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domingo, 29 de julho de 2012

Tratado da exploração pura (em dez medidas...)

Numa das mais demagógicas, desonestas e brutais (no sentido literal, por desprovidadas de qualquer base de racionalidade) propostas jamais efectuadas, a Intersindical apresentou dez medidas urgentes para salvar o emprego, anunciando marchas de protesto contra o desemprego, a começar em Braga, a 5 de Outubro, e a terminar em Lisboa, em 13 de Outubro. Entre elas:
a) No que respeita às empresas: implantação do horário de 35 horas semanais sem redução do salário, criação de um imposto extraordinário, gestão preventiva dos despedimentos (porventura a sua proibição por decreto), efectivação dos recibos verdes, aumento do salário mínimo e das prestações sociais. 
b) No que respeita ao funcionalismo: contratação de novos funcionários públicos e abandono da intenção de reduzir o seu número, efectivação de todos os recibos vedes.
c) No que respeita ao rendimento mínimo: impedimento do voluntariado aos destinatários
Claro que a Intersindical sabe que a implantação destas medidas só pode agravar o desemprego, pelo efeito devastador que teria sobre as empresas, em termos de produtividade e, consequentemente, de redução de vendas por efeito do preço, e de carga fiscal, com repercussão sobre o investimento. E sobre o Estado nem é bom falar, se para pagar ordenados está a recorrer ao apoio externo e à Troyca. A Intersindical sabe que o resultado destas medidas é empresas falidas, Estado em bancarrota, um número infindável de empregados sem salário, uma exploração em duplicado.
Mas é isso mesmo. A Intersindical alimenta-se disso mesmo. Quanto pior, melhor, para manter a dialética da exploração.
Ah, e a acção começa em Braga e termina em Lisboa. A Inter sabe o que faz.
PS: Claro que sou a favor de Sindicatos fortes, baluartes de defesa dos trabalhadores. Mas com ideias de futuro, não do passado e, sobretudo, do passado soviético.

2 comentários:

Freire de Andrade disse...

Não sei se entre as 10 medidas propostas pela CGTP está alguma destinada aos pensionistas. Para a hipótese de se terem esquecido dos pobres pensionistas, alvitro desde já um aumento geral das pensões de reforma que pode ser de apenas 10% e uma indexação à inflação. Claro que ajudava a enterrar o país, mas como pensionista ficaria muito satisfeito e os outros que se desenrasquem, para entrar na onda da Intersindical.

Tavares Moreira disse...

Inacreditável utopia, caro Pinho Cardão...como é possível estarem tão desligados da realidade socio-económica-financeira?