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domingo, 25 de agosto de 2013

Paradoxos da "reforma" do Estado...

São surpreendentes os tempos de espera a que os funcionários públicos têm estado sujeitos entre o momento do pedido de reforma e a resposta da Caixa Geral de Aposentações (CGA). Conheço funcionários públicos que meteram os papéis para a reforma há dezoito meses sem, no entanto, saberem quanto mais tempo terão de esperar.
Em Dezembro do ano passado havia cerca de 34 mil requerimentos a aguardar aprovação. Há quem argumente que a CGA está entupida porque não tem meios humanos e não tem informática para despachar em tempo aceitável os pedidos de reforma. Se não tem, não teve já tempo suficiente para resolver o problema? Há quem argumente que é um problema financeiro. Um argumento difícil de entender, uma vez que o Estado não deixa de fazer despesa com os funcionários públicos que estando ao serviço aguardam por resposta. Será precisamente o inverso. O Estado poupará em despesa pelo facto de o montante das reformas ser inferior ao montante dos salários, para já não falar de um conjunto de economias ao nível do funcionamento dos serviços.
É paradoxal que o governo anuncie a necessidade urgente de dispensar funcionários públicos, tendo para o efeito sido aprovada a lei da mobilidade, e simultâneamente tenha em fila de espera milhares de funcionários públicos que aguardam há meses a fio uma decisão para se reformarem. Se há urgência na redução do número de funcionários públicos como explicar esta desconcertante actuação?

2 comentários:

Luis Moreira disse...

É verdade, conheço mais que um caso.Quando foi a minha vez ao fim de seis meses fui lá perguntar como estava o processo. Disseram-me que faltava um documento que, por acaso, precisava de seis meses para ser emitido. Tinha cópia em como tinha entregue o documento.Engoliram em seco mas passaram a dar prioridade zero ao meu processo. Só a presença de uma colega e amiga em funções de direcção me tiraram de apertos.Nada de novo. é assim que funciona a função pública.

João Gonçalves disse...

Não, não é sempre assim, Luís Moreira. Se V. tiver uma "cunha - eu, a autora do post ou a Suzana Toscano podemos perfeitamente explicar-lhe o que é uma "cunha" - até pode deixar o seu pedido em stand by para quando lhe der mais "jeito". Ou, no limite, reformar-se de um dia para o outro. Cumprimentos. João Gonçalves