A Grécia é certamente o país do mundo que, em todos os tempos, mais solidariedade terá recebido dos seus parceiros europeus. Quer em hair-cut de dívida, quer em apoio directo de continuados financiamentos. Para não falar dos normais apoios do orçamento comunitário.
E esse apoio foi também prestado por países com um PIB p.c. menor que o grego, com salário mínimo em termos nominais e de poder de compra menor que o grego e com pensões de reforma mais baixas que as dos gregos.
Indigno é, pois, que o Syriza, Tsipras e Varoufakis venham insultando quem assim lhes mostra solidariedade. Eles não são, mesmo, dignos de nenhuma.
Terrível, sim, o futuro dos gregos, se não se libertarem do embuste em que caíram.
Tem o meu Amigo razão no que anota. Eu também me mantenho fiel ao que sempre aqui exprimi: o Syriza e a situação que a UEM e a UE vivem não são a causa, são a previsível consequência da mediocridade das lideranças e do irrealismo do curso europeu após os sucessivos e temerários alargamentos. Reconheça-se que não foi Tsipras a conduzir a Grécia onde a encontrou, não foi ele que elevou as pensões à custa do dinheiro dos outros e também não foi ele que aldrabou as contas. Tudo isto sucedeu ao longo de anos com a complacência da Europa. Enquanto o dinheiro abundou nada importou. Agora...
ResponderEliminarE sim, Pinho Cardão, terrível o futuro dos gregos, escravos da irresponsabilidade de décadas e vítimas desta última geração de irresponsáveis. Sobretudo terrível o presente e o futuro dos mais pobres e dos mais expostos ao aprofundar desta desgostosa situação. E receio bem que não seja só o futuro dos gregos que esteja em causa pois a História ensina que estas ondas de loucura tendem a propagar-se, em especial nos tempo sem timoneiros à altura. Sem gente adulta, como diz a outra...
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarTem razão no que diz.
Acontece, todavia que, embora usando um palavreado diferente, Tsipras, Varoufakis e o Syriza o que querem é continuar a obra de desastre de governos anteriores. Gastar à tripa forra, com os outros a pagar a conta.
Contudo, os partidos dos governos anteriores já verificaram o erro e emendaram a mão. Estes agem como se mandassem nos eleitores dos outros países, colocando-os ao seu serviço. Pior, insultando-os hora a hora.
É no minimo curioso, a "pena" que sentem pela Grécia, quando não a sentiram, pela Islândia, Irlanda, Portugal.
ResponderEliminarEstranhos critérios.
Caro Pinho Cardão, terrivel parece-me ser o futuro do resto da União Europeia, permanentemente sujeita a esta instabilidade, se não nos conseguirmos ver livres nem é da dupla mas sim da Grécia. Tudo isto tem raízes muito mais fundas e anteriores à chegada desta gente ao governo. A tese que defendo, vendo o que se passou ao longo destes cinco anos e que culminou na eleição do Syriza, é que a Grécia, a sociedade Grega, o seu modus vivendi não têm lugar num clube de gente que se quer séria como é a UE.
ResponderEliminarÉ certo que não se lhes pode mostrar a porta da rua. Mas pode-se tornar as coisas tão dificeis para eles que peçam para sair pelo próprio pé.
Como bem chama a atenção o presidente do PS, os eleitores têm que assumir as escolhas que fazem e os maus governantes que elegem(ou bastem).
ResponderEliminarO tempo do "pai" que decidia por nós já acabou.So que ainda não saiu do subconsciente de alguns, muitos.
Caro Pinho Cardão, só acrescentava ao seu penúltimo parágrafo que indigno, também são aqueles que fora da Grécia apoiam as políticas de roubo deste governo grego .
ResponderEliminarEu sou um indefectível defensor da autodeterminação dos povos. Os gregos merecem levar com estes meus os 4 anos do mandato. E quando acabarem, venham cá dizer como foi...
ResponderEliminarSe, e é inegável que sim, a Grécia tem recebido imensos apoios financeiros e de cooperação, perdões de dívida.
ResponderEliminarSe, e este ponto é discutível, a Grécia tem sido mal governada, especialmente pelo governo actual.
Se, e este ponto não tem discução possível, os governos dos países pertencentes ao grupo UE, consideram estar a ser insultados pelos dois principais membros do Syriza; não seria, no mínimo, esperável que ha muito, as negociações tivessem terminado? Não seria esperável que há muito a UE, o BCE, o FMI, a Troika tivessem considerado a Grécia como um não país pertencente à UE?
Porque raio a UE, o Presidente da Comissão Europeia, a Chefe do governo alemão, continuam a querer encontrar um compromisso que permita que os credores dos gregos aceitem a sua permanência no euro?
É no mínimo incompreensível, sabendo toda a gente, que a Grécia não teve, não tem e difícilmente virá a ter algum dia, condições para honrar os compromissos de dívida já assumida e ainda menos, aqueles que possa vir a assumir.
Neste quadro, se eu estivesse no lugar do PM Grego e do MF, assinava todos os acordos que a UE me impusesse e depois... que fossem receber ao Totta!
A TRAJÉDIA DO EURO
ResponderEliminar“Apenas uma pequena fracção dos 240 mil milhões de euros que fazem parte do resgate total da Grécia encontrou o seu caminho para os cofres do governo.
Uma grande parte do dinheiro foi para os bancos que disponibilizaram fundos para Atenas. O país foi forçado a reduzir drasticamente o seu défice, pressionando os pensionistas e reduzindo o salário mínimo.
Mas vamos a contas, estas feitas pelo The Guardian: 34 mil milhões de euros foram as medidas que tiveram de ser tomadas para a renegociação da dívida.
Quase 20% do dinheiro foi utilizado para salvar os bancos privados. Aqui somam-se 48.2 mil milhões para salvar os bancos gregos, que tinham sido forçados a assumir perdas, enfraquecendo a sua capacidade de se proteger e depositantes.
Apenas 10%, aproximadamente 24 mil milhões de euros, serviu para ajudar o governo grego, uma vez 140 mil milhões de euros serviram para pagar dívida e juros”.
“Si el tema de las pensiones es relevante es porque casi la mitad de los pensionistas viven por debajo de la línea de la pobreza. La pobreza alimentaria está empeorando la salud de las personas y la tasa de muerte fetal ha llegado al 21% mientras la mortalidad infantil ha aumentado en un 45 por ciento. Las tasas de tuberculosis se han duplicado mientras la malaria ha resurgido después de casi medio siglo de haber sido erradicada del país. Como la atención de salud es financiada por el seguro de trabajo, cuando las personas pierden su trabajo también pierden su atención médica. Los recortes presupuestarios en la financiación estatal han obligado al cierre de hospitales y esto ha destruido la asistencia sanitaria y la economía de los servicios de salud. Miles de médicos han abandonado el país y los que siguen reciben un sueldo de unos 12.000 euros al año. Muchas de las clínicas y hospitales ahora dependen de voluntarios y médicos que trabajan a cambio de nada. Pero necesitan insumos y equipamiento de los que Grecia carece.
Esta forma de destrucción del sector público fue implantada en Grecia por el Fondo Monetario Internacional y seguida a pie juntillas por los gobiernos de Papandreu, Papademos y Samaras. Estos gobiernos, que contaban con el beneplácito de la troika (Papademos fue impuesto por Ángela Merkel), mantuvieron la senda de la corrupción en los altos niveles con el clientelismo político y los sobornos para ocultar el descontento social. Ni en Papandreu ni en Papademos ni en Samaras hubo signos veraces de modernización y justicia social, solo devastación y barbarie… avalados por la troika y Jean Claude Juncker que este lunes tuvo el cinismo de decir que “La UE jamás ha pedido a Grecia reducir sus pensiones”. Pero la realidad, aunque pese a Juncker y su mala memoria, es que ahora Grecia vive de los comedores sociales y de las clínicas de caridad”.
(blogSalmón)
Portanto...como o dinheiro foi dos Bancos, não tem que ser pago...
ResponderEliminarE, se o governo grego assim ó pode fazer, por que não também um qualquer cidadão?
Seguramente que já ouviu falar de "dívida ilegítima e odiosa" e quem foi o primeiro país no mundo que usou este argumento, ou não?
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão.
ResponderEliminarA União Europeia anda literalmente a dormir...já há pelo menos 6 meses que deveriam ter proposto à Grécia a opção entre permanecer no Euro ou a celebração de um Acordo Monetário com o Zimbawe, no âmbito do qual a nova moeda grega (neodracma) e o dólar zimbaweano observariam uma paridade fixa.
Seria de resto uma solução muito curiosa, mesmo emocionante, ver as duas moedas, coligadas, num voo supersónico de ajustamento face às principais divisas.
Os acrobatas Tsipras e Varoufakis sentir-se-iam como peixe na água, em tal contexto, fazendo gala do seu despenteamento mental.
Falta visão, a estes medíocres políticos europeus!
Assim, insistindo apenas na solução Euro, a Grécia não vai lá.