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segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Esquecimento estratégico!...

Em Agosto de 1977, faz agora 30 anos, reabriram as Bolsas de Valores de Lisboa, encerradas com o 25 de Abril.
O simples enumerado das empresas cotadas, à época, dá uma ideia da profunda transformação entretanto verificada no sector produtivo e na sociedade portuguesa.
A Bolsa de Lisboa reabriu com os seguintes 20 títulos:
5 do sector alimentar: Portugal e Colónias, Moagem Lisbonense, Pescas Lusitana, Industrial Aliança, Compal
3 do sector das águas: Água do Luso, Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas, Águas da Cúria
2 do sector eléctrico: Efacec, Fornos Eléctricos de Portugal
2 dos sectores químico e farmacêutico: União fabril Farmacêutica, Gases e Produtos Químicos
2 do sector dos espectáculos: Recreios Lisbonense, Tauromaquia Lisbonense
1 do sector da construção naval:Lisnave
1 do sector das Comunicações: Rádio Marconi
1 do sector dos têxteis: Fiação de Torres Novas
3 diversas: F. Ramada, Cerâmica Lusitana, Prestamista Portuguesa
Algumas das empresas já desapareceram, outras deixaram de estar cotadas, ou existem com outra denominação, ou perderam identidade, ou foram integradas em grupos maiores.
Na altura, a Banca, os Seguros e sectores tão estratégicos como o das cervejas ou transportes rodoviários, estavam nacionalizados. E só começaram a entrar na Bolsa após 1989.
Aliás, ainda está por saber por que razão as empresas acima enunciadas escaparam a tal acção revolucionária. De uma sei eu: o funcionário de confiança política encarregado de fazer a listagem, era amigo dos donos e teve um lapso de pesquisa estratégico. E assim se salvou uma empresa!...

3 comentários:

Bartolomeu disse...

Um lapso de pesquisa estratégico?
Só pode ter sido a Tauromaquia Lisbonense... acertei Dr. Pinho Cardão?
;)))
O rapaz que elaborou a lista tinha um medinho de toiros... alguem lhe assegurou que marravam.
Naquele mega-processo de nacionalização de empresas, o que mais me custou conhecer, foram os dramas vividos por aqueles que labutaram arduamente para construir empresas sólidas e produtivas e de um dia para o outro viram-se expropriados, tendo alguns abandonado o país e outros ainda, praticado o suicídio. Conheci pessoalmente donos de empresas, tendo dois deles optado por vender o que puderam e acompanhados da família, saíram para o Brasil, onde recomeçaram as suas actividades, construíndo com o apoio de empresários amigos naquele país, as suas novas fábricas.

Suzana Toscano disse...

Aqui está uma perspectiva bem interessante! Andamos sempre tão ocupados a analisar os fenómenos diários que nem reparamos até que ponto as coisas mudaram.

Pinho Cardão disse...

Caro Bartolomeu:
Não foi essa empresa aquela a que aludi.
Mas admito que houvesse outros casos!...