Um dia vulgar e ao mesmo tempo diferente. Continuo a aguentar as amarguras da vida. Felizmente choveu um pouco. Não cantei durante a viagem, mas fiquei um pouco mais confiante. Pequeninas gotas de água pintaram o meu pára-brisas. As escovas deslizaram com uma voluptuosidade a raiar a sensualidade. Não fizeram barulho. Senti o prazer e o resfolgar da natureza a ser aspergida pela fonte da vida, a água. Fiquei mais tranquilo e esperançoso no futuro imediato. Nada mais me resta do que isso, desfrutar o pouco ou o muito que me aguarda. Tranquilamente fiz o que tinha a fazer, trabalhei, embora um pouco ansioso para desfrutar a meia hora após o almoço. Almoço simples, escolhido a propósito para não sofrer as consequências. Claro que o vinho branco, muito fresco, foi a exceção. Também tenho direito à liberdade de expressão através de uma agradável libação. Comi peixe! Eu que nunca fui adepto de peixe e nem do Benfica. Enfim!
Agradou-me sobremaneira a forma como o a funcionária do restaurante me olhou. Depois de alguma hesitação disse, “Está muito mais magro. Anda bem de saúde?”. Sorri e, meio confuso, disse-lhe que sim. A sua observação foi interessante. Fiquei na dúvida, “Será que estou mais magro ou é o efeito de ter cortado o cabelo, ter óculos novos e de não me ver há mais de um mês?”. Sorri e fiquei agradado por tamanha simpatia. Adoro este tipo de cuidados e atenções. Logo a seguir, no café ao lado, tomei o segundo café. A menina, que me reconheceu, trouxe de imediato o café com adoçante. Disse-lhe, “Tem boa memória. Muito obrigado”. Respondeu-me com um belo sorriso.
Sim, momentos banais que são confortantes e que me ajudam a viver.
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