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sábado, 27 de dezembro de 2008

"Depois de casa roubada trancas à porta"...

(versão inglesa do cartoon de Patrick Chappatte divulgado no jornal Expresso)
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Pessoalmente não acho graça alguma àquelas gracinhas que se fazem à custa da desgraça dos outros. Não é bonito brincar com o quotidiano ou as tragédias que provocam sofrimento, dor, destruição, horror ou temor. Mas as brincadeiras de mau gosto são hoje um traço comum de muitos programas, diversões e outro tipo de entertainment que movem milhões. E os cartoons não fogem à regra.
Embora a crise financeira mundial seja muito séria e grave e se prevejam efeitos na economia real que podem perigar o bem estar de milhões de pessoas, o cartoon de Chappatte sobre a crise financeira mundial que motiva este post é especialmente gracioso, imbuído de um humor muito bem apanhado. Faz-me lembrar aquele ditado "Depois de casa roubada trancas à porta"! E depois com o passar do tempo, a confiança vai-se ganhando, as trancas vão sendo retiradas, a normalidade vai-se restabelecendo, até à próxima...
Esperemos que desta crise financeira sejam retiradas as necessárias lições e sejam colocadas trancas de aço à prova de mentira, ganância, egoísmo, corrupção, manipulação, inovação sem limites e ficção, negligência e leviandade!

5 comentários:

jotaC disse...

Também acho que este cartoon tem muita graça... Mas este porquinho é muito modesto e pequenino, pois até cabe debaixo do braço; e aqueles a quem nem uma vara de porcos bem grandalhões resolve o problema?...Bum!
:)

Bartolomeu disse...

O segredo de uma "grande" piada, aquilo que faz as pessoas achar-lhe graça, é quando ocorre a simbiose entre o que é factual e o que é caricatural.
A verdade cara Drª. Margarida, é que foram muitas Missis Jones com os seus porquinhos e o seu espírito apuradíssimo de economizar que alizaram o terreno onde foram edificados os edifícios da mais recente e sufusticada economia.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro jotaC
As grandes "poupanças" não caberiam no "porquinho modesto e pequenino" da senhora Jones! Nunca chegaram a existir, perdidas que estavam em mais-valias potenciais que a crise financeira se encarregou de evaporar!

Caro Bartolomeu
Pois foram as senhoras Jones desta vida que economizando para comprar as suas casas, mal sabiam do uso financeiro que lhes era dado, "alavancadas" em produtos de alto risco que conduziram à desgraça!

Suzana Toscano disse...

Pois é Margarida, parece que vamos a caminho de "back to the basics", viver de acordo com o que se trabalha, esperar progredir mas não contar com riquezas rápidas e duradouras, desconfiar de quem "vende bezerros e não tem vacas",como dizia a minha avó. Mas, há apenas um ano, isso seria falta de espírito combativo, conformismo, mediocridade...e o facto é que houve muito boa gente que tirou proveito de tanto milagre financeiro. Agora, o pior é que se calhar vão ser os mealheiros das sras. Jones a pagar a factura!Os seus desejos para o novo ano são muito ambiciosos, esperemos que pelo menos seja possível aproximarmo-nos deles e não vamos ainda assistir aos que ficam com um no papo outro no saco!

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Pois é, Suzana, vamos a ver se nos convencemos, em particular aqui neste "rectângulo à beira mar plantado", que devemos viver de acordo com as nossas possibilidades, isto é, em função do que somos capazes e queremos produzir!