quarta-feira, 30 de maio de 2018

Sobre a banalização da ofensa

A decisão da Relação e a sua fundamentação não surpreendem. Num tempo em que tanto se reclama pela defesa da dignidade da pessoa, a ofensa desgraduou-se em mera comportamento incorreto, uma minudência que não adquire dimensão penal mesmo quando atinge quem corporiza a autoridade do Estado. Já assistimos, sem qualquer gesto público de indignação, a uma figura pública utilizar a mesma locução dirigida ao Chefe do Estado, sendo absolvido com invocação da prevalência da liberdade de expressão sobre o insulto soez e gratuito (gratuito sim, pois todos os insultos são gratuitos numa sociedade baseada no respeito mútuo que não obsta - bem ao invés - ao exercício do direito à crítica). 
Talvez mais grave do que este clima de indefesa da honra e de preservação da autoridade é a caução dada pelos tribunais superiores aos contextos exculpantes em que são proferidas expressões objetivamente ofensivas. Um passo em direção à desresponsabilização das próprias polícias pelo incumprimento do dever de assegurar a paz e a tranquilidade públicas…

Por que razão, assim de repente, me lembrei dos comportamentos de grupos organizados que nos recintos desportivos atuam impunemente?

segunda-feira, 28 de maio de 2018

As frases idiotas do social congresso III

"... sim, os socialistas, quando governam, sabem ter as contas em dia...".
Ana Catarina Mendes, Vice-Secretária Geral do PS
Uma governação tão em dia que já levou a 3 resgates...

"MEDALHAS"...

Acabo de ter conhecimento da recusa por parte da Câmara Municipal de Palmela em atribuir a medalha de mérito municipal a José Hermano Saraiva. Nem vale a pena comentar as razões subjacentes a esta decisão. São mais do que evidentes. Hermano Saraiva foi ministro da educação do anterior regime. Mas foi, também, um homem culto, dedicado às artes e à história. Muitas pessoas aprenderam com ele. Tinha um condão e uma forma generosa de transmitir conhecimentos, histórias e até historietas. Deu um contributo honesto, sério e profícuo para a cultura portuguesa. Fez muito mais do que alguns que são "premiados" ou distinguidos com medalhas e comendas. 
A atribuição de medalhas, a quem as merece, é um sinal de respeito e de gratidão, e um estímulo a todos para que possam ser sempre os melhores entre os melhores. Não tenha nada contra as distinções, exceto se à partida houver alguma desconfiança sobre o caráter e a nobreza do candidato. Em Portugal, pelos vistos, é relativamente comum atribuir distinções a indivíduos que mais valia terem estado quietos, tamanho o mal que nos fizeram. Não necessito de os elencar, senão ainda arriscaria a ter que gastar tinta e conspurcar algumas páginas. Mas é facilmente percetível que o que define o mérito não é apenas o trabalho de uma vida, mas sim outras forças, desleixadas, imprecisas, preconceituosas e, sobretudo, ideológicas ou doutrinárias.
Há vários tipos de poluição, mas agora tenho que acrescentar mais uma a um vasto campo que afeta a saúde de uma comunidade, a "poluição ideológica", que pode não matar o corpo, mas que destrói e aniquila a qualidade e a riqueza de uma alma.
O que é que eu poderia dizer mais sobre este assunto, "medalhas"? Pouco. E sobre os medalhados? Muito, mas mesmo muito. E sobre quem as atribui? O melhor é estar calado, não vá o diabo tentar-me...

"EU VOU CONTAR TUDO A DEUS"...

Foi há três anos. Prometi que não a esquecia e não esqueço. Volta e não volta lembro-me desta criança.
As redes sociais são o espelho da sociedade. São tão transparentes que até arrepiam. Servem para tudo. Tem uma enorme vantagem, podemos contabilizar e ver a amplitude do caráter das pessoas. Nada de novo. O mundo foi sempre assim, diversificado até dizer basta. O que não sabíamos era a possibilidade de acesso instantâneo a tudo o que acontece.
Fujo, sempre que possível, a qualificar o que quer que seja, senão teria de me explicar sobre o que escrevo e para quê. Não é para desagradar, mas devo incomodar, não é para aliviar o sofrimento, embora tenha a perceção de que possa conseguir nalguns casos. Sou capaz de divertir, de divulgar, de incomodar, de questionar e, provavelmente, satisfazer parte de um ego escondido, não sei se exagerado ou não, tanto faz, de qualquer maneira faço sempre com alguma satisfação.
Notícias requentadas, sedutoras, manipuladas e tendenciosas, teorias de conspiração, bílis negra e malcheirosa, poemas de amor, conversas de treta, há de tudo neste pântano da vida virtual. Olho e passo em frente em muitas dessas notícias ou aleivosias. Agora, depois de um curto passeio, e de algum asseio mental, li uma frase que acompanhava a foto de uma criança síria que, antes de morrer, do alto dos seus três anos disse: “Eu vou contar tudo a Deus”. Não sei se é verdade ou não, pouco importa, o que interessa é o contexto. Uma criança sofrida que, apesar da sua curta vida, teve a perceção da desgraça e da maldade do mundo onde caiu. Três anos de vida são suficientes para categorizar e catalogar a humanidade. Um mundo que não deveria existir, ou melhor, não deveria haver seres humanos. Há uma incompatibilidade perfeita entre o universo e o ser humano.
A criança viveu o suficiente para interiorizar o conceito de Deus. Um Deus construído de acordo com a sua imaginação. O verdadeiro e perfeito Deus só pode ser visto e construído na mente de uma criança. Eu sei do que falo, porque em pequeno também fiz a minha construção do que deveria ser um verdadeiro e perfeito Deus. Sorri e entristeci ao mesmo tempo com a frase da criança síria que disse que ia contar a Deus tudo o que viu e sofreu.
A criança morreu. Deus esqueceu-o. Não acredito, mesmo que exista, que tivesse capacidade dialética em convencer do contrário a pobre criança. Defraudada neste mundo e desconsolada na eternidade.
Não sei como te chamavas, mas não vou esquecer-te.
Prometo.

As frases idiotas do social congresso II

No discurso final do Congresso, António Costa preconizou um grande acordo para "...podermos ter uma nova geração... com melhores condições de constituir família e poder, depois de constituir família, ter os filhos e filhas que desejarem ter...".
Uma proposta fracturante e verdadeira revolução biológica: a partir desse social acordo, os pais escolhem à partida se é filho ou filha e já está!...
O problema é se não acordam na escolha: e aí quem é que nascerá?

domingo, 27 de maio de 2018

País real


Não quero este. Dêem-me em vez dele o país dos congressos partidários.

As histórias da carochinha do Programa do PS

Na esfera das finanças públicas, a execução orçamental registou uma deterioração até abril de 2018, com um défice superior a 2 mil milhões de euros, agravamento de 165 milhões de euros face ao registado em igual período de 2017. A receita aumentou 3,8%, menos que o aumento da despesa, que atingiu os 4,1%. Isto , apesar das cativações, no valor de 600 milhões de euros.
Na esfera económica, diminuiu o ritmo de acréscimo das exportações e aumentou o das importações. E os portugueses vêem-se perante a maior carga fiscal dos últimos 22 anos, abocanhando o Governo uma parcela cada vez maior da riqueza produzida.   
Uma situação claramente compatível com o fabuloso Programa Económico dos ilustres economistas do Partido Socialista, que serviu de base ao da geringonça.
É claro que tal Programa só poderia dar nisto. A não ser que se atribua à geringonça o mérito do fomento da turbulência no Egipto, Turquia e Norte de África, que tem deslocado turismo em catadupas, ou o talento de obrigar o BCE à descida de juros, ou a virtude de apurar a competitividade das empresas. Mas, falta de vista, nada disso lobriguei naquele Programa... 

As frases idiotas do social congresso I

"A política de combate à corrupção está no ADN do PS...
Eduardo Ferro Rodrigues, Presidente da AR e membro da Comissão Política Nacional, no Congresso do PS
Ah, ah, ah!...ih, ih, ih...! 
E a corrupção está no ADN dos outros?

sábado, 26 de maio de 2018

"A Senhora"...

Foto de Salvador Massano Cardoso.




























Lembro-me como se fosse hoje. Até o sabor da cerveja, fresca e agradável no fim da tarde...

Na vertente vertiginosa típica da idade que se escoa sem sentido, faço todos os possíveis para preencher curtos espaços de vida ainda disponíveis.
Apontei para o interior. Tentei ir aos locais que já tinha visitado há alguns anos. Acredito que tenho memória de andorinha. Consigo descobrir onde nasceram os meus pensamentos e como qualquer sítio serve de maternidade não é difícil encontrar o que quero. Enveredei pela “portados quinhentistas” e os meus passos fluíram em sintonia com as minhas lembranças. Uma porta, uma alminha, duas janelas geminadas, muralhas descaracterizadas, vazios silenciosos, portas de outrora, até que cheguei à velha praça que estava em obras. Uma senhora, magra, de cabelo branco e curto, saia longa, carteira simples a tiracolo, aproximou-se. Com um doce sorriso informou-nos que se fôssemos por aquela rua, enquanto apontava para a mesma, podíamos ver a estátua de Amato Lusitano. A sua simpatia transparecia necessidade de falar, nem que fosse por breves momentos. – Sabe? Amato Lusitano foi um grande médico. Nasceu aqui, em Castelo Branco. Foi médico do papa Júlio III e nunca abdicou da sua religião. Chegou a dizer ao papa que tratava judeus, cristãos e muçulmanos da mesma maneira. A descrição histórica continuou com entusiasmo, dizendo que a estátua foi inaugurada nos quinhentos anos do seu nascimento (2011). Até vieram espanhóis! Sabe que Amato Lusitano teve um sobrinho neto que foi médico de Catarina de Médicis? Morreram ambos quando iam a caminho da Holanda. A conversa fluía de forma unidirecional. Estive atento e nunca deixei transparecer os meus conhecimentos sobre tão insigne médico e pensador. – Se quiserem podem ir por aquela rua, e à frente, na terceira encruzilhada, do lado esquerdo, é a rua onde nasceu Filipe Montalto. Era a judiaria. Olhe que ele conseguiu um feito notável, o papa autorizou-o a praticar livremente a religião judaica. Sem isso não aceitaria ser médico de Catarina. Entretanto, o sol ia iluminando a sua face enrugada mas feliz por encontrar quem a ouvisse. – Sabem onde está a estátua de Amato Lusitano? – Sei. Eu conheço o local. – Ah! Conhece? Então, pronto. Desejo-vos um agradável passeio. Boa tarde. – Boa tarde e muito obrigado pela sua atenção.
Calcorreámos aqueles espaços sem dizer nada, até que ao chegar, disse: - Ainda bem que não disse à senhora que era médico e que conhecia relativamente bem a vida e a obra do senhor. – Fizeste bem. Foi tão simpática. Ficou muito feliz por poder falar sobre o assunto. – Pois foi. Sabes? Ainda estive tentado a contar um ou outro caso clínico que tradicionalmente é imputado ao Amato. - Como? – Dizem, esta coisa de ler é mesmo assim, já não me recordo onde, que descreveu um caso interessante ocorrido aqui em Castelo Branco. Um senhor, presumo que se chamava Silva, morreu de rotura da veia cava. – E depois? – Bom. Parece que tinha uma mulher “muito encorpada” e que estando por cima naquilo a que ele chamou “noite conjugal” deu cabo do Silva. – Coitado do Silva! – Imagina se eu tivesse contado este episódio à senhora. – Tu és mesmo doido. Doido varrido. Fiz de conta que não ouvi, porque o sino da sé tocava desenfreadamente. Ao desviar a conversa, perguntou-me: - Será casamento? – Hoje? Dia de Corpo de Deus? Não. Talvez uma procissão. Fomos ver e era mesmo. A segunda no mesmo dia.


"Joia"....




Já lá fui muitas vezes. Curioso. O tempo obriga-me, sem saber, a ir aos mesmo sítios, uma, duas, três, eu sei lá quantas vezes. Para quê? Para poder saborear belas emoções. Esta é uma delas.

O dia prometia algo de interessante, as nuvens é que andavam indecisas, ora escondiam carrancudas o sol, ora abriam janelas para que ele pudesse espreitar a minha liberdade.
Fui até Gouveia. Andei, passeei, espreitei e acabei por ir ao museu Abel Manta. Em boa hora o fiz. Deliciei-me com os quadros de tão grande e expressivo pintor e ainda desfrutei de um ambiente simpático, lúdico e culto no meio de uma pequena cidade do interior onde estavam expostas obras de muitos artistas portugueses. Sem o tempo a martirizar-me, e sem preocupações de maior a desviar-me a atenção e o gosto pela reflexão, e com uma vontade imensa de beber tão criativa expressão artística, passei um bom momento naquele palácio. Aprendi muito. Ao terminar a visita entrei numa pequena sala onde vi um belo quadro intitulado "O Joia", que me fez lembrar de imediato uma personagem da minha terra, o Zé Sancho. Na mesa estavam, entre muitos cartazes e cópias de pinturas, uma descrição do quadro.
Li: "Um homem olha-nos de frente. A cabeça verga com o peso do saco que carrega às costas. Agarra-o com as duas mãos. Na direita, ainda consegue levar um chapéu.
Veste casaco cinzento esburacado e camisa desabotoada. Um cordão faz de cinto, que mal prende as calças rasgadas. Trás nos pés umas velhas botas castanhas.
Atrás dele está uma carroça puxada por um burro.
Mal se veem, no dia cinzento.
Devia estar frio. Que lhe parece?"
Havia muitas parecenças entre o "Joia" e o Zé Sancho. Ambos carregavam sacos, usavam calças velhas, chapéu, e um cordão para as apertar. O Zé Sancho era muito forte, tão forte que metia um saco de farinha debaixo de cada braço e, com a pirisca no canto da boca a arder e a fumegar, subia com uma facilidade surpreendente a inclinada rampa para espanto dos outros trabalhadores que com muita dificuldade transportavam um no lombo. Uma força descomunal. E quando se pretendia testar a sua força era capaz de mostrar que ainda conseguia levar um terceiro às costas. Trabalhava descalço ou usava umas socas de madeira. Nunca largava os cigarros kentucky, um verdadeiro mata-ratos que o pessoal jovem abominava. Quando lhe dávamos cigarros com filtro, ou mais "sofisticados", dizia que aquilo não era tabaco e retirava de imediato o filtro. Não era homem de muitas falas, o que estava correto, pois nele conversar variava na razão inversa da força.
Tornou-se numa figura popular. Um mouro de trabalho que nunca se queixava. Guardava o dia do senhor. Num desses dias, estava no largo do Balcão com os meus amigos, vi aproximar-se o Zé Sancho. Começaram a meter-se com ele, perguntando-lhe se vinha da missa. Respondeu à maneira, um zunzum que não percebi. Não entendi se queria mandar alguém a outro lado. Eu nunca o vi na missa, pensei, mas como poderia ver se, também, não punha lá os cotos?
Para onde vais Zé?
- À fazenda.
- À fazenda?!
- Sim.
- Onde fica? Explicou-me e vi que ainda tinha de andar um bom bocado.
- É longe!
- Não.
- Vais trabalhar na terra ao domingo? Olha que isso é pecado.
- Não vou trabalhar.
- Não vais?
- Não.
- Então, o que é que vais fazer?
- Estrume.
- Estrume?! Como? E o Zé Sancho, na sua forma linguística básica e popular, disse sem rodeios o verbo que impera em muitos meios.
- Oh diabo! Mas por que razão fazes isso?
- Para poupar. Tenho que aproveitar para fazer estrume. Não posso desperdiçar.
- Mas ó Zé, tu consegues aguentar até à fazenda?
- Consigo pois.
- Mas é tão longe!
- Não faz mal. Virou-me as costas, com a pirisca a arder no canto da boca do lado esquerdo, e, no seu andar tipo Charlot com as velhas socas, lá foi pela avenida cumprir o ato ecológico de adubar com a sua natureza a terra que lhe dava de comer. O primeiro ecologista que conheci.
O quadro de Abel Manta teve o condão de me recordar este episódio e uma personagem que me marcou na infância e adolescência. Estou convicto de que se o grande pintor tivesse conhecido o Zé Sancho seria capaz de o registar com a mesma nobreza e elegância como fez em relação ao "O Joia". Afinal, eu também conheci uma joia.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

“A QUEM PERTENCE A VIDA?”..

A quem pertence a vida? Uma pergunta que é colocada por muitas pessoas. Para uns, pertence a Deus. Para outros, a eles próprios, já que não aceitam qualquer origem divina.
Fugir ao sofrimento é uma constante desde a alvorada do tempo quando a consciência humana despertou, estremunhada, sem saber o que era e onde estava. Uma fuga que está condenada a ter de viver na noite fria e escura de um qualquer futuro.
Dói ver quem sofre às portas da morte? Se dói, para quem sofre e para quem partilha o sofrer. Já tenho a minha dose, vivi várias vezes essa misteriosa e iníqua situação. Pouco fiz, porque pouco podia fazer. Limitei-me a acompanhar o sofrimento, sofrendo ao mesmo tempo até que a morte libertadora nos tranquilizou, os que partiram e os que ficaram.
A essência da morte é a beleza cristalina, pura e definitiva da liberdade. Veste-se de preto em qualquer situação, até mesmo num belo e vulgar dia em que um céu brilhante e azul, dança, salta e canta alheio ao sofrimento humano.
Deus dono da vida? Melhor seria que a respeitasse e ajudasse a minorar o sofrimento. Não acredito que Deus se alimente de qualquer sofrimento, mas, também, não deixa de dar a entender que não se importa por aí além. Ele lá sabe, dirão alguns. Não sei e nem me interessa.
Ninguém é dono da vida, nem mesmo os escravos do sofrimento. A morte sim, a morte é que é a dona e senhora de qualquer vida...

Concurso "Palavra dada, palavra honrada"

"Depois de alguma insistência, Costa admitiu querer deixar a Mário Centeno a possibilidade de dar uma boa notícia: «O seu a seu dono. É muito difícil ser ministro das Finanças. Também devemos deixar aos ministros das Finanças a oportunidade para darem boas notícias».
A redução será a concretização de uma promessa do Governo, já que o Executivo comprometeu-se a rever regularmente o ISP de forma a acompanhar o preço do petróleo nos mercados internacionais e manter o nível de receita fixado aquando da decisão de aumentar o imposto. Por outras palavras, atingida a receita necessária para dar resposta às exigências de Bruxelas, o imposto sobre combustíveis desce. E é isso que deve ser hoje anunciado".

Dá-se um doce a quem fornecer as respostas certas às seguintes questões:

(a) Acredita que o Primeiro Ministro disse o que vem transcrito na notícia? S [ _ ] N [ _ ]
(b) Se respondeu sim, qual a data em terá proferido tais declarações? [aaaa/mm/dd]
(c) O Senhor Ministro das Finanças honrou a palavra do Senhor Primeiro-Ministro e deu a boa nova? S [ _ ] N [ _ ]
(d) Se acredita no Pai Natal, pare por aqui. Se respondeu não à questão anterior, assinale com um x qual, no seu entender, vai ser o momento em que o Governo honrará a palavra dada:
  •  [ _ ] logo que o crude ultrapasse os 838,25 USD/barril 
  •  [ _ ] logo que o governo chinês detiver a maioria do capital social da GALP 
  •  [ _ ] assim que 93% da população portuguesa se deslocar em modo elétrico
  •  [ _ ] após Mariana Mortágua tomar posse como Ministra das Finanças 
  •  [ _ ] nas comemorações dos 50 anos da descoberta do petróleo no Beato.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

"Lapso"...

Quando um membro do governo comete uma ilegalidade vem logo o PM a dizer que foi um lapso que já foi corrigido.
Eu, se cometer uma falta, por mais pequena que seja, muitas vezes por esquecimento, sou logo penalizado com uma contra-ordenação à medida. Será que nestas circunstâncias poderei invocar o fator "lapso" e assim evitar ser penalizado? Ou será que estas "coisas" só são aplicáveis a membros do governo?

Ministros...

"Ministro justifica porque assinou manifesto contra o Governo: “Não posso dizer que o sistema científico esteja bem”.

Esta é boa! Então que resolva o problema. Não é o ministro que tutela a área? Ou será que o Costa, ou melhor, o Centeno não quer? 
Cada vez compreendo menos este país e governantes. Um ministro que é homem de leis desconhece a lei, um ministro da ciência que assina um manifesto contra o governo por causa da ciência, e sei lá que mais...

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2018-05-24-Ministro-justifica-porque-assinou-manifesto-contra-o-Governo-Nao-posso-dizer-que-o-sistema-cientifico-esteja-bem#gs.E0fUGaY

IP3

Chove.
Porca miséria.
Acidentes.
Sustos.
Arrepio-me ter de andar nesta via.
Ando todas as semanas.
E  o que é que o Governo faz?
Nada!
E se um dia o PM tiver um acidente nesta via da morte?
E se um dia o Marcelo tiver também um acidente?
E se um dia uma "figura" importante deste pobre e triste país tiver um acidente?
Simples.
No dia seguinte irão encontrar a solução.
Porca miséria. Pobre país.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Eficácia sistémica


Ora aqui está um caso em que a Justiça se substitui ao Serviço Nacional de Saúde e protege um cidadão de si próprio.

Os trauliteiros

Em Fevereiro de 2016, as cotações do petróleo andavam muito baixas e o governo de António Costa resolveu lançar um adicional ao imposto sobre os combustíveis que, de uma penada, fez subir o preço em sete cêntimos. Um aumento colossal, demais a mais quando já tinha sido ‘decretado’ o fim da austeridade.
Perante os protestos, o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de então (que resignou devido às viagens para ver Portugal no Campeonato da Europa oferecidas pela Galp) logo prometeu baixar o imposto, se o petróleo entretanto viesse a recuperar valor no mercado internacional. 
Ora é isto mesmo que tem vindo a acontecer de forma sustentada e crescente nos últimos meses, nomeadamente durante o ano de 2018. Mas a promessa de baixa do imposto foi esquecida por completo. 
Esquecida é um modo de dizer, face ao que fui ouvindo esta tarde, ia no carro, no debate quinzenal da Assembleia da República. O 1º Ministro pura e simplesmente "revogou" a promessa, justificando tal "revogação" num emaranhado manipulador de elementos estatísticos, ao jeito de mau pagador, e ainda por cima completamente alheios à matéria em discussão.Uma vergonha de argumentação.
E cá vamos vivendo com a maior carga fiscal dos últimos 22 anos, quando a geringonça não se cansa de afirmar que a vem diminuindo.
Mais uma vez a tal palavra dada não é palavra honrada. Mas que admiração, se essa é a regra geringôncica...

"Ver"...

Há expressões que nos marcam, talvez pela simplicidade como são ditas. Encerram tudo o que se pode dizer. “Já não vemos”, disse Júlio Pomar há poucos anos numa entrevista. É isso “já não vemos”. Passamos por muita coisa sem ver, e ver não é apenas usar os olhos, mas sim apreciar os sentimentos sentidos e as emoções despertadas. Agora entendo o que faço, andar por tudo o que é sítio, passando vezes sem conta pelos mesmos locais, entrando em templos, sentando em pedras e saboreando as paisagens que vivem de uma forma singela à espera de qualquer coisa que eu não sei. O pintor começa a sua obra sem projeto. Começa à espera de encontrar algo que não sabe bem o que é. Criar é isso mesmo, começar a andar, a sonhar, a pensar, a escrever, a esculpir, a pintar, ou seja, é como viver, começamos mas não sabemos o que vai acontecer. Eu quando escrevinho sinto o mesmo, sai uma frase que me empurra ou desperta emoções as quais por sua vez adquirem vida, mesmo sem saber. E eu vou atrás delas como se fosse atraído pelo flautista de Hamelin.
Vou.

terça-feira, 22 de maio de 2018

"Colo"...

A arte de viver não é para principiantes. As crianças cedo se apercebem da sua fragilidade. Tentam compreender o mundo com o seu pobre léxico e experiências ingénuas. São frequentes as situações conflituosas e inesperadas capazes de sacudir com violência as delicadas fibras de uma alma que não consegue compreender o que a cerca. Violência difícil de entender para quem acabou de nascer. Palavras sem nexo, agressivas, que caem como se fossem volumosas bolas de saraiva vindas de um céu longínquo. Dor de uma agressão fruto da falta de razão. Ameaça permanente e surda de quem as devia proteger. O assustar de um inferno traduzido em dor e sofrimento sem qualquer pudor. A fragilidade de uma criança é a coisa mais amorosa do mundo. Inocente e frágil sente que está a mais do que o tão falado Jesus, não o da Cruz, mas o pequenino, o lindo, o bendito, o carinhoso e suave menino que ri e canta sem sentido como qualquer criança. Treme de medo perante ameaças que não compreende. Ameaças da voz, dos esgares de faces diabólicas, dos trejeitos parvos e agressivos, da maldade que cresce como as ervas daninhas em seres semelhantes a si mesmo. Ameaças que leva qualquer criança a fugir à procura do colo, quente, doce e feliz, que nunca mais se esquece. Mergulha num abraço sem som, beleza ímpar. Sente desejo de retornar ao seu nascer para adormecer no seio de quem um dia a fez viver. Sonho de criança, sonho de um ser que sente a falta do abraço e da confiança do único ser que a compreende, no colo de sua mãe. O colo da mãe é o melhor lugar para qualquer um desafiar a ameaça da falsa eternidade.
Não há calor igual, não há abraço capaz de substituir aquele que recordamos sem lembrar, mas que está sempre presente nas janelas das nossas almas que olha muitas vezes para o mundo cheio de dor e de tristeza. O verdadeiro futuro está no abraço de um passado único, morno, suave e cheio de paz. Uma espécie de promessa de alguém que um dia gostaria de encontrar e perguntar-lhe: - Lembras-te dos abraços da tua mãe em pequeno? Lembras-te de quando ela te pegou depois de desceres da Cruz? Sentes, não sentes? Claro que sim!
Viver na eternidade é mergulhar no colo de sua mãe.

Hospitais em baixa prolongada

Depois do que está a acontecer em muitos outros, agora é o Hospital e Santa Maria: um sector de cirurgia encerrado, unidade da pediatria transferida para outro local com menos camas, serviços como o de otorrino e urgências assegurados por internos e consultas e tratamentos em risco por falta de profissionais, diz o DN de hoje
Não há como socialistas e apêndices para destruir serviços públicos, proclamando que tudo fazem para os defender.
O Ministério da Saúde terá boa vontade, mas poderes nulos, salvo o poder de prometer. E aí segue com determinação a orientação do 1º Ministro, que todos os dias promete médicos, enfermeiros, investimentos, admissões e carreiras, melhorias do serviço. Tudo para consolidação do SNS. Não dizem é a que nível. 
Nota: A minha homenagem a António Arnault, criador do SNS, uma reforma essencial da nossa democracia, ontem falecido. E a minha crítica a quem, louvando-se nele e na sua obra, mais não faz do que a desfazer. Como a geringonça que vamos tendo.

Chinesices ou opinião da má vontade


Há algum racional nalgumas das polémicas que povoam os órgãos de comunicação social e se espalham como fogo em palha pelas redes sociais? Ora vamos cá ver: se ao Governo agrada uma maior presença de capital chinês na EDP e o PM não o esconde; se a lei travava a aquisição de mais capital pelos chineses; se o Governo tem o poder de legislar sem oposição nesta matéria (à direita estão de acordo ainda que o neguem e à esquerda a indignação é postiça)…

… por que carga de água iria o Governo deixar de criar as condições para que a OPA se pudesse realizar?


"Angústia"...


Olhar longínquo, sem brilho, sem cor, apenas perdido em pensamentos escondidos. A alma esfria e tenta fugir ao tormento. Presa, não consegue cantar e nem saborear a luz do sol. Grita de angústia, mas não se faz ouvir, morre de angústia e ninguém acode ao seu sentir. Sofre. 
Os olhos são pórticos de deliciosas alamedas que correm em direção ao céu. Através deles corremos, vivemos, brincamos, trabalhamos e falamos. Mas quando se fecham, e se perdem na lonjura de um infinito sem sentido, é porque a alma sente angústia perante o que a vida lhe quer trazer. O tormento rodopia velozmente, agigantando-se em promessas dolorosas e em negras colunas cheias de medo. A luta no seu interior é real, embora o tormento seja quase sempre um fantasma banal, que não existe, que não vai aparecer e que nunca irá fazer sofrer. São ideias do que pode vir a acontecer, falsas, traiçoeiras, filhas da triste imaginação. É o lado frágil da alma, que, não acreditando no mundo, refugia-se no silêncio frio do pensamento ferido. Quando isso acontece fecha a sete chaves as portas da vida. Os olhos são essas portas. Fechados, distantes, frios e sem cor não permitem que a alma possa conhecer e percorrer os inúmeros caminhos da felicidade da vida. 
A angústia do advir alimenta-se de um doloroso sentir, obrigando a alma ferida a fugir da realidade que a envolve, a acarinha e a estimula a viver. 
Olhar para o infinito é sinal de uma alma presa. Basta uma palavra, um gesto, um carinho e os olhos renascem novamente abrindo caminho para a liberdade. É horrível sentir a alma presa pela sua própria angústia.
- O que é estás a pensar? Deixa-te disso. Não penses tanto. Anda daí, vamos viver. Nessa altura, os olhos começam a brilhar, enchem-se de cor, ao mesmo tempo que aparece um envergonhado isorriso, pintado suavemente de encarnado. Nesse preciso instante a angústia começa a desvanecer-se.

Incompreensão


Não percebo este bruá, em especial as críticas no seio do próprio Podemos. Então o casal fez um ótimo negócio ao comprar às portas de Madrid uma excelente moradia, por metade do preço que daria por uma assim na periferia de Lisboa, e até os camaradas se indignam em vez de louvarem o gesto anti especulativo do líder do Podemos e da sua companheira?

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Um real exemplo e uma política irreal

...Portugal recruta os seus dirigentes pagando modestos valores se comparados com os de altos quadros do setor privado...o que leva a concluir que as funções governativas ou não têm grande exigência e a parca remuneração satisfaz procura e oferta, ou então que, sendo de facto exigentes, não são geralmente providas de pessoal que alie conhecimento e experiência técnica e política e capacidade de liderança compatíveis com tal cargo, por razões de remuneração. Há honrosas excepções, mas galinha gorda por pouco dinheiro continua a ser coisa rara.
Para leitores interessados, o meu artigo completo no i: Um real exemplo e uma política irreal

domingo, 13 de maio de 2018

Porto, Porto, Porto, Porto!


F.C. Porto, novamente Campeão Nacional de Futebol, 2017-2018

Oh, meu Porto, onde a eterna mocidade
Diz à gente o que é ser nobre e leal.
Teu pendão leva o escudo da cidade
Que na história deu o nome a Portugal.


Oh, campeão, o teu passado
É um livro de honra de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no teu Porto mais um arco triunfal!

Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto

Quando alguém se atrever a sufocar
O grito audaz da tua ardente voz
Oh, Oh, Porto, então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nós
 
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto