Claro que o PS ganhou as Autárquicas e o PSD teve uma enorme derrota. Ponto final.
Mas nem tudo é como parece ou como nos vem sendo repetido pelos eméritos comentadores de serviço. Vistas as coisas de outro modo, é assim:
1.
O PS passou de 151 câmaras para 157, mais seis. O PSD passou de 106 para 96, menos dez.
O PSD perdeu tantas câmaras, tantas como o PCP, só que para o PCP tal perda significou um terço das câmaras,
enquanto para o PSD a perda foi de 10%.
2.
Em Lisboa, o PS perdeu a maioria absoluta, perdeu 10% dos votos e perdeu 3 vereadores. A direita, no seu conjunto, subiu 4% em relação há 4 anos e
teve mais dois vereadores, passando de quatro para seis.
Aconteceu apenas que o crescimento extraordinário do CDS e a derrota estrondosa do PSD foram a árvore que escondeu a floresta da forte derrota do PS,
que perdeu a maioria absoluta e tem menos vereadores.
3.
No Porto, o centro direita teve 65% dos votos. O erro do PSD foi ter
apresentado um candidato depois de o Moreira ter escoiceado o PS da
campanha para fora.
Tendo sido dito e repetido tudo se jogava nos grandes centros urbanos, expliquem-me lá outra vez o que é que o PS ganhou? Uma grande vitória ou uma pequena "bitória", carago?
(post retirado de mensagem recebida, não tendo verificado os números, mas acreditando que não distorcerão, de forma substancial, a realidade).
4 comentários:
Caríssimo António,
Podem fazer-se contas de vários modos. O certo é que o PSD saiu muito queimado e só o CDS conseguiu garantir alguma honra no convento da direita.
Há 32 anos que o partido no Governo não ganhava as autárquicas.
Mas não foi ontem que o PSD se queimou. O PSD começou a queimar-se quando o sr. Passos Coelho decidiu, após vencer as eleições de 2011, desobrigar o PS de também de assumir responsabilidades na execução do acordo com a troica negociado e assinado pelo governo do sr. José Sócrates.
Foi o sr. Passos Coelho que chocou o ovo donde eclodiu a "geringonça"
"de onde", sff
Caros Pinho Cardão e Rui Fonseca: ambos estão cheios de razão.
Caro Rui:
Não ando longe disso. Mas como é que o PPC poderia obrigar o PS, quando o PS não se obriga a nada, a não ser àquilo que interessa aos seus objectivos políticos?
Caro SLGS:
Também assim penso. Quase...
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