E cá vamos andando, nesta democracia sem qualidade.
Porventura com a memória do Dia de Trabalho para a Nação, decretado
por Vasco Gonçalves, estabeleceu o primeiro-ministro dois dias de
mobilização nacional para a causa da floresta, convidando cidadãos,
deputados e partidos a juntarem-se nas ações de limpeza. Seis minutos e
47 segundos foi a contribuição direta do primeiro-ministro para a defesa
da floresta. Mais do que isso levou certamente a vestir a armadura para
a sua defesa pessoal: botas resistentes, proteção para as pernas,
óculos e viseira, protetor dos ouvidos, casaco e capacete garbosamente
amarelos. Uma alegoria perfeita: devidamente couraçado, seis minutos de
roçadora na mão e ala, moço, que se faz tarde, é preciso ir ver roçar a
outra banda, mas inculcada ficou a ideia de que o seu trabalho ficou
feito e de que a responsabilidade que resta é toda dos proprietários. E
os ministros sapadores, não do mato mas do microfone, ampliaram a
mensagem.
A mensagem do primeiro-ministro estaria certa se ao fogo real que
matou mais de uma centena de portugueses tivesse respondido o governo
com legislação entendível e medidas praticáveis, em vez de um fogo-fátuo
de propaganda de ações mal-amanhadas que deixam o cidadão e pequeno
proprietário do minifúndio desprotegido e cada vez mais confuso. Claro
que o ilustrado cidadão urbano, a leste dessas pindéricas e provincianas
questões, é o primeiro a aplaudir a ação decidida do governo. E a votar
em conformidade.
Uma lei que é “exemplo de leis mal feitas, sem base técnica ou científica”, no dizer da Comissão Independente...
Caso leitor esteja interessado em saber o porquê, artigo completo no jornal i.
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