Segundo noticiado, o Governo pretende burocratizar a assistência religiosa nos Hospitais e os doentes que a pretenderem terão que requerer a assistência religiosa, não o podendo fazer através de médicos ou enfermeiros. Aqui deixo uma ajuda aos doentes internados nos hospitais públicos, de forma a cumprirem as regras ministerialmente estabelecidas.
Requerimento
Exmo Senhor Presidente do Conselho de Administração do Hospital João Semana:João Enfermo, de 90 anos de idade, Nº Contribuinte 111111111, Utente do Serviço Nacional de Saúde nº 0000000, portador do BI 01010101 do A.I. de Lisboa, nascido a 00/00/00, no lugar de A, freguesia de B, concelho de C, filho de Francisco Enfermo e de Joana Enferma, doente no Serviço de Gastro do Hospital João Semana, padecendo das doenças discriminadas em Anexo, conforme Certidão passada pelo Centro de Saúde e confirmada pelos Serviços Hospitalares a que V.Excia dignamente preside, com o devido selo branco aposto pela Secretaria, estando em seu perfeito juízo, como atestado pelo Serviço de Psiquiatria do Hospital, também conforme certificado anexo junto, vem, nos termos da lei, requerer a V. Excia se digne conferir-lhe o privilégio de assistência religiosa. Mais atesta que o faz no pleno uso das suas faculdades, não pressionado pela família, médicos ou enfermeiros.
Respeitosamente,
Pede deferimento em tempo útil
A Bem da Nação e do Estado burocrata e laico
28.09.07
28.09.07
João Enfermo
(Enviado, com 2 Anexos, por carta registada com aviso de recepção)
(Enviado, com 2 Anexos, por carta registada com aviso de recepção)
18 comentários:
AHAHAHA...
Este requerimento não tem nada de simplex...nada mesmo!
Mas, curiosamente, está de acordo com a notícia de ontem, transmitida na TVI, em que os médicos de oftalmologia denunciavam o estado obsoleto em que se encontram os aparelhos de diagnóstico.
No entanto, o importante é distribuir telemóveis...
eheheh
parece as história dos computadores nas escolas e dpois no inverno os putos vão de mantas pois é um frio de rachar debtro das salas de aulas, para não falar na falta de banda larga nalgumas(muitas) dessas escolas. A propaganda continua...
pedro oliveira
vilaforte.blog.com
Este seu oportuníssimo post, caro Dr. Pinho Cardão, conduz-nos a um número quase infinito de reflexões e dúvidas.
A primeira dúvida que me surge relaciona-se com o médico João Semana. Será que os membros deste governo, conhecem a grandiosa figura que foi João Semana?
Segue-se uma certeza. O actual governo dissocia a alma do corpo físico, ou nega a sua existência, pelo que não confere ao doente que seja internado em estado de inconsciência, a possibilidade de vir a falecer com a alma serenada e purificada pela acção da confissão e da ministração da extrema unção.
Depois, surge uma dúvida subjacente.
E a igreja? O que terá a igreja a dizer desta decisão?
Se se calar será conivente, esvaziando o acto da conficção e contrição do poder que ele encerra e que a igreja defende desde os princípios da cristandade.
Resumindo, este governo está nítidamente empenhado em nos retirar os proventos, a saúde, a educação e por fim, nem nos deixa morrer em paz.
Senhor João Enfermo
Tendo estes serviços verificado que o prazo de validade do seu BI foi ultrapassado, informamos que o mesmo deverá ser actualizado e enviada cópia do mesmo acompanhada de novo requerimento.
Na expectativa de lhe ser prestada a assistência religiosa requerida, apresentamos as nossas saudações clínicas.
15.10.2007
Hospital João Semana
Drª. Margarida,
Nem o "pai" da burocracia, era tão burocrata!!!
Permita-me que lhe deia os meus parabéns pelo seu bom humor, mesmo sendo sexta-feira!
:)
Pinho Cardão,
Não haverá no Simplex um capítulo dedicado à "Assistência Religiosa na Hora"?
Bastaria ao doente exibir um cartão rosa e manifestar, mesmo em inaudível, vontade de receber assitência religiosa...
O laicismo obcessivo destas criaturas, tipo 1ª República -primeiros anos, leva a estas situações caricatas, ilustrativas de um estado de subalternização do essencial ao acessório.
Que pensará disto o católico extremoso Engº António de Oliveira?
Caro invisivel
Ser burocrata é fácil! Uma coisa destas só mesmo para partirmos para fim de semana contentes e sorridentes, esperando que a "burocracia" vá também, mas que não descanse muito, pois correríamos o risco de a termos de volta mais forte do que quando partiu...
E o despacho é recorrível em caso de indeferimento, de irregularidade ou de ilegalidade por falta de fundamentação? Haverá deferimento tácito passados x dias? Qual o Tribunal competente? Haja saúde!
Sobre este tema glosado aqui pelo estimado Pinho Cardão e também para aqueles que reclamam (e bem) que é preciso cortar na Despesa Pública:
DN
"Há 123 capelães católicos integrados nos quadros do Ministério da Saúde, com salários que variam entre 986 e 1474 e pelo menos mais 70 sacerdotes da mesma confissão com vínculo contratual com o Estado, no Ministério da Defesa (onde existe até um bispo das Forças Armadas, com patente de major-general, nomeado pelo papa e só por ele podendo ser exonerado), da Justiça (nas prisões) e da Administração Interna (a celebrar missa na PSP e GNR).
Cumprimentos,
Uma pergunta: E se o doente/enfermo tiver de repente uma recuperação espantosa e acabar por não morrer?
Se recuperar está tramado...terá de fingir que continua enfermo, enquanto o requerimento não for despachado!
Acerca do bispo das F.A o povo já sabia...agora que o bispo tem patente de major general de certeza que não sabia!!!
Achei piada ao post, mas levou-me a pensar: como será que os muçulmanos ou os judeus fazem neste momento? São atendidos por um capelão católico, ou fazem o dito requerimento?
Caro Tino:
Qualquer religião pode ter assistência religiosa nos hospitais.
Acontece que a religião católica será das poucas ou, tealvez, a única que tem tal serviço organizado.
Penso eu!...
Muito bem! O assédio jacobino está em campo: qualquer pretexto é bom para emagrecer o Estado e desalojar o clero há séculos nisto de prestar auxílio e consolo a quem sofre e a quem parte.
Já vi doentes a mandarem passear o Capelão e já vi outros sôfregos dele. O Estado é um elefante nestas coisas de porcelana.
Mesmo que se raie o ridículo.
Jesus (Yaohushua) não delegou a sua Igreja Imaculada (Ef.5,27) a Pedro.
Os que pretendem afirmar-se como sucessores de Pedro é que dizem isso, como que puxando a brasa à sua sardinha, para dominarem os outros.
YaohuShua começou, sim, a construir a sua Igreja com «pedras» semelhantes a «Pedro»
« sobre esta pedra »
Assim como você precisa das chaves da sua casa para entrar nela, também «Pedro» e todos os outros precisam de chaves para entrar na Igreja de Cristo.
Não compete sequer a Cristo escolher os membros da sua Igreja nem determinar os lugares destinados a cada membro, mas sim ao Pai (Mateus 20,21-23 . Continue a ler a partir do verso 23 .
Quando as igrejas começam a lutar por uma supremacia, querendo mandar uns nos outros é o que acontece: INDIGNAÇÃO.
Veja o caso de Diotrofes (1 João 9-12)
Os Apóstolos não deixaram sucessores. Apenas Judas. O sucessor de Judas foi Matias (Actos 1). Para ser nomeado Apóstolo era necessário ter acompanhado Cristo desde o seu baptismo até a sua subida ao céu.
Quanto aos bispos. No princípio, não havia bispos diocesanos em que um manda em muitas paróquias e tem os "padres" como seus subordinados. No princípio havia Igrejas locais tendo cada uma vários bispos (episcopos = presbíteros). Faziam parte do corpo que superintendia a congregação. Por isso não sucediam uns aos outros, mas o número de bispos em cada congregação (igreja local) aumentava ou diminuía, consoante as contingências. Quando era nomeado (ou chegava) mais um era apenas mais um que se juntava aos já existentes nessa igreja local. Quando um partia o número apenas diminuía.
As coisas mudaram muito ao longo dos tempos e corromperam-se.
Em vez de seguirem as recomendações do Mestre «se quiseres ser o primeiro faz-te o servo de TODOS» (Mateus 23,11)
Leia todo o cap 23 de Mateus.
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