palavra! - apoiam os clientes que estimularam a investir e que agora se encontram em dificuldades para manter o que criaram.
Devem continuar a fazer aquilo que lhes pediu, caro JMFA. Façam lá o que quiserem mas não brinquem com o meu dinheiro, certo? Se quiser que eles arrisquem o seu dinheiro, há produtos que eles vendem para isso.
ResponderEliminarO camarada Tonibler, tal como o Dr. Ulrich, o Dr. Borges, e tantos outros, ignora que nesta altura não é a análise da situação que conta, mas sim os modos que se têm.
ResponderEliminarÉ essa a diferença entre estar à mesa a comer com o dedo no nariz e a boca aberta, ou com modos. Comer, come-se na mesma.
A isso chama-se "sensibilidade" e "bom senso", e é por falta disto que tantas vezes as coisas se complicam socialmente.
Agora alguém quer apostar que nunca mais vai haver um politico a chamar "piegas" ao seu povo, apesar de se calhar, algum dele o ser?
Mas isso é complicado demais para explicar. Só toda a gente percebe...
Talvez camarada Monteiro, talvez. Deve ser por isso que está por meses de estar tudo bem comportado à mesa onde não há comida.
ResponderEliminarOs modos significam o quê? Vamos fazer isto de forma que seja tudo embarrilado? Qual é a parte de "falidos" que ainda traz dúvidas? É que cada pessoa que diz isso passa a ser um arrogante. Sim, está por meses para que os cortes no estado português venham a ser de 100%, no que a euros diz respeito. Atendendo que o petróleo, os medicamentos, as ambulâncias, só aparecem com euros, não achas que deva ser usada alguma clareza de linguagem?
Explica-me lá com que modos vão dizer ao tipo da troika que a receita do 1º trimestre de 2013 foi menor que o de 2012? Com que modos vão dizer ao velho que o medicamento dele já só volta em 2025?
Camarada,
ResponderEliminarOs bons modos ou se têm, ou não se percebe para que servem. Não há explicação para não se arrotar à mesa, no entanto, não se arrota.
Se não percebe isto, olhe...
Bem, o melhor é não jantares com ele... Diria eu, mas o que é que isso tem a ver com a validade daquilo que ele disse?
ResponderEliminarLá está, não compreendeste, senão não fazias essa pergunta...
ResponderEliminarUm, se eu arrotar vais dizer o que é que isso tem a ver com a validade do quer disse?
ResponderEliminarComprar fiado e vender fiado. A irresponsabilidade é a mesma.
ResponderEliminarComprar fiado e vender fiado chama-se "economia"
ResponderEliminarPor isso a "economia" está no estado em que está.
ResponderEliminarPodia fazer-se uma lei impedindo as pessoas de vender a crédito. Por exemplo, os funcionários públicos não podiam ter empréstimos bancários nem casa própria.....
ResponderEliminarSó para acrescentar que os bancos estão a receber fundos do BCE entregando como colateral carteiras de créditos a privados. Só dívida do estado português é que é demasiado tóxica para que alguém lhe pegue. Portanto, se querem acusar os bancos, acusem-nos de emprestar dinheiro a essa entidade desonesta e insolvente que é a república portuguesa. Aliás, porque é que não impede já todos os bancos de emprestarem dinheiro ao estado para acabar com a culpa que têm? Isso é que era serviço....
Foram gananciosos. Desafiaram o risco. Especularam. Subiram os juros. Tornaram a dívida impagável. Mataram a galinha dos ovos de ouro. Há negócios que correm mal. Temos pena.
ResponderEliminarCompreende que está a falar do seu salário, caro Madureira? No momento em que dissermos temos pena, pode ir para casa esperar se sai uma indemnização da massa falida?
ResponderEliminarQuem é o sujeito de dissermos?
ResponderEliminarÓ Tonico Belair, estamos a falar do teu salário, meu andrógino.
ResponderEliminarOu a tua empresa só vende a privados? Não vai nada para o Estado?
Ó meu cabrão, porque não falas nos 13 mil milhões de euros que estão no OE para despesas excecionais? Ou mais de mil milhões para transportes e comunicações? Ou mais de 3 mil milhões para o PR e a AE?
És um chungas de merda!
O sujeito de dissemos é o mesmo de temos.
ResponderEliminarQuando não houver o mínimo de coesão social, nem o seu negócio continuará a existir. Nem a usa vida valerá alguma coisa, quando uma multidão esfomeada precisar de roubar o seu património e os funcionários públicos da PSP já não existirem ou forem impotentes perante tal situação. É por isso que os governos têm de conduzir a política com bom senso. Todos os excessos têm consequências trágicas, seja a irresponsabilidade perdulária do governo, seja a irresponsabilidade gananciosa dos agiotas. Acima de tudo só pode estar a moral.
ResponderEliminarhttp://sicnoticias.sapo.pt/economia/2012/10/13/nao-e-correto-exigir-o-cumprimento-a-todo-o-custo-de-um-objetivo-nominal-para-o-defice-diz-cavaco-silva
ResponderEliminarExactamente por causa desse senhor, o tempo da solidariedade já foi. Agora é procurar as causas do porquê que ele impediu a auditoria das contas públicas há um ano e meio e porque é que está a impedir qualquer corte. Há que apurar qual o verdadeiro envolvimento do sujeito na falência do estado português (para além da óbvia assinatura em tudo o que o Sócrates fez) e começar a pensar para lá dele, porque a sua oposição está demasiado suspeita para podermos achar que ele faz parte da solução.
ResponderEliminarArnaldo, não perca o seu tempo, que esta gente, do alto dos seus castelos de vento, não compreende o que se passa à superfície.
ResponderEliminarFora dos seus esquemas conceptuais e das suas curvas, não sabem nada e nada produzem.
Não leve a mal, mas tenho de discordar por uma questão de fé no espírito benfiquista e físico do Tonibler.
ResponderEliminarEm resumo, o toni e' um grande fala barato.
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