"Tudo o que está a acontecer era previsível. O que é inaceitável é perceber que na área governamental há muita gente que continua a pensar que na política europeia os sorrisos e a simpatia podem suspender a lógica brutal da relação de forças. Se tudo se precipitar, o país não perdoará a António Costa ter tomado de assalto São Bento, em nome da esperança, para deixar tudo pior do que já estava".
Vale a pena ler o artigo de opinião de Viriato Soromenho Marques no DN. Não são necessárias muitas palavras para descrever o presente.
Não existe qualquer lógica na relação de forças, caro Dr. José Mário. Nõ esxistem sequer forças. Aquilo que existe, é uma tremenda apatia. Um esperar desesperançoso que surja um milagre, uma solução que permita ao capitalismo crescer, sem a oposição do proletariado.
ResponderEliminarMas esse "equilibrio" de forças nunca irá observar-se.
Neste momento da vida global, é a tentativa da imposição do poder capitalista, a subjugação a esse poder, através da criação de dependências consumistas e subsistencialistas.
Um devaneio a todos os níveis, caríssimo amigo. Nem o capital alguma vez se imporá de forma definitiva, nem os menos "apetrechados" se irão algum dia resignar a ser a matéria-prima que alimentará essa utopia. São as regras naturais contra as quais não existe ciência capaz de contrariar.
Em matéria de forças, meu caro Bartolomeu, o texto para onde remeti abre de forma lapidar: "Em Portugal, o governo precisa de alimentar a sua coligação de investidura, que, combinando greves com palmadas nas costas de Costa, continua a viver num Portugal de antigamente, pobre, mas soberano. A má notícia é que, hoje, o país é apenas pobre". É, infelizmente assim. A ideia de que a dinâmica das sociedades se faz na permanente dialética entre capitalistas e proletários não ajuda a perceber a realidade dos dias de hoje. Tal como os conceitos de soberania e independência não são aqueles que nos atiram para a nostalgia dos 1.ºs de dezembro. Oxalá nunca cheguemos ao ponto de concluir que quanto mais "soberanos" - ou, no palavreado de uma senhora antiga, quanto mais orgulhosamente sós - mais pobres. E os pobres, mesmo os orgulhosos da sua autonomia, podem ter a melhor das vontades para distribuir com justiça. O problema é que, enquanto permanecerem pobres, não têm o que distribuir.
ResponderEliminarO problema, caro Dr. José Mário, tem a ver com o género de pobreza em que reside a "pobreza". Não somos hoje mais ou menos pobres do que fomos no "tempo da outra senhora". O que é impossível contornar éfectivamente é o abuso capitalista que obriga ao confronto com o proletariado. Trata-se de duas forças incompatíveis porque são ambas corruptíveis e concupiscentes.
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarDe facto, está lá quase tudo. Acontece que o governo não o ouve, anda noutro planeta, paira longe da terra, a fazer apostas em tudo o que encontra pelo caminho: no crescimento, na educação, na investigação, na restauração, na flexibilidade da UE, na perpetuidade da dívida, etc, etc. Apostar, de facto, não dá muito trabalho, nem lhe custa dinheiro, já que somos nós a pagar a jogada.
“A má notícia é que, hoje, o país é apenas pobre".
ResponderEliminarNão, não é apenas mais pobre, é mais desigual. Uma vez que de 2008 a 2015 não só as fortunas dos mais ricos aumentaram como também o número dos mais ricos.
As políticas adoptadas pelo governo anterior de direita em sintonia com as forças que lideram a União Europeia aumentaram as desigualdades e tornaram pobres os remediados e mais pobres os pobres, ao mesmo tempo que tornaram mais ricos os ricos.
Agora, ao contrário do que muitos ricos pensam, como dizia Keynes, a miséria não é só nefasta para os pobres ela também é nefasta para os ricos.
A contradição que entorpece hoje o capitalismo neoliberal, com crescimentos praticamente nulos ou mesmo recessivos, reside em que sendo a Procura de bens e serviços feita na sua esmagadora maioria pelas classes populares, trabalhadores e classe média, foram e são precisamente estas classes a quem foram retirados e diminuídos os rendimentos.
E, no capitalismo, foi e será sempre a maior procura de bens e serviços o que determina um maior crescimento.
Dêem as voltas que derem, formulem as teorias que formularem, certo é que enquanto não inverterem as políticas da “austeridade” e do “empobrecimento virtuoso” jamais o país e a europa do euro crescerão economicamente.
Este governo não tem uma estratégia porque nasceu com uma ideia destrutiva e não construtiva. Este governo é liderado por um aldrabão crónico, tem como ministro das finanças outro mentiroso que antes dizia uma coisa e hoje outra e mais um grupo de ministros que levou o País à 3ª bancarrota, incluindo o primeiro-ministro. São estes que nos vão salvar. Apenas por coincidência o partido do governo que contém quem arruinou o País, é o mesmo partido responsável pelas outras duas bancarrotas. Viva a demagogia, viva o socialismo.
ResponderEliminarMais tarde, virão os ditos "neoliberais", capitalistas, direita, etc., para levar com as culpas de criarem o mínimo de condições para que outros (leia-se gente do ps e aliados) esbanjem novamente. Realmente ser da dita "direita" é duro.
A que pena fica o Zé Mário FA condenado, meretíssimo(a) ainda ha?!
ResponderEliminarMeu caro Bartolomeu, não gaste as teclas. O preço de o 4R ser um espaço aberto é o de por vezes atrair gente que se percebe que está mal com a vida. Desta vez foi a mim que calhou uma daquelas criaturas que se julgam protegidas pelo anonimato. O tratamento deve ser o que se recomenda para as coisas desprezíveis.
ResponderEliminarPois... temos de per paciência...
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