1. Ouvi há pouco uma notícia na A1 Radiodifusão, que citava afirmações da Senhora Ministra do Mar, proferidas hoje, no Porto se não estou em erro, referindo "existir uma margem muito estreita para o Governo negociar alterações orçamentais com Bruxelas". Interessante a ideia, falta-nos margem para negociar.
2. Interessante também pelo facto de até a titular da pasta do Mar estar disponível para filosofar sobre este tema, e logo deixando um recado para Bruxelas...Bruxelas que se vá prevenindo que nós não temos margem para negociar o Projecto de Plano Orçamental (PPO)...apesar dos imensos riscos, previsões cripto-optimistas e lapsos conceptuais que nesse PPO foram já detetados por Bruxelas e por N analistas, internos e externos, supostamente independentes, parece que não há margem...
3. Admito que Bruxelas, perante este aviso, tenha de reconsiderar os alertas que endereçou ao Governo português e que, segundo a contagem dos prazos referidos na carta de 26 do corrente, supunham o envio de um novo PPO até 26 de Fevereiro próximo ("deliver of a revised PDBP").
4. Para a hipótese de Bruxelas não querer reconsiderar, obrigando mesmo a uma revisão do PPO, naquele prazo e extravasando a estreita margem de que dispomos - o que se deverá considerar uma enorme afronta ao Povo Português, mas contra a qual os nossos recursos são manifestamente limitados - cumprirá preparar um Plano B, possivelmente colocando a Protecção Civil em estado de alerta para uma intempérie de grau considerável...
5. Tudo indica que esta novela orçamental ainda tem muito para dar que falar, cumpre estarmos atentos aos próximos episódios, que prometem ser de alta tensão.