1. Já de muito se tinha essa percepção, tendo em conta: (i) os sucessivos, reiterados e graves erros nas opções de política, em especial de política económica, (ii) a incapacidade para interpretar os resultados dessas políticas, (iii) a permanente negação da realidade, prosseguindo uma via claramente interdita, (iv) a hábil condução do País até à inevitabilidade de um resgate financeiro que, a não ter ocorrido, lhe teria oferecido a suprema glória de gerir uma situação de bancarrota...
2. Já de há muito, portanto, existia a percepção de se tratar de um personagem incorrigível...
3. Mas, agora, com a confissão do próprio, essa percepção adquire outro valor.
Muito bem , é incorrigivel e até mais fraquinho do que parecia.
ResponderEliminarMas convêm não confundir isso com alguns factos :
a ) O aumento do deficit de 2009 face a 2008 é em grande parte causado pela queda das receitas fiscais e pelo aumento dos subsidios de desemprego.
b) A dose abrupta de austerismo em 2012 e 2013 é um erro crasso, causado por dogmatismo ideologico em simultâneo com uma base teorica macroeconomica errada (os tais modelos ), pois destroi capital privado e confiança de uma forma exagerada.
Caro Dr. Tavares Moreira,
ResponderEliminarPor uma questão quase de sanidade mental, não vi a "entrevista do retorno". Mas pelo seu comentário, e pelo post-mortem de hoje nos jornais, parece-me que apenas terei perdido a hipótese de confirmar o que já se sabia e podia antecipar da personagem.
Mas também lhe digo, que os seus pontos (i), (ii), (iii) se parecem aplicar quase como uma luva ao Governo actual.
Será que ainda vão a tempo de evitar o ponto (iv)? Ou, a reportada admissão pelo PM no Conselho do PSD de um eventual 2º resgate, nos pretende preparar para essa inevitabilidade?
ainda há gente que procura ignorar que o país faliu em 2011
ResponderEliminare nem os juros consegue pagar,
quanto mais a dívida.
Tentar diminuir a visão de Sócrates sobre o país e a governação de Passos Coelho adjectivando a personagem de “incorrigível” ou catalogando a sua entrevista como “uma vingança” não parece muito esclarecedor.
ResponderEliminarSeria mais correcto que os vários opinadores apoiantes do governo se interrogassem e opinassem sobre as questões essenciais para o país que foram levantadas por Sócrates entre as quais:
1. A chamada crise das dívidas públicas não é responsável pela crise financeira mas precisamente o contrário, foi a crise financeira a responsável pela crise das dívidas públicas.
2. A narrativa de fazer crer que só há um caminho para sair da crise, é falsa.
3. A austeridade só conduz a mais miséria e é necessário interromper esta política assente na austeridade.
4. O governo de Passos Coelho duplicou a austeridade inicialmente prevista no memorando da troika.
5. A dívida pública directa subiu de 2008 a 2010, 20% do PIB quando de 2010 a 2012 deu um salto de 30%.
6. O desemprego está em 17,6% quando em 2010 estava em 10,8% (7,6% em 2008).
Parece que afinal vamos pelo mesmo caminho, caro Tavares Moreira. O que será agora?...
ResponderEliminarOh, que ideia a minha... isso já foi respondido! A culpa foi do «hábil» que «desenhou» mal o acordo da Troika! Já o Miguel Frasquilho tinha dito há duas ou três semanas atrás, assumindo um papel que eu pessoalmente não esperaria. Mas enfim...
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarAquilo que apelida de "dose abrupta de austerismo", muito ao seu estilo Crescimentista mas francamente jovial, poderá também ser apelidado, e bem mais simplesmente, de falta de dinheiro ( o Bastonário dos Advogados diria falta de "pilim")...
Como diz um velho ditado, "quando não há dinheiro, acabam-se os vícios...".
Caro Jorge Lúcio,
Também não vi, um pouco pelas razões que refere outro pouco porque tinha mais que fazer...
Mas li algumas referências na imprensa falada e lida de hoje e apercebi-me de que se tratou de uma pura reprise...
Quanto às suas interrogações, dir-lhe-ei que há uma diferença muito importante entre o passado anterior ao pedido de resgate (aí uns 6 meses anterior, pelo menos, depois já não): agora não há "materia-prima" para outras opções, nesse tempo começava a escassear, mas ainda havia...
Tem razão, Floribundus, tem razão, mas, como bem sabe, a memória colectiva é como uma borboleta, desaparece sem se dar por ela e o próprio vento se encarrega de a levar...
Caro Carlos Monteiro,
Se me permite, reitero aqui a resposta que enderecei ao Jorge Lúcio...se não há dinheiro, como vamos fazer, forçar os credores a emprestar mais e nas condições que nós próprios fixarmos?
Achei piada ao facto de acusar o PR de falta de solidariedade quando a assinatura dele por debaixo de tudo e mais alguma coisa deve ter sido o factor decisivo para não estar agora a ser julgado.
ResponderEliminar1) Sócrates:
ResponderEliminara) A entrevista foi fraca.
b) O homem continua a mentir à farta ea aldrabar os números.
c) Os entrevistadores foram uns meninos de coro.
d) O entrevistado continua a não suportar o contraditório e a ser um arrogante e prepotente.
e) Ainda assim, comparando-o com as aparições públicas de Passos Coelho, o mentiroso parece dono de um pensamento profundíssimo.
f) Esta sua aparição teve um objetivo central: enterrar Cavaco. Fê-lo, mas numa altura em que se limitou a bater num cadáver.
2) Diz o caríssimo Tavares Moreira que não há dinheiro. Quem, porém, for lendo a imprensa, vai deparando com meio milhão de euros pago àquele deputado europeu que concorreu à liderança do PSD, vai deparando com 300 mil patacos para o sujeito que foi varrido das altas instâncias financeiras, vai deparando com umas centenas de milhar gastar pelo MEC em pareceres. Enfim, não há pilim para os de sempre, porque, para os figurões do regime, ele aparece sempre que é preciso.
3) Se não há, MESMO, dinheiro, deixe-se falir a estrebaria e saia-se do euro de uma vez. Mais vale ir de morte súbita do que morrer aos bocadinhos.
4) Ainda quanto a dinheiros e dado que o prof. Justino tem andado arredado deste pedaço, ontem, em conversa com um amigo sobre a educação dos nossos filhos, ele chamou-me a atenção para o seguinte: já reparaste que o Estado gasta rios de dinheiro com os que não querem aprender, os indisciplinados e cadastrados, enquanto os bons alunos mal tem direito a uma mísera bolsa de 100 euros? Já reparaste que, quanto mais mau e indisciplinado aluno se é, mais o Estado se preocupa com o dito e mais dinheiro gasta?
5) E isto para dizer o quê? Que, hoje, é raro o aluno, mesmo agora com mestrado (todos o obtêm, parece), que lida com o cálculo mental ou sabe fazer uns trocos. E não me parece que a ação de Nuno Crato vá combater isto. Muito pelo contrário: depois de despedir milhares de professores e de reduzir as horas de aprendizagem, vai insistir na receita. Os senhores sabiam que o meu filho que frequenta o segundo ciclo, do ano passado para este, tem menos seis horas de aulas por semana?
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarNão há mais dinheiro, é verdade. Atiremos as culpas para os outros agora que é claro que a coisa falhou.
O quê? Ainda não deram conta que nós JÁ estamos, há muito, em situação de bancarrota?
ResponderEliminarNão vos avisaram?
Ninguém vos disse que o empréstimo e a dívida são impossíveis de pagar?
Que, mesmo que despeçamos todos os funcionários públicos, isto vai ao charco de qualquer maneira?
Caro Tonibler,
ResponderEliminarUma boa malha,sem dúvida...é a velha técnica de "morder na mão que lhe dá de comer"...
Neste caso na mão que o mantém a flutuar...
Caro Stoudemire,
É verdade que o Estado continua a gasta mal, muito mal, os parcos recursos de que dispõe...
Eu já tive oportunidade de dizer,mesmo em câmaras de TV, que uma verdadeira reforma da despesa do Estado não pode deixar de começar - Capítulo I - por um corte drástico nos gastos do que chamo a superestrutura política e administrativa - onde cai uma imensidão de despesas, nomeadamente aquelas que refere...
Caro Carlos Monteiro,
Essa tirada do "atiremos as culpas para os outros" é comovedora até às lágrimas...por favor não diga isso muitas vezes, quando não estamos todos para aí a lacrimejar, de tão horrenda injustiça...
Caro Tavares Morteira,
ResponderEliminarO colossal aumento de impostos de 2012 e 2013 é despropositado , sem qualquer racionalidade económica, porque se traduz numa redução da receita em 2012 ou quando muito numa estagnação da receita em 2013.
Acho que está enganado quanto a não a haver dinheiro dado que apenas no Ministério da Saude e da Educação foram realizados cortes na despesa, tendo ficado na mesma ou até aumentado noutros departamentos.
Além disso não existe diferença nenhuma em aumentar o deficit em 1% do PIB, se esse deficit for aplicado no apoio ao crescimento económico.
A asneira mais gritante deste governo, que é em geral muito fraco, é ter adiado a redução do IRC e da TSU, começando pelos sectores transacionáveis.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarNo contexto actual, com a eficiência que a despesa pública tem evidenciado, a única forma de um aumento do défice poder contribuir para o crescimento económico é a redução de impostos sobre a produção/investimento.
Tudo o resto soa a falso, paga-se com "língua de palmo"!
Quanto a essa ideia de limitar a incidência de medidas de incentivo fiscal a determinados sectores, tomo a liberdade de repitir o que já disse N vezes: é ilegal, não pode ser aplicada.
Se pretendem usar incentivos sectorialmente limitados, podem certamente faze-lo com outro tipo de medidas, nomeadamente financeiras, não com discriminação fiscal!
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarExistem dezenas ou centenas de casos na UE de excepções devidamente justificadas de medidas de incentivo fiscal ou de outro tipo discriminatórias por sectores económicos.
O governo teria de as justificar, o que não seria nada dificil na conjuntura actual.
Não o faz por preguiça e /ou por dogmatismo ideológico e/ou por querer seguir a tese de "bom aluno" com mais de 20 anos.
Não é verdade, caro Paulo Pereira, infelizmente não é verdade...oxalá fosse!
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