O Governo da geringonça vem propagando a diminuição da dívida pública, dando como prova os reembolsos antecipados ao FMI.
Acontece que tais reembolsos não se traduziram na diminuição da dívida, pois só foram possíveis por endividamento adicional equivalente no Banco de Portugal.O Banco de Portugal substituiu o FMI na dívida, beneficiando a geringonça do programa de compra alargado do Eurosistema. Com os reembolsos ao FMI, a dívida pública detida pelo banco central ascendeu a 26 mil milhões de euros.
Aliás, a dívida nunca poderá diminuir enquanto houver défices orçamentais.
Afinal, e mais uma vez, gato escondido com rabo de fora e conversa fiada para enganar o povo. Área de negócio em que a geringonça revela a sua colossal competência.
8 comentários:
Tem razão: utilizar depósitos para pagar dívida, não altera a dívida líquida que, grosso modo, é igual ao total das dívidas menos o total de depósitos no sistema financeiro. Pagar pedindo mais dinheiro emprestado ou utilizando depósitos, não altera o valor da dívida líquida, que é a dívida que importa controlar e que não para de aumentar enquanto não houver superavite. Isto quer dizer que enquanto houver deficites a dívida aumenta.
Custo médio da dívida pública cai para 3%. É o mais baixo da década
Tiago Varzim
In Eco:economia-online
«O último trimestre do ano foi crucial para o custo da dívida pública portuguesa baixar de forma significativa. A subida de rating de S&P e a queda dos juros no mercado secundário ajudaram.
Portugal passou a pagar, em média, um juro de 3% pela sua dívida pública. Esta é a taxa mais baixa da década, pelo menos, segundo os dados publicados pela Agência de Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) esta sexta-feira. O custo da dívida portuguesa emitida em 2017 caiu para os 2,6%, face aos 2,8% em 2016, o que ajudou a reduzir os encargos totais.»
Caro Tiro ao Alvo:
Por isso, mais é de condenar a atitude rasteira da geringonça de iludir os cidadãos
Portugal prepara emissão sindicada a dez anos na próxima semana
Os analistas antecipam uma emissão entre três mil milhões e 3,5 mil milhões de euros.
Esta manhã, os juros da dívida do Governo português estão a cair na maioria dos prazos. A yield implícita nos títulos a dez anos cede 4,3 pontos base para 1,876%. Já a taxa associada às obrigações a cinco anos cai 3,8 pontos para 0,404%.
In ECO-Economia online
Afinal, quem é que agrava a dívida?
«Dividendos agravam dívida das cotadas», assim titulava o insuspeito Jornal de Negócios num esclarecedor artigo.
«As cotadas nacionais abriram os cordões à bolsa este ano para pagar dividendos. Mas essa maior generosidade foi um dos factores que levaram a um aumento da dívida líquida dos primeiros seis meses do ano. Subiu mais de 8%, aumentando em mais de 2.000 milhões de euros para 26.300 milhões, tendo em conta as 14 empresas do PSI-20 que já prestaram as informações financeiras. (…) Distribuíram cerca de 2.200 milhões de euros, mais 20% que no ano anterior. E isso pesou na evolução da dívida.»
A notícia dá depois exemplos: EDP, mais 1000 milhões de euros; Navigator, mais 100 milhões; EDP Renováveis, mais 355 milhões; REN, mais 100 milhões.
Registe-se que a informação não é propriamente uma novidade. Tal já aconteceu em anos anteriores, mesmo quando o país estava sob a ditadura da Troika e do governo PSD/CDS, com trabalhadores e pensionistas a serem roubados nos seus rendimentos.
Parece que as grandes empresas, contrariamente à generalidade das PME e das famílias, não estão a reduzir o seu endividamento! Estão a aumentá-lo! E não contraem mais dívidas, para suportar investimento e assim melhorar/modernizar/ampliar a capacidade produtiva nacional!
Não é por acaso que a produtividade agregada (valor médio das produtividades dos sectores da actividade privada) se mantém estagnada. Não há investimento privado. Logo, não há novos equipamentos e tecnologias. Não há inovação. Não se melhora a gestão nem a organização do trabalho.
Investimentos para melhorar a produtividade das empresas? Com o «nosso dinheiro»? Não. Para isso há os fundos comunitários do Portugal 2020, que os governos (este e todos os anteriores) distribuem generosamente pelo grande capital nacional e estrangeiro.
Sempre sobrarão umas migalhas para as PME e necessidades públicas. Mas cuidado, diz o grande capital. O Estado está sentado à mesa do orçamento e a comer demais desses fundos… que todo, é pouco para nós! O nosso apetite é pantagruélico! É por isso que precisamos também de novas reduções do IRC, e etc… para que não precisemos de nos endividar para pagar bons dividendos!
Sim, endividam-se para pagar mais dividendos, mais remuneração aos accionistas, aos donos do capital. Ou seja, pagam um volume de dividendos superior aos lucros arrecadados. Onde aconteceu isso? Com «gestores de topo» e «empresas modelo».
Na Sonae Capital: lucros, 18,7 milhões de euros, os accionistas vão receber 25 milhões. Nos CTT: lucros, 62,2 milhões de euros, vão distribuir aos accionistas 72 milhões – deve ser por isso que os serviços postais estão cada vez melhores!
Um aumento dos dividendos superior ao aumento dos lucros! Não querem esmolas, aumentos indexados à taxa de inflação ou da evolução do IAS. Não! Mais 20% nos dividendos. Por extenso: vinte por cento!
Competência teve o governo do Coelho que nos anos que governou conseguiu aumentar a dívida de 90% para 130%. Ah,Ah,Ah. Sem contar com os 9.000 milhões que vieram das privatizações dos CTT e demais.
Pinho Cardão, vocês pagam um preço muito alto para manterem este espaço de liberdade, como se vê nos comentários anteriores.
Digo isto porque não é sério dizer que foi o governo do Passos Coelho que fez aumentar desmesuradamente a dívida pública portuguesa. Quem quiser e esteja preocupado com a verdade, pode procurar informações sobre isso em muitos lados e, se as fontes forem fidedignas, vai constatar que qualquer que fosse o governo de Portugal no tempo da Troica, e que se esforçasse por cumprir o memorando acordado com aquela entidade (negociado com o governo do Sócrates), era inevitável o aumento da dívida pública, ademais quando relacionada com o valor do PIB. E isso é fácil de entender: com o Estado falido e obrigado a cortar nas despesas e a aumentar os impostos, e a retirar as dívidas escondidas debaixo dos tapetes, que outro resultado seria de esperar?
Espantoso, para mim, é que depois desses sacrifícios, impostos aos portugueses, a nossa economia tenha recuperado tão rapidamente, começando a crescer apenas decorridos dois anos, após o choque. Isto, para mim, é que me deixou admirado e merece ser realçado.
Concluindo, espero que mantenham a vossa orientação.
Caro Tiro ao Alvo:
Obrigado pelo seu testemunho.
Este Blog procura ser sempre objectivo, procura sempre a verdade e traduz a opinião individual de cada um dos seus autores.A opinião que exprimo é minha, não anda a reboque de quem quer que seja, indivíduo ou instituição.
Claro que há comentadores que, pela insistência nos temas ou pelo aproveitamento oportunístico dos mesmos para desconversar, me parecem mais mensageiros de outrem do que donos da sua própria opinião. Se se sentem bem assim, então fico feliz por lhes proporcionar essa dose de bem-estar. Mas negar evidências, como o fazem, não lhes fica bem. Mesmo nada. E quem os lê, se concorda é porque já é um convertido à cegueira.
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