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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

O pneu ...

Na altura não havia brinquedos. Fome de brincar e cabeça para imaginar eram coisas que abundavam.
Quando os eucaliptos davam a pele, retirava uma faixa e com maestria infantil, a que não era alheia a perigosa navalha, sempre escondida dos graúdos, arranjava maneira de criar uma fantástica hélice que girava como se fosse a mais esplendorosa ventoinha. Depois era vê-la a girar à velocidade da minha corrida. Víamos quem corria mais depressa atrás daquelas belezas feitas com a pele descamada dos eucaliptos.
Correr era uma necessidade. O corpo exigia insistentemente como se a vida quisesse andar atrás de um mundo que então via mas não compreendia. Fazia-lhe a vontade correndo com um velho arco ou a jogar à bola feita com meias velhas e trapos, os quais me valeram algumas tareias, porque nem sempre tinha discernimento para distinguir o velho do novo. Coisas da vida.
O que gostava mais era de andar às corridas com os arcos. Não era fácil arranjá-los, logo, o melhor era ficar junto da oficina das bicicletas e, como não quer a coisa, ia perguntando se não havia um pneu velho para brincar.
- Não. Não há. Diziam com vozes tonitruantes, eivadas de cigarros, de algum tinto e de muita berraria.
- Não há? Estão tantos ali.
- Onde?
- Ali! Não são pneus velhos? Podia dar-me um.
- Podem ser precisos. Replicou.
- Podem ser precisos?
- Sim. Podem.
- Mas para quê?
- Olha lá, ó meu rapaz. Não vês que estamos a trabalhar e que conversa não ajuda? Pensei: - Não ajuda uma merda! Estão a sempre a conversar, de futebol, de gajas, de vinhos, de patuscadas e de muitas outras coisas.
- Queres um pneu?
- Quero pois. Disse todo entusiasmado.
- Então, antes de ires buscar um pneu tens que me dizer se já pintas. Eu bem sabia o que ele queria, mas como estava com o olho num belo pneu respondi que não, ainda era muito novo.
- Ah! Então sabes o que é pintar!
- Posso ir buscar um? Perguntei sem responder.
- Espera. Ainda tens de me dizer se já viste a “pintelheira” de alguma miúda. Farto deste tipo de conversa, ainda estive tentado a dizer que sim, que já tinha visto a da filha. O pior era o resto. Respondi:
- Não senhor. Ande lá, deixe-me ir buscar um pneu. À medida que ia falando aproximava-me do montículo sujo de borracha usada. Já tinha o “meu” pneu ao alcance da mão.
- Posso levar este? Apontei.
- Podes, mas antes tens de dizer três asneira seguidas.
- Para quê? Questionei surpreendido.
- Para quê? Para pagares o pneu.
- Pagar com asneiras?
- Sim. Nessa altura já tinha abocanhado o mais bonito de todos.
- Pronto. Está bem. Porra, catano e merda!
- Mas isso são asneiras que se digam? Isso não vale nada. Tens que dizer as de verdade.
- Está bem. Eu digo para a próxima vez. Entretanto, já ia suficientemente longe para não ouvir as gargalhadas do pessoal que assistiram ao diálogo.
Fiz uma inveja do caraças junto dos meus amigos. O pneu “novo” foi alvo de trocas e baldrocas, mas fiquei sempre com ele. Não era fácil pô-lo a andar, tinha que lhe dar muita “porrada” com o pau, mas depois engatava e eu não conseguia acompanhá-lo na descida da inclinada calçada...

sábado, 24 de setembro de 2022

"Mactérias" ...

Nas andanças pelos meus textos tropecei neste que escrevi há alguns anos por causa de uma neta. Os miúdos são uma adorável fonte de inspiração.
“É bom estar atento aos miúdos, porque quando menos se espera aprende-se alguma coisa, pelo menos ficamos a saber, ou a imaginar, como funciona aqueles pequenos cérebros ávidos em compreender o mundo que os cerca.
O primo, um ano mais velho, sofre de cárie. Uma situação muito comum nestas idades. Apesar dos cuidados de higiene oral não conseguiu evitá-la. Tomara! É uma criança como qualquer outra, gosta de se alambazar com produtos altamente cariogénicos, o que pode ter consequências, por vezes dolorosas, como foi o caso desta semana. Antes, já tinha sido sujeito a tentativas de tratamento, mas, como estávamos à espera, opôs-se com determinação, ou seja, com medo, comportamento típico nestas idades, embora as condições atuais não tenham nada a ver com os dignos representantes dos "dentistas-barbeiros" que, no meu tempo de criança, revelavam ainda resquícios de aspirantes a torturadores da Santa Inquisição.
As conversas sobre este tema, cárie, doces, chocolates, lavagem e escovagem dos dentes são uma constante lá em casa, escutadas ou não pelos protagonistas infantis. Mas devem ser ouvidas, porque se não fossem não teria assistido e tido conhecimento das conversas da mais nova. Face às dores do primo, e ao conhecimento do seu comportamento em recusar o tratamento de dois "buracos", a menina acabou por entabular uma conversa com a mãe, dando provas do seu interesse por este assunto. "- Sabes o que são cáries, mamã?

- Hummm... Não. Conta-me lá!

- São "mactérias" que querem construir casinhas dentro dos dentes. Então, escavam, escavam, escavam e depois levam para lá a família toda!

- Ahhh... E cabem lá todas?

- Cabem, são todas amigas! Mas só que às vezes fazem doer a casa...

- Pois! É uma grande chatice..."

Hoje, face ao heroísmo e à aceitação por parte do primo em deixar-se tratar com sucesso, a conversa centrou-se no tema durante o almoço. A Leonor explicou-me o que eram as "mactérias", como é que elas entravam nos dentes e faziam a sua casinha para si e para os filhinhos e depois, quando começavam a ressonar, provocavam dores. 

- Como?! As "mactérias" ressonam?

- Sim. E depois fazem doer.

- E o que é que fazem, quando acordam? Não me digas que começam a pular, a correr e a brincar? Perguntei-lhe.

A miúda esboçou um largo sorriso de admiração, dançou na cadeira, revelando uma manifestação de gozo e de incredulidade, e lançou-me na cara, a rir que nem uma perdida:

- Oh, vovô, mas que pergunta tão "podícula"!

- O quê?!

- "Podícula", vovô! Mas tu não sabes de "mactérias"?

- Bom, um pouquinho.

- Ah. Está bem.

- E agora, o que é que vais fazer?

Com o dedo dá a indicação de esfregar os dentes e diz:

- Vou tirar as "mactérias". 

- Antes que escavem os teus dentinhos, não é?

- Pois. É que depois podem "ressonar" e "darem" dores.

- Muito bem. Vai lavar os dentinhos.

Pelo menos fiquei a saber o que são "mactérias", bactérias más, que gostam de escavar os dentes para terem uma casinha e que ao “ressonarem” provocam dores. Esta do ressonar é que ainda não percebi bem. Mas por hoje chega. Espero nos próximos dias aprender um pouco mais. O pior é que o raio de um molar começou a doer-me. Será que tenho lá dentro "mactérias" a ressonar? Às tantas. Na próxima semana vou acordá-las e mandá-las embora, senão quem não vai ressonar sou eu...

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O meu outono ...

Quando se vive muitos anos somos invadidos por uma estranha sensação, viver sem compreender. Pelo menos está a acontecer comigo. Cada dia que passa sou inundado da esperança de ser atingido pelo esquecimento súbito. Não sei bem o que isso é, mas pressinto-o como algo sublime, ser esquecido e esquecer. Haverá algo mais belo e poderoso? Não. A minha mente é lambida por recordações pontuais, quais flashes de raios e coriscos numa noite de verão. Gosto de as amarrar ao meu coração, mas desaparecem na primeira ocasião. Gente sem nome, olhos húmidos a imitar verdadeiros lagos de felicidade, lágrimas de rios de sofrimento, conversas belas a ofuscar o por de sol no fundo de um mar calmo e sensual, atitudes de coragem mais altas dos que as maiores das montanhas, poetas cheios de caráter mesmo no reino do analfabetismo, ternura tão vasta a querer subjugar o universo. Gente sem nome. Viveram e foram esquecidos. Devem sentir-se felizes na vastidão de um novo mundo. Felizes e livres. Julgo que sim. Até as almas perdidas acabarão por se achar e encontrar os seus Edens, mesmo que não saibam ou nunca tenham desejado. Não importa, o que interessa é ser esquecido e esquecer. Refugio-me atrás da beleza e sensualidade de uma caneta. O seu azul perturba-me, o peso encanta-me e o brilho do seu olhar emociona-me. Preciso, não de viver, nem ainda de esquecer, apenas sentir alegria com a doçura de um aparo de ouro e as lembranças quentes e doiradas a relembrar as areias do rio que acariciavam o meu corpo, libertando-me de forma doce e encantadora nas tardes de setembro do final do verão, prometendo pinturas da beleza colorida do meu outono. Outono, a estação que precede a morte, o sono, mas que encerra por momentos a beleza de uma vida simples e eternamente esquecida.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

“Até eu medrava sem comer” …


No pico do espraiamento do sol tive que calcorrear uns bons metros através de velhas ruelas sempre à procura da tão desejada sombra. 

Quatro gatos alinhavam-se em frente de uma porta modesta demonstrando que ali nasce comida pela qual nunca tiveram de lutar ou de trabalhar. Sabem-na toda estes animais ditos domésticos, embora não totalmente, visto que prezam, de forma ímpar, a independência e a liberdade. Três gatos cercavam um outro, mais pequeno e ranhoso, que não se mexia. Encolhido, e paralisado de medo, devia estar a equacionar a melhor maneira de livrar-se dos três “irmãos”, umas verdadeiras bestas. Todos quietos. Um deles, em jeito de ataque imediato, era o que estava mais perto, enquanto o segundo, negro, com o pelo eriçado e olhar assustador, trancava, um pouco mais longe, a passagem de uma eventual fuga. O terceiro, castanho-amarelado, acabou por desistir daquela parvoíce abandonando o local em passo lento e com um ar verdadeiramente aristocrático. O quadro dos três gatos adquiriu, subitamente, vida, com o mais perto a mostrar dentes aguçados e a bufar à maneira ao mesmo tempo que dava uma valente patada com as garras desnudadas no focinho do pobre animal que, encolhido, quase desapareceu tipo ouriço-cacheiro. Gemeu de dor. Perante o quadro avancei em seu auxílio. Safou-se e agradeceu, miando com ternura e com um olhar enternecido. Avançou uns metros e colocou-se à sombra debaixo de um contentor. Os outros dois viraram-se para mim, mas devem ter reparado que eu tinha uns valentes palmos a mais. Mesmo assim não desarmaram à primeira. Olhares furiosos prontos a atacar. Eu fiz o mesmo e dei-lhes a entender que estava preparado para ripostar à maneira.  

Analisando a questão, não vi que tivesse violado o seu território, não vi nenhuma fêmea a apelar à satisfação do cio e também não me pareceu que fosse por causa dos alimentos. Os agressores estavam bem nutridos, ao passo que a vítima estava doente e visivelmente esfomeada. Quanto à minha pessoa também não me referenciei como alguém que pusesse em causa a etologia felina. 

Ia a pensar neste quadro urbano e despropositado, em que a violência extravasa a sua força, quando uma senhora bem nutrida, sentada na soleira da sua porta, não muito distante do episódio que acabei de contar, manifestava em alta voz o seu desagrado com a menina que lhe queria saltar para o lombo. Traquina, e calada como os gatos, tentava fazer das suas. Uma atitude que tomei como lúdica e carinhosa. Quem não estava a gostar da conversa era a avó, que lhe gritava: - Está quieta meu estupor. Nunca estás queda. Só sabes chatear. Quem me dera que a tua mãe viesse amanhã da Alemanha e te levasse. Até eu medrava sem comer! A pobre da criança deixou-se de brincadeiras e sentou-se na soleira da porta ao lado. Amuada? Sim, ou qualquer coisa parecida. Às tantas pensei, o raio do calor dá cabo dos cornos, quer das pessoas quer dos gatos. Só pode. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Silêncio da escrita

 Silêncio da escrita


Não tenho escrito como é habitual. As palavras, as ideias, os sentimentos, os medos e os desejos estão aprisionados. Nada e ninguém gosta de se sentir preso. Ouço lamentos e até alguma raiva. Tenho que os libertar, de outro modo acabarão por me fazer mal. Tenho lido entrementes. Talvez seja por isso que não escrevo. Fico absorvido pela elegância e inundado pela energia criadora de grandes escritores. Consigo ouvir as suas vozes, o dançar dos seus pensamentos e a profundidade dos seus escritos, elegantes e até, porque não dizer, divinos.  Para quê escrever se há sempre alguém a desenhar e a cantar o mundo com tal perfeição? Prefiro mil vezes confundir-me com alguma das suas personagens, mesmo que não existam ou, então, brinquem como figuras da banda desenhada. 
Mas a força do pensamento é diabólica. Diabólica, ardilosa, frustada ou desejosa de recriar a vida e fazer esquecer a dor e a morte.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Dois momentos…

Um dia vulgar e ao mesmo tempo diferente. Continuo a aguentar as amarguras da vida. Felizmente choveu um pouco. Não cantei durante a viagem, mas fiquei um pouco mais confiante. Pequeninas gotas de água pintaram o meu pára-brisas. As escovas deslizaram com uma voluptuosidade a raiar a sensualidade. Não fizeram barulho. Senti o prazer e o resfolgar da natureza a ser aspergida pela fonte da vida, a água. Fiquei mais tranquilo e esperançoso no futuro imediato. Nada mais me resta do que isso, desfrutar o pouco ou o muito que me aguarda. Tranquilamente fiz o que tinha a fazer, trabalhei, embora um pouco ansioso para desfrutar a meia hora após o almoço. Almoço simples, escolhido a propósito para não sofrer as consequências. Claro que o vinho branco, muito fresco, foi a exceção. Também tenho direito à liberdade de expressão através de uma agradável libação. Comi peixe! Eu que nunca fui adepto de peixe e nem do Benfica. Enfim! 

Agradou-me sobremaneira a forma como o a funcionária do restaurante me olhou. Depois de alguma hesitação disse, “Está muito mais magro. Anda bem de saúde?”. Sorri e, meio confuso, disse-lhe que sim. A sua observação foi interessante. Fiquei na dúvida, “Será que estou mais magro ou é o efeito de ter cortado o cabelo, ter óculos novos e de não me ver há mais de um mês?”. Sorri e fiquei agradado por tamanha simpatia. Adoro este tipo de cuidados e atenções. Logo a seguir, no café ao lado, tomei o segundo café. A menina, que me reconheceu, trouxe de imediato o café com adoçante. Disse-lhe, “Tem boa memória. Muito obrigado”. Respondeu-me com um belo sorriso. 

Sim, momentos banais que são confortantes e que me ajudam a viver.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Três reflexões…

 Chuva

Saboreando um café no resto de uma manhã …


Andava com saudades da chuva. Tenho olhado incessantemente para o céu à procura de nuvens cinzentas, negras e pesadas capazes de refrescar a vida sedenta de água. Nada. Em troca recebo o azul do céu que tanto adoro, mas que agora causa-me ansiedade e até medo. Esta noite acordei com um cantar de alegria. A chuva caía doce e alegremente. É tão belo ouvir esta música. Acalma e transmite a esperança de melhores dias. Seduz e faz esquecer a dor de quem já não a consegue ouvir. A morte pode ser esquecida com o brilho e a alegria de quem pode dar vida, a água. 


Espera

A falta de rotinas  num local novo causa-me sempre ansiedade e até alguma frustração. Cada sítio tem as suas regras e usam-nas como se tivéssemos de as conhecer. Mas isso é o menos, o pior é a falta de cuidado e sobranceria como sou tratado. 

Gosto de ser acarinhado com um sorriso, uma atenção. Nada de complicado. O distanciamento é uma realidade, não falo do imposto recentemente, mas do devido a falta de empatia. Nada de surpreendente, claro, mas que me incomoda, lá isso é verdade. No entanto, faço por ultrapassar estas situações, passando a ir várias vezes ao mesmo local. Ao fim de algum tempo acabo por ser reconhecido. Depois é tudo muito simples, aproxima-se um sorriso e ouço um dialogar doce…

Para que isto possa acontecer tenho que esperar. Demora, mas vale a pena. 




Vícios

Não posso dizer que tenha vícios. Se os tiver não dou conta. Gosto de usufruir o prazer de pequenas coisas. Uma delas tem a ver com os alimentos do espírito. Já analisei e dissertei bastante sobre este assunto. Fui um fumador inveterado durante muitos anos. Fui o que se pode dizer um perfeito louco. Incorrigível? Não! Testei as minhas forças e fiquei a saber que era forte. Deixei de fumar cigarros às 23:55 horas do último dia de 1983. Foi terrível? Ui, se foi! Mas consegui. Desde esse dia guardo com certa voluptuosidade o meu último maço de cigarros. Acompanha-me religiosamente. Por vezes este episódio tem servido de argumentação contra os que se opõem aos meus conselhos. Sorrio quando dizem, “O senhor doutor nunca fumou. Se tivesse fumado não falaria dessa maneira. É a altura de me encostar à cadeira. Suspiro, sorrio e conto a minha história. Fui um verdadeiro Tom Mix.  Andava com dois maços de cigarros, um em cada bolso. Chegava a pagar a contrabandistas para me trazerem o reles tabaco espanhol, o “Fortuna”. Horrível? Sim. Era a única possibilidade de contrariar os grevistas da Tabaqueira no pós vinte e cinco de abril. No entanto, anos depois, passei a “saborear”, muito ocasionalmente, um charuto. Nada de mais e nem de menos. Recordo-me de um colega norte-americano que passou pelo mesmo e me disse um dia, “Salvador. Eu fumo dois charutos por ano em ocasiões especiais. Considero este como um deles. Importas-te que fume um?” Ainda por cima depois de termos feito conferências em que o tabaco foi a nosso “vítima”. Sorri e perguntei-lhe, “Tens um para mim?”. “Tenho pois!”. A partir daí, de quando em vez, ataco um bom cubano. Cuba também tem coisas boas, apesar de Fidel ter acabado um dia por dizer que oferecia com muito gosto charutos aos seus inimigos. Foi na altura em que ficou doente. 

Sabe bem. Os alimentos do espírito são saudáveis quando usados com parcimónia. A alma tem desses desejos. 

Seleciono os melhores entre os melhores a ponto de quando  entro na loja, a menina, sem perguntar o que pretendo, vai buscar logo duas embalagens do dito. Sempre com um belo sorriso. Também alimenta.

Vícios? Sei lá se são ou não…