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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

As barragens à inteligência

Não sei se a Barragem do Tua se justifica ou não em termos energéticos ou se as obras devem continuar ou parar. Mas sei que o Douro foi declarado Património da Humanidade já lá estavam implantadas todas as barragens actuais, do Pocinho a Crestuma-Lever, passando pela Régua, Carrapatelo, Torrão e muitas outras ao longo da bacia hidrográfica.
Por isso, não sei, nem compreendo como é que a Unesco pode sustentar que construção de mais uma barragem, e logo no extremo da região delimitada, põe em causa o Património Mundial que o Douro encerra.
Como também não compreendo que tal decisão da Unesco tenha sido pacificamente aceite pela opinião publicada e bem pensante de Portugal e pela generalidade dos agentes políticos. E não tenha sido tomada como ingerência bárbara em assuntos internos. Ao invés da Troyka que nós chamámos para pagar vencimentos e obtermos mais algum crédito externo, mas que, para esses mesmos, constitui um atentado à nossa independência.
Construa-se ou não a Barragem do Tua, mas por razões que sejam nossas e só nossas O contrário é aceitar uma barragem à inteligência que os bem-pensantes nos querem impor. Em nome de uma, falsa, ideia de "cultura" e da Unesco, talvez a mais corrupta instituição internacional.


8 comentários:

Tonibler disse...

Mas a troyka não é coisas de dinheiro? Que horror, isso não pode ser assunto para gente como nós. Isso é assunto de pobre. Pessoas como nós não podem andar preocupadas com tecnocracias de gente bruta. Nós falamos de coisas culturais e de beleza. E construir um mamarracho daqueles num sítio tão bonito é um crime, ainda bem que há organismos independentes dos interesses económicos que conseguem defender-nos da voragem dos especuladores da economia de casino.

Bmonteiro disse...

Eu trocava.
Terminar a barragem de Foz Côa,
esquecer esta.
Desfazer uma asneira, evitar outra.
Economia & Ambiente & Arte, agradeceriam.

António Pedro Pereira disse...

Caro Pinho Cardão:
E que tal se pensássemos com vistas um pouco mais «largas e profundas».
A barragem do Tua vai produzir 4,5% das nossas necessidades em electricidade e destruir um património natural único entre nós; não somos assim tão ricos na matéria (os mamarrachos que por aí se plantaram, ajudando a delapidar as nossas finanças públicas, já destruíram muito) que nos demos ao luxo de destruir tudo em nome do «progresso»;
Em contrapartida, por muito menos do que os 300 milhões de euros podíamos activar um programa de poupança de energia (no Estado, nas empresas e nos particulares) que poderia poupar entre 20 e 25%.
No entanto, os lobbies do betão e os fanáticos do «progresso» não o permitem, e o sector anti-ambientalista que acha que isso de poupanças são balelas «verdes» faz o resto.
O Douro vinhateiro (independentemente da UNESCO) é que perderá, tal como enormes sectores económicos que têm prosperado após (com) a classificação.

Pinho Cardão disse...

Caro António Pedro Pereira:
Comecei por dizer que não tenho opinião formada sobre a pertinência da barragem, nem isso interessa para a ocasião. O que critico, e não compreendo, é como um argumento falacioso, como o da Unesco, pode impedir uma obra. A Unesco "decretou" o Douro como Património Mundial já com barragens, não sem barragens.Por isso, não se vê como é que uma barragem, e logo lá na ponta, destruiria o conceito.
Claro que haverá argumentos contra a barrsagem, porventura muito válidos. Mas este, francamente, é abusar da inteligência alheia...

Unknown disse...

Quantas barragens estão na área classificada como Património Mundial?
O que diz o relatório do Icomos/Unesco?
Após termos estas respostas poderemos falar.

Suzana Toscano disse...

Concordo, caro Pinho CardãO, também achei absurdas a ameaça e a reação, muito gostamos nós que nos ditem as regras!

Anónimo disse...

Meus caros,a questão do plano nacional de barragens tem muito que se lhe diga. Foi-nos "vendido como a salvação da Pátria em termos energéticos e está muito longe de significar isso. Infelizmente o balanço entre ganhos efetivos e perdas reais (essencialmente no plano imaterial...) está por fazer; e temo que sem o ambiente de serenidade que tem faltado na ponderação destes empreendimentos não se venha a fazer. Nessa medida, a falta de ponderação adequada sim, é uma barragem à inteligência...

Ilustre Mandatário do Réu disse...

o relator será da palestina e $oare$ vai meter uma cunha. não vai ser nada.

quanto à destruição do Douro, só demonstra o ridículo da situação. o Douro já estava lá antes dos tugas e ficará depois do seu ocaso.