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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Tsipras, o evolucionista

"Vão-se embora, Senhora Merkel, Senhor Schäuble, senhoras e senhores da nomenclatura da Europa!" 
Alexis Tsipras, em 2014.
"Tapas o nariz e tomas [o remédio]… Sabes que não há outro caminho… porque tentaste o resto para sobreviver.".
Alexis Tsipras, em 2017, em entrevista ao Guardian
Livrou-se do mestre Varoufakis, e é o que se vê.

terça-feira, 25 de julho de 2017

António Costa, o criativo, segundo César

"Quem está cansado é um desistente e não um combatente e um criativo como ele (António Costa), que colocou o problema que havia acontecido em Tancos no seu devido lugar...".
Carlos César, líder parlamentar do PS e empregador público de toda a família, em entrevista ao Expresso de 22.07.2017, pág. 9.
Ora aí está, por vezes até lhe foge a língua para a verdade. 
Mas eu até diria mais: além de criativo, um prestidigitador e ilusionista, que pôs os chefes militares a verem sucata no que antes afirmavam como material bélico.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Acesso proibido...

Ilha sagrada japonesa com acesso proibido a mulheres foi elevada a património da UNESCO. 
E ainda não vi, nem ouvi, as forças progressistas a manifestar-se contra esta forma de misogenia, discriminação, ódio e violência contra a mulher, por mais que a tradição o procure justificar, para usar as expressões da ordem.
Mas como se trata da UNESCO...

domingo, 23 de julho de 2017

Tomar a parte pelo todo

“...a informação devidamente organizada e estruturada é uma mais-valia para todos...”
António Costa, o 1º Ministro
Mais um que toma a parte pelo todo. Não é o único. Mas, ao ponto em que as coisas estão, já nem há vergonha de confessar.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Falha ou alibi?

Nesta época de calor, o SIRESP deu para falhar, primeiro em Pedrógão e agora em Alijó. O que é estranho, porque no tempo dos anteriores governos nunca se ouviu falar de de queda de comunicações. 
Se dantes nunca falhava, o que é que acontece agora: defeito do material ou alibi conveniente?

Estupor moral

Pelo que diariamente se vê nas fotografias dos jornais e nos relatos televisivos, Ronaldo continua a exibir despudoradamente os filhos sem mãe, acompanhados de toda a família nas férias em comum, no barco, ao redor da piscina, no restaurante, onde quer que seja.  E os media enaltecem o espírito de intensa união familiar.
Falta apenas a mãe aos miúdos, mas que interessa a esse "estupor moral" como, sem papas na língua, lhe chamou o insigne médico Prof. Gentil Martins, a infelicidade de as crianças não terem sequer o direito de ter mãe? 
Neste caso, Ronaldo e media, os mesmos estupores. 

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Tancos: apenas uma golpada contra o governo

"Porque nós sabemos que esta solução que está a vigorar em Portugal é uma solução que representa uma esperança para muitos países na Europa e está sob fogo cerrado e é preciso abatê-la de qualquer maneira", afirmou Vasco Lorenço, ontem, na SIC.
Costa chegou e, com ele, a verdade oficial. 
Assim, e pela voz de Vasco Lourenço, Tancos terá sido apenas um facto político promovido pela direita para juntar à tragédia dos incêndios e desgastar a Governo.
Pela voz do Chefe do Estado-Maior, aquela coisa de Tancos não passou de um fait divers de desvio de material obsoleto, porventura até para poupar umas massas ao Orçamento nas despesas do abate. 
Costa chegou e ficou tudo em pratos limpos. As férias permitiram esclarecer tudo. Está revertida a situação. Afinal, Costa é mesmo um perito em reversões.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Afinal...um roubo virtuoso, e proveitoso para os contribuintes!...

Regressou o 1º Ministro e logo tudo se esclareceu. Aquilo de Tancos foi uma brincadeira de crianças. Segundo o Chefe do Estado-Maior General o material não valia mais que 34.000 euros e parte dele até estava inoperacional, a aguardar abate. E António Costa até foi mais afirmativo, generalizando a inoperacionalidade a todo o equipamento desviado.
Bom, por mim, perante as afirmações de tão circunspectas autoridades militares e políticas, só posso concluir que o alegado roubo foi uma acção  virtuosa, pelas simples razão de ter poupado ao governo e ao exército as despesas de se desfazer do material.
Asim, sim, um roubo honesto e proveitoso para os contribuintes e digno dos maiores elogios!...

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Três arguidos activos...

Sabendo antecipadamente que seriam constituídos arguidos no inquérito relativo às viagens para assistir a jogos do Euro2016, três secretários de Estado pediram ao Ministério Público a sua constituição como arguidos...arguidos activos, no caso. 
Pedir aquilo que já sabiam ter-lhes sido concedido é uma verdadeira maravilha do politicamente correcto e de um jeito pacóvio no seu máximo esplendor, mas daí não viria mal ao mundo. Mas, com isso, fazer crer que a iniciativa de se tornarem arguidos foi deles e não do Ministério Público é uma hipocrisia sem limites e forma grosseira de enganar os cidadãos. 
E, se creio que a aceitação das viagens a França não buliu com a sua honestidade, sendo apenas uma  manifestação de importância pessoal acompanhada de uma ligeireza política criticável, já não aceito que me queiram enganar assim de forma tão despudorada e rasteira. Pior do que ter ido a França, foi ter ficado todo este tempo em Portugal para decidir no último minuto da última hora o que outros já tinham decidido por eles. Por isso, e só por isso (e não por terem ido a França) não saem do governo com muita honra. Eu diria, com nenhuma. 

domingo, 9 de julho de 2017

Normal, muito normal, tudo normal, o 1º Ministro até está de férias...

No meio da terra e da vegetação calcinadas, e num golpe de vista de rara oportunidade, a PJ descobriu de imediato a árvore atingida pela trovoada seca que propagou o incêndio de Pedrógão e causou o tal efeito fulminante de dispersão das chamas cujo nome, em inglês, não recordo alguma vez ter ouvido, mas que percebi ser perfeitamente conhecido por todos os comentadores de televisões. Logo a seguir, o IPMA diz que o raio andava longe, e não poderia ter atingido o local.  Mas tudo bem, os serviços estavam vigilantes. E devidamente coordenados, como é de toda a evidência. 
No meio das mortes que já se conheciam, a Protecção Civil desobrigou-se de culpas, reponsabilizando o SIRESP pela falha de comunicações, ao não disponibilizar de imediato ligações satélite redundantes das antenas queimadas. Desculpou-se o SIRESP com o deficiente funcionamento da Secretaria Geral do MAI e esta Secretaria Geral com as insuficiências do contrato oportunamente assinado pelo governo, leia-se, António Costa. Também aqui os serviços se revelaram muito vigilantes e revelando uma óbvia e superior coordenação.
No meio da desgraça que a tantos atingiu, os Deputados da geringonça atribuíram as insuficiências do SIRESP à sua natureza de sociedade privada, e também a um pretérito governo do PSD que tinha iniciado as negociações do equipamento, esquecendo que foram os posteriores governos de Sócrates e de Costa que prosseguiram as negociações e assinaram os contratos. Deputados obviamente também muito bem coordenados, marionetes às ordens dos partidos. 
Portanto, não falhou coordenação. A Protecção Civil conseguiu a elevada proeza de colocar a PJ, o IPMA, o SIRESP, a Secretaria Geral do MAI, etc, etc, a funcionar em pleno, cada qual pelo seu lado.
Como comandante-chefe, a Ministra da Administração Interna Interna, ataviada a preceito,  comandou superiormente a coordenação, chorando.
Tudo foi feito, bem feito, disse alguém. António Costa dispensou-se de ir ao funeral das vítimas e zarpou para férias no estrangeiro. Por cá, está tudo coordenado, nada de anormal se passa. O assalto de Tancos? Tudo normal. 


União Bancária:morte em Veneza...


1.     Encontrei o título teste Post num interessante texto há poucos dias divulgado pelo OMFIF, um notável “think tank” baseado em Londres, dedicado a temas económicos e financeiros.

2.      A autora desse texto, Danae Kyriakopoulou, economista-chefe do OMFIF, questionava as soluções encontradas para os desequilíbrios de dois bancos italianos da região de Veneza – a Banca Veneta e a Banca Popolare de Vincenza que, encontrando-se em situação crítica, foram incorporados no Intesa San Paolo (2ºmaior banco de Itália), através de um forte apoio financeiro do Tesouro Italiano - considerando-as à margem das regras da resolução bancária.

3.     Em concreto, os activos e passivos daqueles dois bancos, com excepção dos activos considerados tóxicos, foram transferidos para o Intesa San Paolo, ao qual o Tesouro Italiano atribuiu uma compensação de € 5,2 mil milhões para equilibrar a dita transferência, mantendo os rácios de capital.

4.      Adicionalmente, os activos tóxicos foram transferidos para um Fundo” (Atlante, de seu nome, fundo privado de private-equity, a servir de socorrista aos bancos), pelo valor contabilizado nos balanços daqueles bancos, tendo o Tesouro Italiano prestado ao dito Atlante uma garantia de (até) € 17 mil milhões para cobrir as perdas que o fundo possa vir a incorrer com a alienação daqueles activos tóxicos.

5.     Nesta emergência, o governo italiano fez “tábua rasa” das regras da DRRB, Directiva de Recuperação e Resolução Bancária, afastando o famoso “bail-in”, que o chamado Mecanismo “Único” de Resolução (M”U”R) tem a incumbência de aplicar em toda a zona Euro, que prevê perdas, não inferiores a 8% dos passivos do banco intervencionado, a suportar pelos detentores de capital, pelos obrigacionistas, subordinados e seniores, e até (se necessário) pelos depositantes, antes de qualquer apoio estatal.

6.     Os accionistas e os obrigacionistas subordinados sofreram perdas em nível muito inferior aos ditos 8%, mas os obrigacionistas seniores foram integralmente poupados (ao contrário do que, por exemplo entre nós, sucedeu no caso BES).

7.     Uma semana depois, solução similar foi encontrada para o Monte dei Paschi di Siena (MPS), em que o Tesouro Italiano injectou € 3,9 mil milhões, que lhe proporcionarão tornar-se o maior acionista, com 70% do capital.

8.    Também no MPS os obrigacionistas seniores foram integralmente poupados, limitando-se as perdas aos accionistas e credores subordinados (igualmente muito inferiores aos 8%).

9.    Não iria tão longe quanto a Dr.ª Kyriakopoulou, profetizando à União Bancária a morte em Veneza - à imagem do imortal filme de Luchino Visconti dos Anos 70 e do seu trágico personagem principal tão bem representado por Dirk Bogard.
10. Mas não posso deixar de concordar com um economista do Bruegel que, a propósito destes episódios e da forma como o M”U”R vem aplicando as normas da DRRB, comentou: “ o MUR pode ser tudo, mas único é que ele não é...