"Dei-lhe uns dias para arrumar as coisas", disse João Soares em comentário à decisão de exonerar António Lamas do Centro Cultural de Belém. Isto depois de, no alto da sua excelsa autoridade, ter ameaçado que o demitiria se, no fim de semana, não apresentasse o pedido de demissão.
Assim, desta forma trauliteira, caciqueira e rasteira se despede um dirigente com um curriculum ímpar e notável de realizações na área cultural e dos museus.
E substitui-se, ignorando toda a tramitação legal existente quanto ao provimento de cargos públicos..
Demissão à margem da lei, nomeação, apesar da lei e contra a lei. O caciquismo cultural dos novos tempos. Impante, arrogante, malcriado.
22 comentários:
Diz do nível de quem nos governa.
Disto, o bloco gosta, e muito. É quase certo que acabou de roubar mais uns votos ao ps. O costa e acólitos na sua sede de poder, não se apercebem que estão a ser esvaziados pelo bloco.
Mas "caceteiros" porquê, caro Dr. Pinho Cardão?
Até parece que o Senhor nunca percorreu os "corredores" da política.
Sabe muitíssimo bem, que sempre que um novo governo chega, partem os que tinham sido nomeados pelo governo anterior. Aliás, aqueles mais íntegros, ou que se querem fazer passar por isso, mal os novos ministros tomam posse, colocam imediatamente os lugares à disposição. Isto para que o novo ministro não se sinta de alguma forma constrangido e a ter de recorrer ao "pontapé nas costas".
São poucos oa que por desempenhos excecionais ou por falta de alternativa, são reconduzidos no cargo. Não foi o caso. Gajos para gerir o CCB hà-os a ponta pés e todos eles com a peitaça recoberta de medalhões. Agora, convenhamos, o lugar é meramente de "penacho". Não só pela imponência do templo mesopotâmico mandado erigir no mandato de PM de Cavaco Silva, como pelos jardins suspensos que fazem as delícias do maralhal que nas tardes de Domingo ali acorre para umas jolas, uns cafés e umas bicas, enquanto os putos espezinham a relva e se penduram em tudo o que podem. "Ah e tal... porque o CCB proove a cultura, exposições de arte, concertos e nho, nho, nho e mais não sei quê. Uma porra! O CCB não promove nadex! Assim como aquela aberração do lado oriental do jardim e a outra junto à estação fluvial, onde antigamente se produzia a carvão a electricidade que iluminava os lares da Lisboa Ocidental.
Caro Dr. Pinho Cardão, chamemos os BOIS pelos nomes e não nos deixemos envolver no choro da donzela atraiçoada. A dinâmica da "coisa" é esta e sempre foi esta, independentemente dos projetos culturais pensados e projetados para a "high society" e que consomem recursos do orçamento para a cultura que fazem com que um gajo cheio de talento para executar um instrumento musical e necessite de uma bolsa para o conservatório, se veja da cor do *** para a conseguir... se conseguir.
Oh... caceteirtos...!!!
Eu não sei se este ministro vai ou não adotar critérios e vai decidir de forma mais equilibrada e justa ( aqui só para nós - até não o acho nada inteligente ) mas que a bandalheira já vam de longe e nos vários setorres da administração da coisa pública sempre a ssim tem sido e portanto a percissar de umas boas cacetadas... d'isso não tenho a menor dúvida.
"A bandalheira já vem de longe" e vai continuar enquanto muitos acharem que não há nada a fazer- é relativamente fácil mudar de governo, é difícil mudar mentalidades.
Disseram-me que o J. Soares confessou que "engalinhou" com o Lamas. Quem diria que o nosso ministro da cultura se deixa "engalinhar"? Quem diria que o Dr. Lamas tinha capacidade para "engalinhar" um ministro?
A gente vê e ouve cada coisa!
Não sei porque é que o problema é o João Soares. Ele não nasceu lá no lugar e, se está no lugar, faça o que bem entender. O problema está no tipo que o pôs lá que, felizmente, vai a "enterrar de vez" nos próximos dias.
Então, "nos próximos dias" vamos passar a viver num país NOVO! Estamos por isso, a viver o advento da felicidade, da integridade, da justiça, da ressurreição económica e financeira, do equilíbrio social, da estabilidade e da sustentabilidade, caro Dr. Cruz?
Rejubilemos irmãos e unamos as mãos em prece de agradecimento pelo expurgo a que "nos próximos dias" assistiremos. Portugal renascerá e será, de novo (?) uma nação próspera, escorreita de princípios, de meios... e de fins!!! Aleluia Irmãos! Aleluia!!!
Não. Esse, infelizmente, vai ter que esperar pelo resgate. Não vai ser nos próximos dias mas não deve chegar ao Verão.
Não importa, caro Dr. Cruz. O importante é que mais cedo do que tarde "sejam todos enterrados de vez". Que chegue rápido o dia do juízo final em que todos esses ímpios serão chamados até à beira da vala que os irá fazer desaparecer para sempre. Ficarão somente os puros, os belos, os dotados, os delfins, intrépidos paladinos da... da... da... disso. Daquilo que só as grandes almas possuem o saber fundamental e infalível que lhes permite tudo fazer melhor que bem e que todos.
http://observador.pt/opiniao/quero-posso-mando-chamo-me-soares-joao-soares/
Exacto, caro Bartolomeu. É exactamente porque ninguém detém o saber de fazer tudo bem, que a escolha é atribuída a todos. Quem toma a decisão de retirar a todos o poder de decidir é porque sabe mais que os outros. É este "eu sei mais que os outros" que deve ser enterrado para que as decisões possam ser tomadas por todos. Uns bem, outros mal, outros assim a assim. Chama-se, noutras terras mais ricas, "democracia".
Na, na, na, caro Dr. Cruz.
Sebe bem que a democracia só existe num plano etéreo num limbo onde, a essência "daquilo" que lhe deu vida (leia-se o espermatozóide do pai e o óvulo da mãe)se mantem num estado de vida-suspensa.
Porque se assim não fosse, haveria lugar e espaço para debate de ideias e sobretudo para construção de decisões capazes de resolver os problemas que atingem os cidãos do país.
Mas não, aquilo que está no mais íntimo de cada um de nós é o sentimento de afastamento (quanto mais radical e definitivo, melhor) daqueles que não comungam as nossas ideias. Sentimento esse que o meu estimado amigo expressa num comentário anterior:- « O problema está no tipo que o pôs lá que, felizmente, vai a "enterrar de vez" nos próximos dias.» É isto, este sentimento, este ancestral background que nos reduz social e politicamente e não nos permite nunca atingir consensos. Verifica-se na cultura, no governo, no desporto, na justiça, na educação, na ciência... em práticamente todos os aspectos da nossa vida familiar, política, social e religiosa. Ou seja; aqueles que se encontram à nossa volta, ou nos servem... ou não servem para nada. Nesse caso, ha que abatê-los para que não nos possam vir a causar prejuízo no futuro. Só que, esta regra, não é universal, é sim, controlada pelas leis do universo. Portanto, transcendem-nos e, quer gostemos ou não, temos de viver ao lado daqueles que desconsideramos e/ou consideramos nossos inimigos, seja por que motivo for e em que circunstância for. Um dia, se aprendermos a retirar algum ensinamento das marradas que entretanto vamos dando nas paredes, pode ser que cheguemos a perceber o real valor dos consensos e com eles a construirmos uma sociedade mais equilibrada e consequentemente mais perparada para as dificuldades que naturalmente vão surgindo.
Caro Bartolomeu:
Eu nem sequer enfatizo a questão da substituição: pelos vistos, o homem é o dono da cultura, quer, pode e manda. O que eu verbero e acho chocante foi o modo como foi anunciada a substituição. O Prof. A. Lamas foi tratado abaixo de cão, como objecto descartável que se deita ao lixo. Pior, a quem se dá um tempito para arrumar as coisas... Isso é comportamento caceteiro.
Ora, assim já estamos a referir-nos a coisas ligiramente diferentes, caro Dr. Pinho Cardão. Não ao fim, mas aos meios e à forma de o atingir. Por isso fiz alusão ao seu percurso pelos corredores da política.
O "fim" é recorrente em cada mudança de governo, ou de Presidente, ou de Ministro, ou de Secretário-Geral. Os meios é que podem (devem) ser mais honrosos para ambas as partes. Mas obviamente que "isto" seria escusado se o titular do cargo que tem a autoridade de nomear, antes de decidir as mudanças, tivesse como referência as competências em lugar das cores partidárias.
Repare-se no que hoje escreveu o Vasco Polido Valente:
"Mas João Soares preferiu fazer do incidente um espectáculo público. Ameaçou o dr. Lamas, exibiu os seus poderes (que lhe vêm exclusivamente do cargo) e no fim ainda se foi gabar para a televisão. Não se percebe o motivo de toda esta palhaçada, excepto se pensarmos que ele é no governo um verbo-de-encher e que o PS o atura por simples caridade." http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/uma-questiuncula-1725112
Tiro ao Alvo, estamos perante duas aberrantes atitudes: Uma, a do Dr. Lamas, por não ter colocado imediatamente o lugar à disposição. Outra, porque o Ministro teve uma atitude (pública) arrogante e prepotente.
Se o Dr. Lamas, num determinado cenário e sob certas condições, promoveu o património histórico, paisagistico, cultural e turistico no Concelho de Sintra(abro aqui um parêntesis por não conhecer até que ponto a recuperação de palacetes privados pode estar incuida neste projeto e não vir a ser um destes dias alvo de um qualquer processo de abuso de poder) no CCB não se lhe conhece extraordinários feitos. Fala-se de um projecto que inclui toda a zona de Belém. Projectos tê-los-hão todos os Ministros e seus acólitos.
Por isso saberem e por saberem como se processam as nomeações para os lugares, é que cada um que os ocupa, para ele nomeado também por um "amigo partidário" deve colocar o lugar à disposição, antes que de receber o fatal pontapé no cu. Este país é governado por gente com merda dentro da cabeça. E pos assim ser, é que entendem a colocação nos lugares, um prémio e não uma missão que deverá ser desempenhada com honestidade e visando o bem público.
Caro Bartolomeu, não concordo consigo com essa ideia de que todos os dirigentes superiores da administração pública devem pôr o lugar à disposição, sempre que haja mudança de governantes. Esses lugares, de confiança política, devem ser escassos e estritamente os necessários para o governo bem cumprir o seu programa, devendo a administração pública, por regra, ser dirigida pelos mais competentes e não pelos correlegionários dos partidos no poder. Por isso acho muito mal que esses dirigentes sejam, por norma, nomeados por um "amigo partidário" o que infelizmente vai continuar a acontecer, enquanto houver gente a pactuar com este estado de coisas, quando não a aplaudir procedimentos censuráveis, como foi o caso.
Caro Tiro ao Alvo, aquilo que eu disse foi: todo o titular de um cargo para o qual foi nomeado, deve colocar o cargo à disposição quando aquele que o nomeou, deixou de estar em funções. Se o novo Ministro ou lá o que for, decidir reconduzi-lo, falo-ha por vontade própria e sem sujeição a qualquer tipo de pressão.
E eu não concordo consigo, caro Bartolomeu. Portanto, fique o senhor com a sua, que eu fico com a minha. Não vale a pena perder mais tempo.
Passe bem.
Claro que não concorda, caro Tiro ao Alvo.
Mas eu vou explicar-lhe o motivo porque não concorda; porque estamos, a nnível das "esferas do poder", a viver desde ha vários anos um "Surrealismo trauliteiro e caceteiro". Ou seja: um agir, de acordo com os contextos e as ocasiões, assim os "agentes" fazem e desfazem, justificam o fazer e o desfazer, uzando dos critérios e dos princípios éticos ou (des) eticos que melhor lhes convém. Depois, existem uns "artistas" que são peritos em enquadrar tudo naquilo que desde ha um tempo atrás se usou designar por "quadratura do circulo".
Caro Tiro... eu não tenho nada para vender... também não estou interessado em nada comprar. Tudo o que se encontra exposto... nem dado o quero.
Bartolomeu, o amigo não tem nada para vender mas tem muito para aprender: ao menos, acredite que não é dono da verdade.
E tome nota: eu também nada tenho para vender. Dantes tinha muita paciência, que vendia ao preço da chuva, mas agora, não.
Caro Tiro, quando usei a expressão "não tenho nada para vender" quis somente que soubesse não estar a defender interesses ou pontos de vista coligados.
De resto, não tome aquilo que escrevi de forma ofensiva, estou somente a responder aos seus comentários, de acordo com o meu modo de interpretar e não, contra o seu modo de interpretar.
Não tenho dúvida alguma que nada sei e que nenhuma verdade detenho. Mas sei que sei aquilo que sinto com base naquilo que percebo ser o que se passa. Para mais do que isto, teria de possuir dons de vidência ou de profeta, ser visitado por entidades do futuro, etc.
Mas nada disso ocorre comigo... daí... reduzo-mo a observar e tentar compreender as evidências com o máximo de imparcialidade possível.
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