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quinta-feira, 5 de junho de 2008

Ambiente sem imaginação

Dia 5 de Junho, data para chamar a atenção para o ambiente.
É um dia simbólico. E por isso não deixa de ser simbólico que o Ministério do Ambiente não tenha encontrado melhor acção para celebrar o dia dedicado ao ambiente do que a sensibilização das grandes superfícies comerciais para o problema da poluição pelo excesso de sacos plásticos.
É uma questão importante? Claro que sim, como são importantes todas as iniciativas que visem a mudança de atitudes lesivas do ambiente.
É a questão que deveria simbolizar a importância da preservação e defesa do ambiente na construção de uma sociedade melhor? Claro que não, atendendo à magnitude dos problemas e à emergência de actuação noutros domínios.

Diz todavia bem do estado do ambiente no ministério do dito...

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro Ferreira de Almeida, estou plenamente de acordo com a ideia transmitida neste seu post. Deparamo-nos com tantas e tão graves questões ao nível ambiental que ir buscar a gota dos sacos de plástico é quase menosprezar a questão de fundo.

Aproveitando a evolução do preço dos combustiveis teria sido uma excelente ocasião para promover o uso de transportes públicos em deterimento do transporte individual. Saliente-se que o sector dos transportes contribui com cerca de 30% para as emissões de gases nocivos para o ambiente sendo que desses 30%, nas cidades, a fatia de leão provem do transporte individual. Este dia teria sido, efectivamente, uma excelente ocasião para promover o uso do transporte público a par com o anúncio de medidas que estimulassem este uso.

Forçar ao uso de transportes públicos não é uma coisa apenas «porque sim» ou porque seja politicamente correcto. É uma questão económica (por via das poupanças a vários niveis para as pessoas, para o país e o uso dessas poupanças noutros items com maior valor) e de saúde pública. É algo estudado até à exaustão o efeito que os gases da combustão de combustiveis fosseis tem na saúde das pessoas, especialmente ao nível do sistema respiratório. Com os inerentes gasos ao nível da saúde, claro, para além dos prejuízos pessoais que as asmas e afins acarretam.

Pois é, havia realmente muito mais e de maior valor para falar do que neste assunto dos saquinhos de plástico do supermercado.

PA disse...

"Dia 5 de Junho, data para chamar a atenção para o ambiente."

.

Ah, pois é Caro Dr. Ferreira de Almeida !!!.....atão não é ?

Dr., eu sugiro que se "festeje" o Dia do Ambiente com esta notícia. (ironizo)

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Paredes de Coura: Chacina de dez cavalos garranos agudiza ameaça de extinção da raça - Fundação Alter Real
04 de Junho de 2008, 18:03

Viana do Castelo, 04 Jun (Lusa) - A "chacina" de dez cavalos garranos em Paredes de Coura agudizou a ameaça de extinção daquela raça, que neste momento já conta com menos de 2000 animais, disse hoje à Lusa o presidente da Fundação Alter Real.

Vítor Barros explicou que o garrano é uma raça actualmente "muito ameaçada", precisamente por contar com poucos exemplares pelo que foi classificada como espécie protegida.

"Os dez cavalos vítimas da chacina de Paredes de Coura representavam mais de 0,5 por cento do total de garranos existentes em Portugal", salientou.

Sucedânea da Coudelaria de Alter, a Fundação Alter Real é a autoridade equina nacional, cabendo-lhe preservar as várias raças de cavalo autóctones, sobretudo o lusitano, o garrano e o sorraia.

"O cavalo garrano é um património genético muito importante, que tem que ser preservado, pelo que estamos muito preocupados com o que aconteceu em Paredes de Coura", acrescentou Vítor Barros.

A ameaça de extinção dos garranos decorre do facto de a criação desta raça exigir um regime "semi-selvagem", solta pelos montes, o que é cada vez mais difícil de conseguir, não só pela falta de espaços, mas sobretudo pelos conflitos que se geram quando os animais decidem invadir terrenos particulares.

Dez garranos foram encontrados mortos, nos últimos dias, na área da Paisagem Protegida de Corno de Bico, em Paredes de Coura, uma ocorrência que já está a ser investigada pela GNR e pelo Ministério Público.

Segundo o presidente da Câmara local, António Pereira Júnior (PS), dois poldros foram igualmente alvejados, mas um pôs-se em fuga e um outro já foi devidamente tratado pelo veterinário municipal e "está a recuperar bem".

O autarca disse ainda que se "aventam" várias hipóteses para o crime, mas ressalvou que só as investigações policiais poderão explicar o caso.

"Há quem diga que foi pura maldade de alguém que terá passado por ali de motorizada, outros falam em eventual vingança por problemas pessoais mal resolvidos e há também quem admita que os disparos poderão eventualmente ter sido efectuados pelos proprietários dos terrenos invadidos pelos animais. Mas são tudo meras hipóteses, meras conjecturas, nada mais que isso", referiu.

A câmara já comunicou o caso ao Instituto de Financiamento à Agricultura e Pescas, que hoje se encarregou da remoção das carcaças.

Para Pereira Júnior, esta ocorrência vem novamente "por a nu" a "urgente necessidade do Ministério da Agricultura elaborar uma regulamentação que "discipline" o pastoreio dos animais nos montes.

"O que acontece actualmente é que os animais são deixados à solta nos montes, muitas vezes sem qualquer identificação, e volta e meia descem às estradas e surgem inopinadamente no caminho das viaturas, provocando acidentes atrás de acidentes, ou invadem terrenos privados, destruindo colheitas e sementeiras. O problema é que, nessas alturas, o proprietário nunca aparece e a culpa acaba por morrer solteira", criticou.

O autarca defende que os animais deveriam pastar numa cerca, devidamente licenciada e regulamentada, para evitar situações deste tipo, "que podem mesmo pôr em causa vidas humanas".

"Já alertei várias vezes o Governo Civil e o Ministério da Agricultura para esta situação, mas até agora nada foi feito", frisou.

Pereira Júnior disse ainda que o ministério dá subsídios para a criação de cavalos mas o que acontece é que eles acabam por ser criados em liberdade, deixados no monte ao Deus dará.

"O que me dizem é que o regulamento está a ser estudado. E não saímos disto", acrescentou.

VCP.

Lusa/fim

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/d82fb4c691fff5514a5f12.html

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Que vergonha que é este país de "cavalos" ! (desculpe o vernáculo)

Na Holanda um acontecimento desta natureza, iria dar muito que falar nos media. E não só !

Uma vez vi os belos cavalos garranos num cenário de paz, na serra do Gerês. Nunca mais me esqueço da paz que me transmitiu aquela imagem, daqueles cavalinhos à beira de um riacho, de tão maravilhoso que era o sossego em que estavam.

Fiquei furiosa, por saber ontem, a notícia acima. Os autores deste crime deveriam ser punidos com privação da liberdade.

Bartolomeu disse...

Tal como afirma, caro Dr. JM Ferreira de Almeida, é urgente abandonar habitos que de tão enraizados não são identificados como altamente poluentes. É o caso do já velho saco de plástico que pela sua funcionalidade se tornou um bem quase imprescindível. É obvio que a diferença entre o quase e o definitivo, reside na alternativa e, no meu ponto de vista, para que a alternativa seja viável e aceite,é importante e fundamental que seja acompanhada de informação competente e séria acerca dos malefícios que a mesma pode evitar.
Aponta-se agora a substituição do saco de plástico, por sacos de papel e sacos em tecido. São soluções que, não sendo isentas de provocar outros danos ambientais, tais como o abate de arvores para o fabrico das pastas de papel, os produtos químicos que entram na composição do mesmo, assim como das tintas que inevitávelmente irão colorir os mesmos, no caso dos sacos de pano, as fibras sintéticas, serão possívelmente alternativa aos mesmos. É importante contudo fornecer essa informação aos consumidores, insistindo ainda na necessidade de, para além de reciclar, saber aproveitar.
Diziam os nossos avós que: no saber aproveitar é que está o ganho.
Passámos a considerar essas máximas "afonsinas" obsuletas, mas, não me espanto nada, se muito brevemente compreendermos que afinal eles é que estavam certos.
;)

Suzana Toscano disse...

Esse número dos sacos pásticos nas grandes superficies é realmente espantoso, parece que o próprio ministro, segundo ouvi na rádio, vai lá estar de plantão a dar saquinhos de pano! Aposto que quando conseguirem voltar a cobrar por cada saco se acaba logo o risco poluente. A propósito, em frente à minha casa de campo há um enorme descampado ainda a aguardar a ameaçadora expansão urbanística. Aí era hábito os moradores da rua irem por os resíduos da limpeza do jardim, folhas velhas, relva cortada, ramos secos, etc. isto fazia um amontoado que depois era usado como composto para a terra e assim se ia vivendo. Pois alguém da junta de freguesia achou mal a ideia e colocou uma rede de arame com uma horrível placa de madeira a proibir que ali se deitasse "lixo". Como consequência, todos passaram a comprar uns sacos plásticos pretos enormes e grossos, que dão um trabalhão a encher com o que sobra do jardim, que se rasgam com os picos e que é preciso arrastar até ao contentor de lixo mais próximo, onde se misturam com os "orgânicos". Como ocupam imenso espaço, no sábado ao fim do dia já o lixo verdadeiro não cabe nos contentores e fica espalhado à volta, para pasto dos cães, gatos e ratos. Ah, mas o baldio ali está, um matagal selvagem e natural, claro,o que é cortado nos jardins é "lixo" e vai nos plásticos.
Além de que, em casa, os sacos do supermercado servem para o lixo, se passarem a ser de papel lá teremos que ir comprar de propósito os sacos pretos para o efeito...
E as garrafas de plástico, que são agora a generalidade, não poluem, são biodegradáveis? Quantos milhões serão?

Pinho Cardão disse...

Os nossos Ministros já ultrapassaram há muito o seu patamar de competência. Como tal, vão-se entretendo com o que sabem.