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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Quando somos os melhores do mundo...



Ora aqui está uma excelente e prestigiante notícia. Sabe mesmo bem. Portugal tem o melhor vinho do mundo. A Wine Spectator atribuiu esta marca ao Porto Dow's Vintage de 2011 do grupo Symington. A revista afirma que se trata de "um monumento à qualidade e à modernização do Douro". O vinho é descrito como não demasiado doce e "com uma garra e uma interacção entre álcool e taninos que lhe auguram uma longa vida".
Mas as distinções não ficaram por aqui. No top 10 dos melhores vinhos do mundo da revista há ainda mais dois vinhos do Douro, no 3.º e 4.º lugares: o Chryseia 2011 Douro DOC Prats & Symington e o Quinta do Vale Meão Douro 2011. 
Prémios  que constituem um estímulo e uma prova de que somos capazes de fazer bem feito. E fazemos bem feito em muitos outros domínios...

10 comentários:

Luis Moreira disse...

E eu gosto. E eu bebo. Só não se percebe que um país com os melhores vinhos do mundo ( já provei em muitos lugares diferentes)o país esteja cheio de fábricas de cerveja.

Bartolomeu disse...

É verdade, cara Drª Margarida, este merecido reconhecimento pela desejada assunção da qualidade dos vinhos produzidos no nosso país, é fruto de uma tenacidade e extrema dedicação de muitos produtores que no nosso país foram "picados" pelo bichinho que se acha em todo o processo inerente à produção. Mas, este privilégio, esteve por duas vezes ameaçado, ou seja; quando no ano de 1865, as vinhas quase se extinguiram devido à praga da filoxera por que foram atingidas e, mais recentemente, a política de atribuição de subsídios comunitários para arrancar as vinhas, algumas ainda plantadas há pouco tempo. No entanto e como disse no início, deu-se uma reação natural e mística naquelas pessoas que preferiram lutar pela reabilitação da vinha e pela pesquisa na obtenção dos melhores vinhos, introduzindo novos processos, tanto na vinha como na adega, acreditando, porque possuiam o saber necessário que lhes garantia o sucesso. Os solos, o clima, as zonas geográficas especiais,a tradição e a tenacidade, operaram o milagre. Hoje, os empresários na área vitivinícula estão aptos a apresentar ao mundo vinhos de excelente qualidade, verdadeiros embaixadores do nosso país. Pena foi que os mesmos subsídios comunitários tivessem operado resultados diferentes na área das pescas, da agricultura, que felizmente começa a dar fortes sinais de recuperação. Aliás, nos últimos anos, tem-se verificado a recuperação de alguns sectores económicos diretamente ligados com a produção de "produtos" genuinos e tanto quanto possível, artesanais. Esperemos que este caminho continue a dar frutos e que os nossos ditosos investidores nestas áreas mantenham os motivos para continuar a apostar e a receber o proveito dessas apostas.

JM Ferreira de Almeida disse...

O prémio só veio confirmar o que eu já sabia :)

Rui Fonseca disse...



Associo-me ao seu regozijo, lamentando apenas que seja tão rarefeita a presença dos nossos vinhos nos mercados europeus e norte-americanos.

Parece que se estão a vender bem na China. Não sei porquê mas receio que não seja pelas mehores razões.

E, por ter recebido agora mesmo um site, que considero interessante, sobre castas de vinha, aqui o deixo:

http://www.tintosetantos.com/index.php/escolhendo/cepas

Alexandre Burmester disse...

Uma excelente notícia.

Sem querer parecer pedante, chamo à atenção para a distinção entre "Douro" e "Porto". Os dois vinhos são de facto produzidos na mesma região, mas "Douro" é vinho de mesa e "Porto" é vinho generoso.

Uma achega ao excelente comentário do leitor Bartolomeu: não foram apenas duas as ameaças à viticultura portuguesa, já que, no séc. XVIII, ela enfrentou a política estatista e moopolista do Marquês de Pombal - contra a qual, inclusivamente, se deu uma revolta no Porto, punida com o férreo punho daquela, em minha opinião, funesta figura.

Bartolomeu disse...

Agradeço a atenção que o Alexandre Burmester dedica ao meu comentário, especialmente porque julgo, com base no apelido, tratar-se do arquiteto portuense, membro da prestigiada família Burmester, produtora de vinhos de altíssima qualidade.
Quanto à opinião acerca das medidas implantadas e impostas pelo ministro de D. José I, relativamente aos monopólios (com a criação da região demarcada dos vinhos do ALto Douro) e a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, a minha opinião difere daquela que apresenta. E difere porque se enquadrada no espaço e no tempo, e dado a conjuntura económica do país (talvez possível de comparar com a atual) herdada do reinado de D. João IV, concluiremos que possívelmente, apesar de visar a proteção da alta burguesia, foi contudo uma medida reguladora e que resultou naquilo que é hoje o Douro, tanto naquilo que concerne à produção do prestigiado vinho generoso, como dos néctares de mesa. A figura do Marquês é, com certeza a mais controversa da nossa história, foi um homem que cometeu enormes atrocidades mas também teve os seus gestos... humanistas. Sabe por exemplo que foi ele que abuliu a escravatura e que fomos o primeiro país a ter essa iniciativa?! Não sei se hoje, com todas as tecnologias que temos à mão, com toda a informação e conhecimento, teríamos no governo alguém que resolvesse de forma tão determinada os problemas que submergiram do terrível terramoto. Olhe, a avaliar pela declaração do vereador da câmara de Lisboa, quando à cerca de um mês, alguns pontos da cidade se inundaram... duvido.
Mais uma vez, obrigado pela atenção do seu comentário.

Pinho Cardão disse...

Oportuno texto, cara Margarida.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Bartolomeu
Obrigada por nos ter trazido um pouco de história. Faz sempre falta. Esquecemo-nos dela muitas vezes e outras vezes a ignorância é mais forte.
Caro Rui Fonseca
Fui consultar o site que indicou. É excelente. Temos muita concorrência pela frente. Mesmo sendo a "vindima perfeita" não chega. O sucesso do grupo Symington como é explicado aqui http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4243149 deve-se a outros factores, como por exemplo, a inovação.
Caro Alexandre Burmester
Agradeço o seu apontamento, nunca é demais fazer a distinção.

Diogo disse...

«o Chryseia 2011 Douro DOC Prats & Symington».

O nome do vinho indicia claramente «o que os portugueses são capazes»...

Sinto-me tão orgulhoso...

Diogo disse...

E nem tinha reparado no grande vencedor: «Porto Dow's Vintage de 2011 do grupo Symington».

Somos realmente o máximo...