Número total de visualizações de páginas

sexta-feira, 26 de março de 2010

A cultura de subsídio dependência...

Caíram-me bem algumas das ideias que a Ministra da Cultura manifestou numa entrevista recente, muito embora continue a não conseguir entender muitas perplexidades da política que tem sido prosseguida na área da cultura. Desde logo a própria definição de cultura, assim como não compreendo porque não investimos a sério na reabilitação do magnífico património histórico por esse País fora povoado ou porque é que há falhas básicas de pessoal no normal funcionamento dos museus.
Nunca entendi verdadeiramente a política de atribuição de subsídios a iniciativas e projectos artísticos. Tenho a ideia de que também neste sector têm sido fornecidos incentivos perniciosos que promovem uma cultura de subsídio dependência. Esta é uma via que acaba por atrair, é certo, um cada vez maior número de entidades candidatas , mas nem sempre pelas melhores razões, sem cuidar de assegurar o mérito das produções artísticas. É também uma via que, exercendo uma maior pressão do lado procura, tem também contribuído para o crescimento dos orçamentos de subsídios.
Revela a Ministra da Cultura que “…o MC tem que ter a coragem de aplicar melhor as suas verbas. Tem havido alguma preocupação em satisfazer clientelas. (…) O MC tem que ter a coragem de subir a fasquia, diminuir o número de apoios e apostar na qualidade. (…) Acho que é preferível apoiar mais e melhor menos intervenientes do que espalhar pouco por muitos, o que leva não a um crescimento sustentado mas apenas a ter mais intervenientes no sistema.”
São ideias que denotam uma alteração de mentalidade política e por isso são bem vindas. Resta saber se a Ministra da Cultura tem vontade de enfrentar com êxito as ditas “clientelas”.

2 comentários:

antoniodosanzóis disse...

Cara Margarida
Considero o tema do seu artigo do maior interesse. É que para lá de se conhecer a estratégia política a traçar pela ministra, tem a maior pertinência, tal como a Cara Margarida acaba o seu óptimo texto, o facto de se passar a saber,se as clientelas, sejam elas políticas ou corporativas, sejam ela de interesses subreptícios ou obscuros, vão ser reguladas e banidas a favor do bem geral e da seriedade co que estas coisas da cultura, devem ser tratadas. É bom não esquecermos que a cultura, de resto como sempre, está na ordem do dia.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro antoniodosanzóis
Permita-me apenas discordar no verbo. A cultura deveria estar na ordem do dia, tal é a sua abrangência nos vários planos da vida e o seu potencial contributo para a melhoria da qualidade de vida e do bem estar.