1. O titilo deste Post, tal como o do que ontem editei, é retirado de um conhecido jornal on-line, na edição de hoje, mas a sua leitura suscitou-me justificadas dúvidas.
2. Essas dúvidas resultam de me parecer que não temos grandes razões para recear um segundo resgate financeiro, atendendo a que (1º) na opinião dos mais bem informados comentadores, o que a Troika tem a fazer é “meter a viola no saco e flexibilizar as metas do défice” e (2º) as propostas avançadas ou as posições sustentadas pela generalidade dos actores políticos e dos opinion-makers são elaboradas no pressuposto de que um segundo resgate será uma questão inteiramente trivial, a que seremos, de resto, alheios.
3. Em relação ao primeiro caso, a poderosa combinação das componentes “viola no saco” e flexibilização das metas do défice mata o problema à nascença, afastando definitivamente qualquer hipótese de segundo resgate: a Troika não terá outra solução que não seja registar as nossas condições, subscreve-las sem discussão, avançando os fundos necessários sem mais considerações nem condicionalismos.
4. Em relação ao segundo caso, as propostas (nomeadamente das esclarecidas oposições) que recusam liminarmente os cortes de despesa corrente avançados pelo Governo e que ao mesmo tempo sustentam a necessidade de aumentar a despesa pública e reduzir impostos, conduziriam inevitavelmente e em linha recta a um segundo resgate se isso fosse problema nosso...
5. ...mas, se bem se entende dessas propostas, um segundo resgate será sempre um problema dos nossos credores e não nosso, competirá a eles e não a nós encontrar os meios para nos resgatar - desde que o façam de modo a não nos causar incómodo significativo, não interferindo na nossa vida de Nação soberana (valente e imortal)...
6. Eis porque aquele título me causou justificadas dúvidas...
"Segundo resgate" é uma quantidade de dinheiro livre de escala, qualquer coisa entre o bué da guita e o esparrame de dinheiro. Sabemos, no entanto, ser a quantidade necessária para que um governo da república possa tomar medidas no sentido do crescimento sem proceder a ataques ao estado social. Ataques esses que são livres de intensidade. Todos são os maiores desde o 25/4.
ResponderEliminarParece, também, ser a quantidade de dinheiro para manter a situação de igualdade que é quem trabalha para o estado ter um emprego que vale o dobro do resto dos todos os portugueses e um reforma que vale outro tanto. Nada de anedótico como os funcionários do estado grego terem férias adicionais por trabalharem com computadores, porque isto não é a Grécia!...Isso seria uma situação inaceitável.
Portanto, os senhores da troika que façam o que é melhor para Portugal. Que metam a viola no saco e comecem já a passar os cheques relativos ao segundo resgate. Porque há ainda muito português que ainda tem emprego e pode perfeitamente assumir a dívida!
Brilhante conclusão, caro Tonibler...e eu que estava à espera que o Senhor viesse recomendar bom-senso à Troika!...
ResponderEliminarMas parece que na reunião de hoje com os partenaires sociais a Troika terá revelado muita falta de senso, muita falta mesmo...
Caro Tavares Moreira, nesta história toda do segundo resgate a minha questão é se os contribuintes dos estados «emprestadores» entre muitas ««»» estão disponiveis para continuar a atirar dinheiro para poços sem fundo. Mormente agora que já começa a perfilar-se um perdão da dívida grega que vai mexer com os fundos emprestados no primeiro resgate...
ResponderEliminarCaríssimo, creio que o vi 2 ou 3 vezes qd V.Exª estava no Banco Portugal e à hora do almoço ia tomar o café na Chinesa.
ResponderEliminarO Zé povinho só vai pensar na gravidade da situação qd tal como eu, chegar ao Banco e não ter a DITA a horas ou ainda mais reduzida. Até lá temos uns mágicos que fazem aparecer dinheiro e vão prometendo e o Zé vai na onda. Cumprimentos
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarComo já do conhecimento público, a operação de "rotação" do Costa Concordia foi um êxito.
O navio segue, assim que for estabilizado, para o estaleiro, onde será desmantelado.
Cada vez mais, a estória deste,(pobre), navio, se assemelha a uma metáfora.
Cumprimentos
joão
Caro Zuricher,
ResponderEliminarO "se" que coloca deve ser compreendido por qq pessoa de bom senso...
Tome o caso da emergência, na Alemanha, de um partido anti-euro, que se bate pela saída do país da zona Euro e que, segundo as sondagens, poderá ainda (é improvável mas não impossível) obter os 5% de votos para ter representação no Parlamento Federal...
É claro que para a generalidade da nossa classe política e dos muitos comentadores de serviço (com honrosas excepções como o Camilo Lourenço) esse factor será sempre irrelevante - "eles" têm a obrigação de nos "levar ao colo", sempre que necessário, ponto final.
Caro opjj,
Isso já foi há um bom "par de anos"...mas é verdade, sim senhor.
Já aqui tenho dito que teria sido preferível termos apanhado um "escaldão" em Maio de 2011 quando celebramos o Memo de Entendimento com os credores internacionais...devia ter sido feita a vontade do então glorioso PM, não assinando o Memo e, no mês seguinte, não haveria dinheiro nos cofres do Estado para pagar salários...
Creio que, em tal cenário, terímaos aprendido bem melhor a lição...
Caro João Jardine,
ResponderEliminarÉ caso para dizer que o resgate desse barco foi concluído, não deverá ser necessário 2º resgate.
Já no caso do resgate da Nau Lusitana, as coisas aparentam maior dificuldade, a alternativa parece colocar-se entre um 2º resgate, em condições árduas, ou o afundamento da embarcação, em clima de festa...
Com a larga maioria dos participantes procurando meter mais e mais carga na embarcação, na muito "inteligente" tentativa de a manter a flutuar...