Em Abril de 2007, e em outras ocasiões a propósito do desenvolvimento do sector do turismo, escrevi: Privilegiar o investimento no património histórico, estou convencida que constituiria um motor de desenvolvimento económico e social, pela actividade económica que induz, pela atracção de investimento privado e pela criação de postos de trabalho e novos pólos de atracção e animação turística, a par de um motor de desenvolvimento sustentável em que se combinam de forma coerente e planeada objectivos económicos e sociais, urbanos e ambientais, culturais e patrimoniais.
Registo, portanto, com agrado, a decisão do governo de levar por diante um programa de recuperação e valorização de património cultural e histórico através do turismo. É à partida uma boa ideia. A abertura de património histórico ao turismo não é, aliás, uma novidade. As Pousadas de Portugal, que estão hoje sob a gestão do grupo Pestana, são o primeiro exemplo do género em Portugal.
Trata-se de património que o abandono e o tempo se encarregaram de degradar. São trinta edifícios outrora com funções muito distintas espalhados pelo país. Alguns deles, na minha apreciação, magníficos pela sua beleza e localização.
O investimento na reabilitação para fins turísticos permitirá a sua recuperação para fruição pública ligada a actividades turísticas. Com esta intervenção os monumentos abrangidos terão uma nova vida. É a única forma de serem úteis ao País. É, afinal, uma parte da reconciliação que temos de ir fazendo com a nossa história.
Espera-se que a reabilitação respeite a identidade e memória dos monumentos. E espera-se que as concessões a privados - que incluem o investimento e a exploração - sejam transparentes, defendam o interesse público e contribuam efectivamente para a diversificação e sustentabilidade da actividade económica que é o turismo.