O direito à greve é um direito inalienável. Todos sabemos. Respeitamos este direito e o seu exercício. Podemos, contudo, não compreender o porquê de uma greve e não entender a importância das reivindicações que justificam que uma greve perturbe e prejudique o dia-a-dia dos cidadãos em serviços considerados essenciais. Sabemos também que os grevistas não escolhem dias e conjunturas ao acaso. Muito pelo contrário, as greves são muitas vezes marcadas em períodos escolhidos cirurgicamente, em particular quando o seu impacto é mais significativo quanto à dificuldade de manter uma normal capacidade de prestação dos serviços.
Vem isto a propósito da greve anunciada na TAP, que envolve o pessoal de manutenção dos aviões e o pessoal de voo, abrangendo o período do Natal, num total, segundo entendi, de quatro dias a partir de amanhã. Segundo li, estão em causa reivindicações salariais.
Independentemente da difícil situação económica e financeira em que se encontra a TAP, para o que terá contribuído num primeiro momento a escalada do aumento dos preços dos combustíveis e, recentemente, a crise financeira mundial, a marcação de uma greve na TAP justamente na época de Natal é um acto de difícil compreensão. Se a memória não me falha, não é primeira vez que acontece.
A quadra Natalícia implica todos os anos um aumento de voos envolvendo os destinos de residência dos nossos emigrantes que se deslocam a Portugal para se reencontrarem com a Família e na sua terra viverem um tempo muito especial de confraternização, amizade e solidariedade. É para muitos um reencontro único.
O Natal é uma época de aproximação entre os homens, em que até a guerra faz tréguas para que os homens o possam viver em paz.
Prejudicar milhares de portugueses que querem viver o Natal junto das suas famílias constitui, pelos vistos, um incentivo para que o momento de apresentação de um caderno de reivindicações coincida com o Natal. Que outro melhor momento existiria para o fazer? Será que o Natal não fala ao “coração” da TAP?
Vem isto a propósito da greve anunciada na TAP, que envolve o pessoal de manutenção dos aviões e o pessoal de voo, abrangendo o período do Natal, num total, segundo entendi, de quatro dias a partir de amanhã. Segundo li, estão em causa reivindicações salariais.
Independentemente da difícil situação económica e financeira em que se encontra a TAP, para o que terá contribuído num primeiro momento a escalada do aumento dos preços dos combustíveis e, recentemente, a crise financeira mundial, a marcação de uma greve na TAP justamente na época de Natal é um acto de difícil compreensão. Se a memória não me falha, não é primeira vez que acontece.
A quadra Natalícia implica todos os anos um aumento de voos envolvendo os destinos de residência dos nossos emigrantes que se deslocam a Portugal para se reencontrarem com a Família e na sua terra viverem um tempo muito especial de confraternização, amizade e solidariedade. É para muitos um reencontro único.
O Natal é uma época de aproximação entre os homens, em que até a guerra faz tréguas para que os homens o possam viver em paz.
Prejudicar milhares de portugueses que querem viver o Natal junto das suas famílias constitui, pelos vistos, um incentivo para que o momento de apresentação de um caderno de reivindicações coincida com o Natal. Que outro melhor momento existiria para o fazer? Será que o Natal não fala ao “coração” da TAP?
6 comentários:
Concordo, margarida, é incompreensível.
Caríssima Drª. Margarida, acredito que não esteja nos propósitos dos "grevistas" da TAP provocar prejuízos, sobretudo a nível do moral dos seus clientes.
Concordo com o seu ponto de vista, nesta quadra do ano, atendendo sobretudo ao número de emigrantes e de imigrantes que utiliza a companhia para se deslocar aos seus países, para junto das suas famílias, seria excelente que não ocorressem este tipo de reivindicações que, tal como afirma no início do seu texto assistem por direito a todos os trabalhadores.
Porem, a forma como os trabalhadores da TAP decidiu manifestar, é consequencia de um grande número de motivos e razões, uma delas, tal como disse tambem, o mau estado económico da empresa, motivado entre outros pelo aumento dos combustíveis.
Não me esqueço de ha algum tempo atrás ter sabido, que o facto de ter sido abulida uma simples azeitona da constituição das refeições servidas a bordo, representou que fosse economizada uma avultada quantia/ano. Não sei se esta notícia é ou não verídica, no entanto estou convencido (admito que possa estar redondamente enganado) que se a administração da TAP, o governo, os sindicatos e representantes dos trabalhadores se juntassem na vontade de concertar e ultrapassar esta divergência, a greve seria certamente evitável.
Entretanto, o caos ira "estalar" certamente no aeroporto e a opinião pública irá reflectir mais esta ambiguidade.
Será mais um motivo para a agitação social que especialmente nesta altura, quer porque nos encontramos em plena época natalícia, quer ainda porque se vive um período de grande crise e incerteza social, deveria ser evitada a todo o custo.
Parece-me que as palavras de aviso e tomada de consciência, proferidas pelo Dr. Mário Soares, não foram ouvidas pelo governo, pela TAP e pelos trabalhadores, mas bem fariam se as escutassem.
Cara Margarida
Para "rebentar" com algumas empresas, nada mais pertinente do que fazer uma grevezita em épocas em que a respectiva actividade é fundamental em termos de facturado anual, com todas as suas evidentes consequências . Esta greve da TAP é de tal maneira desmiolada, que me faz recordar as diatribes selváticas que a rapaziada da vélha Lisnave fêz ao longo do prec.
Este cenário merece a classificação de "um genuino e desvairado masoquismo profissional"!
Não tenho a honra de a conhecer pessoalmente (de modo informal), cara Dra. Margarida Aguiar, mas a ideia que tenho de si é de que é uma pessoa de uma bondade e formação inexcedíveis. Mas o mundo também é feito de pessoas diferentes, não o esqueçamos...
Trata-se de uma tentativa deliberada para provocar graves problemas financeiros à TAP. Numa altura de dificuldades para todos o egoísmo vem ao de cima e são esquecidos os que gostariam de ter um salário garantido ao fim do mês.
Caro Bartolomeu
Esta greve no momento que estamos a atravessar de grandes dificuldades económicas e sociais, assim como tantas outras incompreensões a que temos vindo a assistir aos mais diversos planos, apenas contribuirá para agudizar o clima social de insatisfação, de crispação e de revolta.
Fico espantada, ou talvez não devesse ficar, como é que uma empresa que está objectivamente em dificuldades não é capaz de encontrar soluções que preservem os postos de trabalho e garantam a sua viabilidade. É pena que não olhem para o que se tem passado noutras companhias de aviação, umas que pura e simplesmente faliram deixando sem emprego milhares de trabalhadores, e outras que encontraram forma de distribuir os problemas pelas partes envolvidas, reduzindo por exemplo tempo de trabalho.
Caro antoniodasiscas
Também me veio à cabeça o tempo do PREC, com as greves desgovernadas que depois tiveram, muitas delas, o desfecho que bem conhecemos.
Caro jotaC
Fiquei quase sem jeito para responder ao seu comentário. Mas pronto, tem que ser.
Com um pouco de bondade todos ganharíamos em lucidez. Lucidez é, mesmo, o que vai faltando a muita gente e sem ela cometem-se muitos erros.
A conjuntura difícil que se vive no País e a situação complicada em que se encontra a TAP recomendariam moderação...
Caro Lura do Grilo
Pois, seja muito bem vindo! Tem muita razão na sua observação. O egoísmo é um defeito muito grande. E pode conduzir à cegueira. E da cegueira ao abismo são dois passos...
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