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segunda-feira, 7 de março de 2016

A ilusão da geringonça

O PS e o Governo proclamam diariamente que o modelo da economia portuguesa não pode assentar em salários baixos. E está certo. Acontece que se trata só e apenas de palavras, que os actos vão em sentido contrário. Com efeito, ao reduziram em 0,75% a TSU a cargo dos empregadores para os trabalhadores que auferem o salário mínimo nacional, estão a dar o maior incentivo para não se ultrapassar o salário mínimo. Pois qual seria então a racionalidade da decisão de aumentar o salário para além do mínimo e, simultaneamente, ver desaparecer a redução da TSU?
A geringonça deita mão de tudo para iludir e aguentar-se.  À custa da ilusão que semeia e dos trabalhadores que, sem escrúpulos, vai explorando. 

19 comentários:

Carlos Sério disse...

“A geringonça deita mão de tudo para iludir e aguentar-se. À custa da ilusão que semeia e dos trabalhadores que, sem escrúpulos, vai explorando”.

São de facto uns marotos estes senhores da “geringonça”.
Atão agora não deram em explorar os trabalhadores? E sem escrúpulos, vejam lá.
Depois “semeiam a ilusão” que não vão baixar salários nem pensões.
Os outros é que eram bons. O que prometiam cumpriam. Prometeram que não aumentavam impostos nem pensões e não baixavam salários, era atá “um disparate pensar uma coisa dessas”, e cumpriram e de que maneira.
E, agora os bons até prometem reduzir as desigualdades sociais (Pshiu, que eles próprios ampliaram já se vê).
Dá-me gozo na verdade ver uma direita completamente destrambelhada.
Olhem, aproveitem a ocasião e escapem-se como fez a Maria Luiz e o Paulo.
Até por que com a eleição de Passos Coelho o PSD rubricou o selo de garantia da governação da “geringonça”, pelo menos por várias legislaturas. Ao eleger como líder Passos Coelho, o PSD, a direita neoliberal pafiana reforçou por uma eternidade a coligação das esquerdas. Nem o BE nem o PCP ou os Verdes negarão o seu apoio a António Costa tendo como alternativa de governo o PSD de Passos Coelho. Não será portanto pelo lado da política interna que a geringonça pafiana chegará ao poder.



Asam disse...

O ps continua entretido, enquanto o bloco lhes vai retirando eleitorado. este ps está minado pelo bloco, mas na sua sede de poder e de servir certos interesses, vai contente... enquanto dura.

Anónimo disse...

O pior desta coisa não são sequer as medidas do momento que, enfim, mais mês menos mês terão que ser revertidas por não haver dinheiro para as pagar. Mas isto não é o pior, de todo. O pior é o que esta gente está a fazer ao investimento produtivo no país, afugentando-o tanto quanto possivel. Isto sim é o verdadeiramente mau pelos efeitos que terá e perdurarão nos anos, muitos anos. É que daqui em diante os investidores ficam avisados para se porem a pau porque a extrema-esquerda pode ser poder. O PS sempre tinha sido responsavel nas suas acções e tido alguma visão. Ao aliar-se com a extrema-esquerda mostrou que não é uma alternativa de poder fiavel e qualquer investidor tem isto em consideração nas suas decisões a médio e longo prazos. Este sim parece-me ser o grande, grande dano que esta gente está a fazer a Portugal e que não será facilmente reversivel seja com que governo democrático for.

Carlos Sério disse...

O Investimento ascendia em 2010 a 36.938 milhões de euros e depois de quatro anos de governação PSD/CDS não ultrapassa os 25.183 milhões de euros em 2014!
Caiu mais de 31%.
Mas agora é que chega o alarido.
É preciso ter muita lata!

Asam disse...

O ps levou o País à bancarrota e agora falam como se não tivessem tido nada a ver com o caso. O que o ps fez, não se chama investir, mas esbanjar. Resultado: bancarrota.

Entretanto, o bloco vai roubando mais uns votos ao ps.

Pinho Cardão disse...

Caro Carlos Sério:
Quando não há argumentos, fazem-se derivações. É música já conhecida.

João Pires da Cruz disse...

Eu nunca vi economia nenhuma a basear-se em salários de tipo nenhum. Por acaso era uma coisa que eu até achava interessante, primeiro aumentava-se os salários todos para 1 milhão de euros por ano e depois era só esperar ter uma economia que se basea-se nisso. 900 anos de país à espera que eu nascesse para ter uma ideia destas....

Anónimo disse...

Oh meu caro Cruz, não pretendendo de forma alguma tirar o mérito às suas ideias, permita-me uma perguntinha simplezinha. Essa coisa dos salários aumentarem à espera que a economia lá chegue não é a história dos últimos 20 anos em Portugal? E digo 20 mas com alguma elasticidade podia dizer 40 também.

Carlos Sério disse...

"James Galbraith e Deepshikha Chowdhury, por exemplo, demonstraram que face aos dados sobre salários e emprego na Europa entre 1980 e 2005 não se pode deduzir que devam diminuir os salários para que aumente o emprego: ao contrário, quando houve aumento dos salários houve subida do emprego e quando se reduziram ele baixou."

Asam disse...

Só há uma solução: crescimento da economia. Para ela crescer o estado deve deixar as empresas fazerem o seu trabalho. Quanto mais à esquerda, mais estado, menos economia, resultado, mais pobreza.

O estado que pare de sugar a economia, como o actual governo está a fazer com o aumento de impostos!

Enquanto isso o bloco vai roubando mais votos ao ps.

João Pires da Cruz disse...

Caro Zuricher,

Economia é trabalho, não é dinheiro. Se o seu trabalho vale pouco, não é porque receber mais que vai valer mais. A isso chama-se deficit. A tal coisa que o estado português continua a produzir para exportar mas infelizmente o resto da europa não parece interessada no produto. Quando o trabalho vale mais, então as pessoas recebem mais. Chama-se a este sistema "economia". Há outros sistemas em que isto não acontece assim, mas nenhum deles se aplica ao homo sapiens embora haja quem defenda a divisão da sociedade em obreiras, guerreiras, etc....

Anónimo disse...

Caro Cruz, eu estou de pleno acordo com o que diz no seu comentário. Parece-me é que não percebeu o alcance do meu, provavelmente por tê-lo escrito em tom algo irónico sendo a ironia sempre dificil de fazer passar por escrito.

Onde pretendi chegar foi a que a história de pagar pelo trabalho um valor acima do valor desse mesmo trabalho não precisa ser inventada em Portugal. É a practica dos últimos vinte anos senão mesmo dos últimos quarenta.

João Pires da Cruz disse...

Caro Zuricher,

como diz o Galamba, esse galáctico do disparate, o aumento dos salários é base de todo o crescimento económico...

Anónimo disse...

Ahahahah, ele disse isso? Delicioso mas vindo de quem vem não é minimamente surpreendente. Esse é daqueles a quem só faltam as penas.

Pedro Almeida disse...

O Governo tem de apresentar medidas num montante de cerca de 700 milhões de euros até ao final de abril, a tempo da avaliação final do Orçamento do Estado para 2016 por parte de Bruxelas, escreve, esta quarta-feira, o Diário Económico.

Foi ainda em fevereiro, durante o Eurogrupo, que a Comissão Europeia informou o Governo que teria de apresentar medidas na ordem de 0,4% do PIB para que o Orçamento não fosse chumbado em maio. “As medidas que foram negociadas em fevereiro serviram para evitar a bomba atómica, que era a Comissão ter enviado logo para trás o documento”, “mas deixou-se claro que o Orçamento está em risco de incumprimento e esse risco só é evitado com mais medidas”, explicou uma fonte ao mesmo jornal.

Ou seja, este pacote de medidas de austeridade adicionais foi pedido por Bruxelas não como plano de contingência, mas como algo certo e necessário para que o Orçamento cumpra com o Pacto de Estabilidade e Crescimento e isso mesmo foi aceite pelas autoridades portuguesas, no Eurogrupo de fevereiro.

Esta terça-feira, o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, veio esclarecer a situação. “Essas medidas terão que ser implementadas, e eu estarei em Lisboa na quinta-feira para discutir isso com o ministro das Finanças e com o primeiro-ministro”, declarou Moscovici, acrescentando que a Comissão não alterou a sua posição em relação a esta matéria.

http://observador.pt/2016/03/09/governo-apresentar-medidas-no-valor-700-milhoes-euros-bruxelas/


VEJA-SE BEM:

Ou seja, este pacote de medidas de austeridade adicionais foi pedido por Bruxelas não como plano de contingência, mas como algo certo e necessário para que o Orçamento cumpra com o Pacto de Estabilidade e Crescimento e isso mesmo foi aceite pelas autoridades portuguesas, no Eurogrupo de fevereiro.


Mas a geringonça tenta iludir os portugueses. resta saber até quando...

Pedro Almeida disse...

Leia-se "Resta".

Carlos Sério disse...

“Economia é trabalho, não é dinheiro. Se o seu trabalho vale pouco, não é porque receber mais que vai valer mais. A isso chama-se deficit.. Quando o trabalho vale mais, então as pessoas recebem mais”.

E se o trabalho vale mais do que está a ser pago. A isso chama-se o quê?
Quem garante que “valendo o trabalho vale mais” as “pessoas recebam mais”.

Se analisarmos a evolução da produtividade a partir dos anos oitenta vemos que a produtividade laboral cresceu uns 2% por ano, enquanto o salário por hora cresceu somente uns 1%. A distância entre o que o trabalhador produzia e o que se lhe pagava aumentou, de maneira que a distribuição da riqueza produzida se realizava a favor do capitalista à custa do trabalhador, que recebia uma compensação menor.

A produtividade média portuguesa corresponde a cerca de 66% da produtividade média da União Europeia, no entanto o salário médio português corresponde a muito menos que 66% do salário médio dos países da zona euro.



Asam disse...

O facto de a produtividade aumentar não implica um aumento do lucro da empresa!!! Logo, não se pode concluir que ao aumento da produtividade tenha de se seguir um aumento salarial.

Unknown disse...

O Carlos Sério arroga-se no nome a qualidade que não tem.