Há uma bolseira que anda a estudar os efeitos das alterações climáticas sobre os moluscos, conforme ela própria referiu ao DN e o jornal publica.
Há bolseiros que que se dedicam a investigar rolas e cagarras, naturalmente sabendo tudo sobre o seu nascimento, alimentação, acasalamento e, porventura, vida sexual em caso de não encontrarem parceiro. E há bolsas para investigação rigorosa sobre linces e alcateias.
Também há bolsas para doutoramentos em pronomes possessivos, o que me leva a suspeita fundada que também as haja para a investigação dos pronomes pessoais ou interrogativos. E relativos, com certeza.
Há bolsas para os doutoramentos mais exóticos e há bolsas pós-doc para fazer sobreviver doutorados.
Há bolseiros que se profissionalizaram na obtenção de bolsas e pós-docs, como se daí pudesse resultar alguma actividade que passasse os limites da precariedade.
E isto passa-se em todas as áreas, das humanidades às tecnológicas.
Queixam-se muitos bolseiros de falta de emprego. Mas é claro que muitos não o arranjam porque não querem saber nada que interesse a alguém, a não ser a eles próprios. E exigem que seja a sociedade a financiar, quantas vezes, um capricho meramente privado. Em nome da ciência.
Nota: Sei muito o que é investigação, pura e aplicada. Na minha vida profissional, comparticipei em decisões de financiamento de investigação e de investigadores. Mas não entro na fraude de aplaudir inutilidades. Também o meu post não pretende visar directamente os bolseiros, mas sim a política "gaguiana" em que acabaram por se enredar e de que se tornaram vítimas.
Sai das bolsas do trabalho
ResponderEliminartanto dinheiro para bolsar
Há bolseiros do... Ramalho
Que não querem é trabalhar
E se em vez de estudar rolas,
Aplicassem o estudo aos chatos?!
Continuavam a coçar as bolas,
E davam descanso aos ratos...
"o milagre económico"
ResponderEliminarNo sector da Construção, Portugal teve a maior descida de todos os países da UE28, de Novembro de 2012 a Novembro de 2013, menos 13,0%.
http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/4-17012014-AP/FR/4-17012014-AP-FR.PDF
Sugeria este link como uma visão do problema...
ResponderEliminarhttp://dererummundi.blogspot.pt/2014/01/visto-deste-lado.html
O estado a que chegou o Estado, explica isto e muito mais, o sistema.
ResponderEliminarAnos Sócrates, académico ministro da Defesa, litle Severiano Teixeira:
a)A Fundação Dom Mário, apoia um 'estudo' sobre a Defesa/Forças Armadas:algum apoio financeiro, e outro?
b)Estudo levado a cabo por:
Um académico civil;
Um oficial superior das FA.
c)O abonado MDN, entra com largos milhares de euros para o 'trabalho'
PS: aliás com o XIX GC, o nosso Premier PPC não dispensou a receita, ainda que mais contida:
a)Acabou com o financiamento da Fundação Dom Mário?
b)Reformou alguma coisa do que havia a reformar, sem a panóplia de estudos a que se tem assistido?
Apetece salivar uma cantilena da Mocidade Portuguesa: lá vamos, cantando/estudando e rindo, levados levados sim...
Caro Tonibler:
ResponderEliminarSubscrevo na íntegra o post do João Cruz no blog que citou. As coisas são como aí descritas. E não há volta a dar a tanta clareza.
Caro António,
ResponderEliminarConcordo. Não é a primeira vez que te referes ao assunto. Mas querem lá eles saber...
Pelos vistos, no entanto, a moda não passa apenas por cá. Em Espanha, por exemplo, descobriram os investigadores que um golo do Iniesta provovou milhares de nascimentos...
Vd aqui
http://aliastu.blogspot.pt/2014/01/um-contributo-para-o-aumento-da.html
Muito interessante o link que o Tonibler aqui nos sugeriu, que inclui um debate muito vivo entre vários pontos de vista. No entanto, esperemos que não se siga neste tema o ritual que costuma acompanhar decisões mal explicadas ou com consequências muito gravosas, o ritual de desclassificar os grupos atingidos, pôr dúvidas sobre o mérito, a utilidade e os resultados de trabalho e do valor dos que o desempenham. Mais do que as medidas, é esse prestimoso coro de " casos" sobre exemplos que logo se tomam por generalizações, que ignoram o que ainda antes tanto se elogiava e respeitava, é esse método que causa prejuízo e alarga os danos. Destruir é fácil, mas a prazo (às vezes curto) custa muito dinheiro, só que ninguém sabe contá-lo. E dá cabo da vida de muita gente e leva muitos outros a desistir. Depois contamos os que vão embora e lá encontram quem lhes dê valor, tempo e oportunidade para mostrar o que valem. Há aí muitos exemplos para nos envergonhar.
ResponderEliminarCara Suzana,
ResponderEliminarHá uma estranha tendência entre aqueles que auferem rendimentos do estado, não só os cientistas, que parece ser a tomada de uma posição dominante perante o patrão. Por alguma razão, um concurso público de recrutamento pode-se chamar o "Quem quer ser Rei?". Chamar estúpido ao patrão não me parece a melhor maneira de lidar com a situação e não é por se trabalhar para o estado que o patrão deixa de ser mais respeitável, pelo contrário. A maneira como o patrão gere a sua causa é recorrendo aos políticos, a quem esta gente chama de estúpidos. E a melhor maneira de acabar com o problema parece-me mesmo ser continuar assim...