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segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Desigualdade social e saúde

A notícia da morte de um rapaz chinês por ter, inadvertidamente, bebido pesticida, não seria alvo de destaque – atendo ao número de acidentes deste tipo – se não fosse o facto de não ter tido assistência médica adequada. A razão da falta de assistência foi explicada ao avô pelo facto da família não possuir 63,25 euros para pagar o tratamento!
A população da zona revoltou-se, partindo janelas e equipamento hospitalar.
De acordo com a notícia “ A China está a enfrentar uma crescente crise no sector da saúde, dado que as taxas moderadoras estão a subir muito além das posses de grande parte da população rural”.
A situação de desigualdade dos rendimentos é determinante para explicar a saúde das populações ou, melhor, a sua ausência. O alargamento da diferença dos rendimentos é acompanhado por baixos níveis de saúde das comunidades. A análise de mais de 150 trabalhos sobre este assunto foi conclusiva. Quanto maior a diferença entre os rendimentos pior é a saúde. Outros estudos revelam que a saúde dos mais pobres é agravada se viverem nas vizinhanças de bairros mais ricos. O constante relembrar de que estão na base da pirâmide económica é estigmatizante e fonte de intenso stress.
A vida pode valer pouco na China, neste caso concreto 63,25 euros, mas nos próximos tempos, à medida que as desigualdades se vão acentuando, paradoxalmente, a saúde vai sofrer um agravamento. Mas o que é verdade para a China também é verdade para outros pontos do globo.

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