As histórias
das Mil e Uma Noites tornaram-se tão perenes e indeléveis que vêm sendo
contrafeitas em todas as épocas e lugares. E agora, também, em versão caricatural,
na Lusitânia.
Quando o Sultão Shariar
descobriu a traição da esposa, mandou-a matar e ao amante. E, forma expedita de
evitar novas traições, decidiu desposar todas as
noites uma nova donzela, que seria executada na manhã seguinte, cometendo ao Grão-Vizir
o rigoroso cumprimento destas suas ordens.
Num acto de
enorme coragem, mas convencida de que poderia pôr cobro a tamanha impiedade, a
filha do Grão-Vizir, Sherazade, obrigou o Pai a apresentá-la ao Sultão como
esposa. Na noite nupcial, instruiu a sua pequena irmã, Dinarzade, para chorar
bem alto, logo que a visse entrar na alcova real. Explicou Sherazade ao Sultão
que o choro era da irmã, a quem sempre contava uma história para adormecer.
“Já
que amanhã estarei morta, peço-lhe que a deixe entrar para que eu a entretenha
pela última vez”, pediu
Sherazade. Muito contrariado, o Sultão acedeu.
E Sherazade começou uma história, outra e outra lhe encadeando e já
chegava o alvorecer e a hora da execução, quando a narrativa atingia o seu
clímax. Curioso por saber o fim da história, ordenou o Sultão que Sherazade
continuasse na noite seguinte. E assim
passaram mil e uma noites, até que…
Bom, se o leitor não sabe, a punição é ir até ao fim do artigo…
Certo é que nas Mil e Uma
Noites árabes o contador das histórias era Sherazade, e o Sultão o ouvinte;
mais verdadeiro é que, por cá, na originalidade lusitana, os ouvintes são os
cidadãos e o contador das histórias é o Sultão. Não para salvar outrem, como
Sherazade, mas para se salvar a si próprio.
Começou o Sultão por contar como descobriu a password de Ali Babá, graças ao canudo
de marfim de Ali que lhe permitia ver tudo o que desejava, e abriu a caverna dos
40 ladrões...
Segue aqui o meu artigo de hoje no i.
3 comentários:
Portugal paga taxa mais baixa de sempre por dívida a 10 anos.
Juro caiu para 1,143%
https://eco.sapo.pt/2019/04/10/portugal-paga-taxa-mais-baixa-de-sempre-por-divida-a-10-anos-juro-caiu-para-1143/
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Tal qual como se previu aqui que iria acontecer pelos idos de 2015.
É por causa desta capacidade de prever o futuro que eu gosto deste blogue.
Teremos oportunidade de confirmar nas próximas eleições legislativas se realmente povo já mostra mal-estar na escuta das narrações em que o sultão insiste. Do meu ponto de vista, as narrações… ainda podemos dar de barato, as consequências, não. Já as "partidas" pregadas pelos Ali Babá que não param de aparecer e tantos deles vindos do lado direito da caverna...
Juro da nova dívida pública renova mínimos históricos. Portugal financiou-se a 1,7% no primeiro trimestre
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O custo de financiamento de Portugal nos mercados voltou a cair no início de 2019. Os juros pedidos pelos investidores para comprar dívida pública nacional mantiveram, no primeiro trimestre, a tendência de redução dos últimos anos e atingiu o valor mais baixo de sempre.
A taxa de juro média paga por Portugal em novas emissões de Bilhetes do Tesouro (BT), Obrigações do Tesouro (OT) e Obrigações MTN situou-se em 1,7%, graças ao reforço da confiança dos investidores em Portugal e às condições externas favoráveis. O valor fica abaixo da taxa de 1,8% registada ao longo de 2018 e representa uma forte quebra face aos 2,6% de 2017, de acordo com o boletim mensal da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).
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