Avé, César, os que vão morrer te saúdam, diziam os gladiadores no circo romano!...
Sendo o financiamento escasso, cada euro a mais no programa de gastos públicos é um euro a menos disponível para as empresas privadas que querem investir no sector dos bens transaccionáveis.
Definha o país na produção de bens e serviços competitivos e inflaciona-se o país de TGVs, de auto-estradas e aeroportos para escoar o que não se produz.
Desleixadamente, imita-se o que fazem outros países, com grande capacidade competitiva e exportadora e dívida pública controlada, esquecendo que as circunstâncias são bem diferentes.
E, coisa admirável, há sempre na primeira linha um escol de "pensadores" a aplaudir.
Os que seguem sempre a mesma cartilha, qualquer que seja a situação. E que insistem em levar este país para a cauda da Europa, mesmo agora, a 27. Com aplauso geral do circo!...
Avé, pensadores do politicamente correcto!...
6 comentários:
Caro Pinho Cardão,
"A proporção das despesas públicas de investimento face ao PIB já foi reduzida em quase 50% face ao máximo atingido no final dos anos 90 – pelo que não parece possível continuar esta trajectória..."
Caro Rui:
Não é possível deixar de fazer, aqui e agora, o TGV, cuja maior e conhecida vantagem é encurtar 20 minutos a ligação Porto-Lisboa?
Não é possível fazer bons acessos com perfis de vias rápidas, sem o luxo das auto-estradas?
E, querendo "investir", não é possível arranjar alternativas mais reprodutivas, que tenham a ver com o minorar de alguns dos nossos maiores problemas, como a falta de competitividade e o enorme défice da balança de transacções?
Caro Pinho Cardão,
Eu limitei-me a transcrever uma afirmação de M Frasquilho no seu post de hoje.
Percebo agora que a tua indignação se volta para o TGV e o aeroporto. E as auto-estradas em construção e a construir.
É isso?
Se é isso, concordo inteiramente contigo mas não tenho, contudo, tanto receio que tudo o que está anunciado vá por diante nos tempos mais próximos. Precisamente porque quem não tem dinheiro não tem vícios. A não ser que alguém lhos pague, o que parece difícil em tempos de vacas (muito) magras.
Já me parece exagerado o teu alarme da falta de meios para o sector privado pequeno e médio, sobretudo, por estarem a ser dirigidos para o sector público. Segundo M Frasquilho conclui, não estarão.
Já uma vez (ou mais) te perguntei se conheces algum bom projecto que esteja na gaveta por falta de financiamento. E tenho ficado sem resposta.
Estou convencido que se há projectos com mérito indiscutível não ficarão sem financiamento mesmo nas actuais circunstâncias de crédito rarefeito.
Caro Rui:
O TGV foi um mero exemplo...
Acontece que o gene gastador está lá, nos governantes, esse gene que mandou fazer estádios onde se joga futebol uma vez por ano, ou em dias de festa, ou estádios em que as Câmaras suportam os custos de exploração e manutenção.
Esse gene reproduz-se diariamente por todo o lado, nas rotundas ou nos pavilhões apenas usados na feira do dia do Padroeiro da terra.
Feito o investimento, esgotou-se a sua utilidade económica e social.
Insurjo-me contra ele.E, francamente, o que vejo é que o anunciado investimento público é de natureza similar.
Caro Pinho Cardão,
Evidentemente que se fizeram muitas loucuras neste país. O caso dos estádios de que falas é um dos exemplos mais aberrantes da utilização dos fundos públicos.
Mas aí estou mais à vontade do que tu, desculpa que te diga. Em matéria de pontapénabola sou o mais isento que há neste mundo e arredores.
O que temos que discutir, segundo me parece, não é o investimento público em geral mas de que investimento público estamos a falar.
Quando referes que cada euro enviado para investimento público é menos um euro para investimento privado, daquele que aumenta a produção de bens transacionáveis, tens de convir que estás a exagerar.
Depois, meu Caro, o que eu penso que deveria ser exigido ao governo seriam as contas que sustentam as suas decisões. O TGV é uma enormidade para alimentar o interesses partidários e os privados que com eles andam de braço dado? Talvez. A mim dizem-me que a linha do Norte está saturada com 600 (!) combóios diários sempre à cunha. Deve ser mentira. Onde está verdade?
No caso do aeroporto, o que se discutia ainda há bem pouco tempo era o local. Andava meio mundo marado entre a Ota e Alcochete e o outro meio sem perceber patavina. De repente, nem Ota nem Alcochete.
Ora os investimentos, públicos ou privados, com períodos de vida muito longos ou têm ou não têm mérito económico independentemente
das situações conjunturais.
Podemos é não ter recursos hoje e tê-los amanhã. Mas essa já é outra perspectiva do assunto.
Vou escrever hoje, lá mais para a tarde, noite em Portugal, no meu caderno de apontamentos uma laracha acerca deste assunto. Aparece por lá a comentar.
Lá irei, caro Rui!...
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