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sábado, 18 de abril de 2020

Vírus, Mentiras e Televisão

Num dos seus livros, As Leis, Platão discorre sobre o papel do legislador, que deve ser "um verdadeiro educador dos cidadãos” e cuja missão principal é prevenir as transgressões, em vez de castigar quem as pratica. E como a prevenção se deve antepor ao castigo, o legislador deve criar normas que ajudem o cidadão a praticar voluntariamente o que for justo.
E embora Platão pensasse que “a verdade é bela e durável e não se pode educar com mentiras…”, também admitia que, para boa governação, se pudessem conceber “mentiras úteis que persuadissem espontaneamente as pessoas a ter uma boa conduta, em benefício da “cidade”.
Todavia, logo esclarecia que a mentira apenas se justifica como excepção, quando é “útil aos homens…para os proteger deles próprios ou dos seus inimigos…”, e que só pode ser usada pelo governante, sendo o seu uso estritamente vedado aos restantes cidadãos. Apenas os chefes têm a prerrogativa de usar a “nobre mentira” como forma de manter a “pólis” unida e serena.
Antecipou assim Platão o princípio depois definido por Aristóteles de que a virtude está no meio de dois extremos, colocando a “mentira nobre” entre nunca mentir e mentir a qualquer preço.   
Claro que todos os governos usam a mentira, justificando-a pelo bem do cidadão.
Também agora o COVID-19 vem legitimando um rol diário de fingimentos sob a capa de mensagens de serenidade, as tais “mentiras nobres” para benefício da “cidade”, mas porventura apenas forma de auto-defesa dos próprios governantes. 
Logo a começar pela afirmação de que não há grande probabilidade de chegar um vírus destes a Portugal e a continuar pela palavra primo-ministerial de que “até agora não faltou nada no SNS e não é previsível que venha a faltar". Mentiras logo desfeitas pela observação comum e confirmadas pela generalidade dos profissionais da saúde e suas Ordens representativas que reclamavam por aquisições essencias, retardadas mesmo em relação aos já serôdios avisos da OMS. 
Ler mais meu artigo no i de 17 de Abril no link





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