Tantas palavras, tanta dedicação aos serviços públicos por parte da geringonça e do governo socialista e, no fim, nunca maior terá sido a degradação dos serviços de saúde. Atrasos nos pagamentos, que dificultam ou impossibilitam aquisições necessárias, cortes e cativações orçamentais (para que serve o orçamento?), listas de espera crescentes, desigualdade de horários, uns com 35 horas e outros com 40 horas semanais, indignidade na acomodação dos doentes, adiamento de investimentos urgentes, contestação permanente de diversas classes profissionais, nomeadamente médicos e enfermeiros.
O Ministro da Saúde, impotente, já passou a pasta ao camarada das Finanças. E este diz, disse ontem no Parlamento, que a culpa era do anterior governo. Assunto arrumado. Nada, pois, a fazer. Até porque, mesmo para a geringonça, o dinheiro não chega para tudo, e há que respeitar prioridades. Entre redução de horários de trabalho, descongelamentos e progressões, admissão por grosso de precários e, logo, mais funcionários agradecidos e votantes, satisfação de interesses corporativos de amigos, e atendimento hospitalar condigno a escolha é óbvia. É que a geringonça é mesmo muito boa a fazer o balanço entre o que lhe convém para se manter no poder e o que são as necessidades da população.
Tudo, pois, a bem da nação. Da nação da geringonça, claro está.
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