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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Responsabilidades...

O caso do Diogo é um dos muitos casos que nos apela a reflectir sobre a sociedade em que vivemos e que queremos ter. O Diogo, uma criança com quase três anos, recebeu recentemente um presente de Natal, uma mão que não tinha. A mão mioeléctrica que vai permitir ao Diogo crescer de uma forma mais completa, harmoniosa e feliz foi oferecida por um doador sensibilizado com a deficiência da criança e a dificuldade da Mãe em recolher os fundos necessários – 8. 400 euros - para a aquisição da mão.
Este gesto generoso e responsável apela-nos a avaliar as opções de políticas públicas de saúde, as quais, pelos vistos, não tem nas suas preocupações fornecer próteses tão básicas à vida como aquela que o Diogo precisava. Que motivações e critérios são estes que deixam desamparadas pessoas com deficiências, neste caso uma criança de tenra idade, em aspectos da vida tão essenciais como ter mãos, pernas, visão, audição, só para dar uns exemplos. Para que servem afinal os impostos cobrados aos cidadãos?
Este caso também nos mostra que o exercício da cidadania e da responsabilidade social não pode ser um mero negócio, que por trás de uma actividade económica ou de uma profissão está sempre um modo de ser e de estar na vida, na sociedade ou na economia.
Com crise ou sem ela, o importante é que com consciência e responsabilidade saibamos – o país – fazer escolhas e opções e estabelecer prioridades, sejamos capazes de perceber que papel pode e deve ser reservado à sociedade civil e o mesmo em relação ao Estado em nome do desenvolvimento humano. A arbitrariedade não pode ser a regra do jogo...

3 comentários:

Tonibler disse...

Muito me admira que a prótese da criança, sendo doada, não vá ser objecto de tributação em sede de IRS ou que o dador não vá levar uma investigação devido aos sinais exteriores de riqueza.

E sublinhava a pergunta: Para que servem afinal os impostos cobrados aos cidadãos?(se para isto parecem não servir...)

jotaC disse...

O caro Tonibler tem razão.
Aqui está um verdadeiro mecenas, daqueles que sabem distinguir entre o essencial e o acessório, entre uma fundação e uma pessoa.
Bem sabemos que este mecenas não vai ser condecorado por este acto nobre, mas certamente saiu mais enriquecido como pessoa...

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Tonibler
A pergunta mantém-se: Para que servem afinal os impostos cobrados aos cidadãos?
Caro jotaC
Não quis ser condecorado, quer manter-se anónimo. Não precisa de ser conhecido, imagino a dificuldade que teve em fugir às televisões.