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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Dignidade de um livro…

Passei parte do dia a trabalhar. Nos intervalos ataquei a leitura. Bebi-a como se fosse uma das minhas bebidas preferidas. Senti um agradável calor. Vivi os sentimentos de pessoas que também conheci. Terminei agora mesmo. O livro, muito velho, uma primeira edição, deixou cair nas mãos a última folha e a contracapa. Nunca tinha terminado um livro desta forma. A meu lado esquerdo o grosso do volume e na minha mão direita a delgada e ambicionada página. Aprendi tanto. A natureza humana seduz-me. Todos os dias surpreende-me, quer ao vivo, quer através da literatura dos nossos, maiores ou esquecidos, ou, então, no mundo da minha imaginação.
Fui buscar uma fita adesiva e restitui ao livro a alegria e a satisfação de um final que nem sempre acontece. A vida continua e sobrevive à morte e ao malfadado sofrimento. 
O livro sorriu e agradeceu o meu cuidado... 
A dignidade é isto mesmo.

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