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sábado, 12 de março de 2005

Revisão não consumada

Parece que as coisas estão a correr mal para todos aqueles, políticos, professores, engenheiros, juristas, economistas e equiparados que vêm defendendo a revisão do Pacto de Estabilidade e Crescimento, com vista à sua flexibilização, isto é, para permitir que o Estado gaste mais!...

Estão a correr mal para eles, mas, felizmente, bem, para a economia portuguesa e para os portugueses.

A difícil situação das finanças públicas deve-se sobretudo ao excesso de despesa do Estado, que representa a enormidade de 49% do PIB, e tem reflexos negativos na economia, pelos constrangimentos que nela provoca, ao apropriar-se de recursos que seriam utilizados de forma mais racional e produtiva pelos investidores e consumidores privados.

Pretender flexibilizar o défice, aumentando a despesa pública para obter crescimento é como receitar a um doente o mesmíssimo medicamento que lhe vem agravando a doença.

Eu até entendo que os políticos para quem governar é gastar (nem todos, felizmente…), defendam tal (des)propósito, mas alguns professores, Senhor; por que pensam também assim?

O absurdo não é só português; entre outros, também é alemão.

O défice orçamental da Alemanha nos dois últimos anos significou uma injecção de fundos pelo Estado equivalente a 1,3 vezes a totalidade da economia portuguesa.

Apesar desse brutal investimento, o nível de actividade económica não arrancou e o desemprego aumentou; aliás, vem atingindo, sucessivamente, os seus maiores valores.

De facto, a despesa pública não potencia crescimento.

A verdade é que, de 1991 a 2004, os EUA foram a economia que mais cresceu e a que mais diminuiu o consumo público.

Ao contrário, a EU-15 aumentou o consumo público e cresceu menos do que os EUA.

Mais exemplos poderão ser dados para verificar, no médio prazo, que é o da economia, esta evidência empírica.

Alguém está interessado?

O Pacto chama-se, e bem, de estabilidade e crescimento: é que não haverá crescimento duradouro sem bases estáveis, nomeadamente a das finanças públicas.

A Europa, nesta matéria da revisão, vai no bom caminho!...

1 comentário:

João Filipe Rodrigues disse...

A minha firme convicção, é que se não fosse o tão enxovalhado PEC, ainda durante o governo Guterres, podiamos ter chegado a uma situação tão grave como a que atravessou (e atravessa ainda) a Argentina.