quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Investidores asiáticos não prestam a devida atenção à imprensa lusa?!

1. Foi ontem notícia: o Tesouro italiano pagou o juro mais baixo desde a criação do Euro, numa emissão de BT´s a 1 ano...

2. Concretamente, tratou-se de uma emissão de dívida no montante de € 6,5 mil milhões, colocada a uma taxa média de 0,688%...

3. Ao que consta, tem existido forte procura de activos em Euros, nomeadamente de dívida pública – com relevo para os emitentes Espanha e Itália – por parte de investidores asiáticos que pretendem diversificar as suas carteiras, reduzindo o peso dos USD e aumentando o peso dos Euros (dos activos expressos em)...não temendo o risco (“tail-risk”) do Euro, ao que parece...

4. Enquanto estas coisas vão acontecendo, multiplicam-se na imprensa portuguesa as opiniões, sempre muito profundas e impressionantes, sobre a crise existencial do Euro, as políticas erradas (neo-liberais) que condenam esta zona monetária, a inexistência de futuro para este projecto sujeito a tais políticas (com a vantagem de não se perceber quase nunca que alternativa seria viável, mais dívida certamente?)...

5. Porque estranho motivo esses investidores asiáticos não prestam a devida atenção à imprensa lusa? Ou será que em matéria de “media” e de “opinion-makers”, estamos demasiadamente avançados...na rectaguarda da rectaguarda?...

19 comentários:

  1. Não admira, com o dinheiro que andam a fazer da EDP... Esta política austeritarista da Sra. Merkel serve para os chineses nos comprarem a prestações. Já não deve faltar muito para virem cá comer os nossos avós! Isso e escandaloso excedente comercial alemão que devia ser distribuído pelos parceiros europeus, particularmente para promover políticas de criação de emprego, como a construção de um novo aeroporto e de um TGV.

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  3. E o caro Dr. Tavares Moreira não suspeita que por tras deste interesse dos chineses, possa estar um outro de maior envergadura...? Tipo... sei lá... a desvalorização do dolar?!

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  4. Essa ideia da distribuição dos excedentes comerciais alemães pelo pessoal saudoso dos grandes investimentos públicos, parece-me, em princípio, muito inspirada, caro Tonibler!
    Justificar-se-á, porventura, recomenda-la à escola de Coimbra, para os convenientes aperfeiçoamentos?

    Caro Bartolomeu,

    Embora os indicadores disponíveis no mercado apontem para uma valorização do USD em relação ao Euro, ao longo dos próximos 12 meses, quem sabe se estes investidores asiáticos não terão consultado algum oráculo que lhes confidenciou um cenário inverso?...

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  5. Caro Dr. Tavares Moreira, não estou a conseguir ver como será possível duas moedas valorizarem-se em simultâneo, partindo do princípio que são moedas de dois continentes em permanente competição económica, ainda para mais, sendo a valorização de uma delas, ajudada por uma terceira que tem todo o interesse em que a americana colapse.

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  6. Caro Tavares Moreira

    Ainda não pude confirmar, mas parece, exitir uma forte correlação entre o desempenho do nosso futebol (seleção incluído) nas competições internacionais e o optimismo (ou pessimismo) dos nossos comentadores económicos de vanguarda.
    Pode ser que esteja enganado e uma análise mais fina possa, infirmar esta minha asserção; mas existem similitudes, lá isso existem.
    Trata-se, como é óbvio de uma possível explicação para o fenómeno que, com tanta exactidão descreve.
    Cumprimentos
    joão

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  7. Anónimo16:22

    Caro Bartolomeu, olhe que os chineses não estão nada interessados em que o USD colapse. Não querem que as suas reservas em dolares que se medem em milhões de milhões passem a valer nada.

    De qualquer forma o eur e o usd podem perfeitamente valorizar-se em simultâneo contra todas as demais ainda que mantendo-se o valor entre elas semelhante.

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  8. Caro Zuricher, eu acho que os chineses desejam que todas as economias colapsem.
    Aliás num passado recente, a China declarou quase de uma forma totalmente aberta, isso mesmo. E se olharmos com atenção, são evidentes os sinais de que é esse o seu propósito. E não me estou a referir à invasão do comércio a retalho chinês, mas sim às posições estratégicas que começam a ocupar no mundo das multinacionais, sem descurarem o seu poderio bélico.

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  9. Caro João Jardine,

    Seria uma excelente ideia se os nossos comentaores económicos de vanguarda(rectaguarda) passassem a dedicar-se ao comentário futebolístico! Talvez conseguíssemos chegar rapidamente ao topo ("bottom") do ranking mundial!

    Caros Zuricher e Bartolomeu,

    De acordo com o comentário de Zuricher. Neste momento um colapso do USD envolveria milhares de milhões de perdas para os chineses...
    É necessário destrinçar as estratégias chinesas de ocupação de posições económicas/empresariais relevantes em todas as geografias - veja-se hoje a notícia do gigantesco negócio da compra da participação da Petrobrás numa companhia petrolífera no Peru - destes jogos cambiais em que os chineses não desejam, de todo, aventuras que possam "back-fire" contra os seus próprios interesses...

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  10. Eu sou assessor de um grupo investidor asiático e eles estão muito contentes com as oportunidades que têm encontrado em Portugal. Tal com diz Tavares Moreira, não devem ler os nossos jornais...

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  11. Eu penso, caro Dr. Tavares Moreira (mas isto não passa de suposição) que para os objetivos a atingir dos Chineses, "perder dinheiro", não se enquadra no mesmo conceito de perder dinheiro, Europeu, muito menos no conceito do ínfimo Portugal.

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  12. Caro Luís Moreira, o Senhor, na sua qualidade de assessor de investimentos, aconselhe os seus clientes a investir na compra de vinho, muito vinho, mesmo muito; e no seu consumo. Pode ser que assim eles se esqueçam do caminho para cá. É claro que o meu amigo perde clientes mas, salva a pátria!

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  13. Por acaso já andam a comprar e a exportar muito, e mesmo sem o beberem estão interessados noutros sectores

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  14. Tavares Moreira: «o Tesouro italiano pagou o juro mais baixo desde a criação do Euro, numa emissão de BT´s a 1 ano... Concretamente, tratou-se de uma emissão de dívida no montante de € 6,5 mil milhões, colocada a uma taxa média de 0,688%... Enquanto estas coisas vão acontecendo, multiplicam-se na imprensa portuguesa as opiniões, sempre muito profundas e impressionantes, sobre a crise existencial do Euro, as políticas erradas (neo-liberais) que condenam esta zona monetária, a inexistência de futuro para este projecto sujeito a tais políticas (com a vantagem de não se perceber quase nunca que alternativa seria viável, mais dívida certamente?)...»


    http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=85817

    Semanário SOL - 13 de Novembro de 2013

    Portugal colocou hoje um total de 1.250 milhões de euros de dívida pública, em linhas de Bilhetes de Tesouro a três e a dezoito meses, pagando juros mais elevados do que nas anteriores operações.

    Na linha de Bilhetes do Tesouro com vencimento em Dezembro, Portugal colocou 500 milhões de euros a uma taxa de juro (mensal) média de 1,081% (0,766% em Agosto), enquanto nos títulos de dívida que vencem em Março de 2015 foram colocados os 750 milhões de euros pretendidos com os juros a subirem para 2,293%.

    A procura superou a oferta 1,8 vezes no prazo mais curto e duas vezes na maturidade mais longa.



    Caro tavares, não há necessidade nenhuma de colocar em causa a moeda Euro. O que se deve colocar em causa é a mecânica em que um BCE dá dinheiro aos bancos comerciais a quase 0%, os quais emprestam aos Estados a 5%, 6%, 7%, etc. Quem terá engendrado tamanho roubo aos países e respetivas populações?

    Donde, amigo Tavares, há alguns indivíduos que, pelo facto de controlarem o Dinheiro, controlam os governantes, os legisladores, os juízes, os políticos, os Media e os seus comentadores.

    Já alguma vez pensou nisso?

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  15. As medidas políticas que fizeram tão ricos os monarcas globais são aquelas medidas que estão espremendo todos os demais. Não é isto o que a teoria previa. Friedrich Hayek, Milton Friedman e seus discípulos – em mil escolas de negócios, o FMI, o Banco Mundial, a OCDE e mais ou menos todos os governos modernos – argumentaram que quanto menos os Estados accionem fiscalmente os ricos, menos defendam os trabalhadores e redistribuam a riqueza, mais próspero será todo o mundo. Toda a tentativa de reduzir a desigualdade iria ferir a eficiência do mercado, impedindo que a maré ascendente elevasse todos os barcos. Os seus apóstolos levaram a cabo uma experiência global durante 30 anos e os resultados estão hoje à vista. Fracasso total.
    Em todos os países da OCDE, os impostos tornaram-se mais regressivos: os ricos pagam menos, os pobres pagam mais. O resultado, sustentavam os neoliberais, seria que aumentariam a eficiência económica e o investimento, enriquecendo todos. Aconteceu o contrário. Enquanto diminuíam os impostos aos ricos e às empresas, caiu a capacidade de despesa, tanto do Estado como da população mais pobre, e contraiu-se a procura. O resultado foi que caíram as taxas de investimento, em sintonia com as expectativas de crescimento das empresas.

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  16. Caros Luís Moreira e Bartolomeu,

    Se os chineses começarem mesmo a beber vinhos portugueses, com intensidade oriental, qualquer dia até no FUSO só poderemos beber água!
    À porta haverá um letreiro a dizer: VINHOS ESGOTADOS!

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  17. E por falar em Fuso...(?)
    Do mal, o menos, caro Dr. T. Moreira, que para "nós" haverá sempre uma boa "pinga" de reserva. Agora... mau, mau, é se começam a servir no Fuso, o vinho chinês... aquela coisa feita da fermentação do arroz.
    ;)))

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  18. Antes a água, caro Bartolomeu, antes a água, nem que seja de Évian...livra!

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  19. Tonibler, essa de partilhar os excedentes alemães para resolver os nossos deficits é brilhante. Olhe, vou pedir ao Bill Gates que partilhe os excedentes dele comigo. Mas aviso já que os meus eventuais excedentes não os partilho com ninguém.

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