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terça-feira, 17 de junho de 2008

Quando o homem respeita a natureza...

Foram uns dias bem passados, numa retirada curta da azáfama do dia-a-dia, num lugar em que a natureza, na certeza da sua beleza, brota maravilhas que serão flores mais tarde da nossa memória.
Foram uns dias calmos e serenos envoltos numa grande intensidade de espanto e de magia pela capacidade inesgotável da natureza surpreender pela sua generosidade e grandiosidade e de admiração pela capacidade demonstrada pelo homem de, ao logo do tempo, a ter respeitado, de a ela se ter rendido, tudo fazendo para a enaltecer e dela desfrutar, numa união harmoniosa sem reclamações de parte a parte.
Uns dias assim fazem bem ao corpo e à alma, constituem um bálsamo para as rotinas que a vida nos impõe e fazem-nos compreender melhor o seu sentido.
São dez da manhã, o céu está limpo, pintado de um azul muito luminoso. A temperatura amena e uma aragem fresca aconselham um agasalho leve mas aconchegante. O lago está sereno, sem fim, de um azul ainda mais azul que o do céu.
O passeio começa à hora certa, devagarinho, à descoberta, em cada avanço e em cada paragem, de um quadro idílico de formas, de sombras, de recortes paisagísticos e de profundidades entre a montanha recheada de florestas e o lago e de uma variedade infinita de cores e tonalidades que combinam a presença de jardins e de casario que não se cansam de decorar os quilómetros de margens que nunca acabam. Os sons no meio do silêncio e os cheiros aromáticos numa atmosfera primaveril completam o cenário.
O itinerário cumpre-se com paragens em locais que pela sua beleza natural, artística ou histórica justificam a visita. Locais – pequenas aldeias, vilas, ilhas, penínsulas - que oferecem palácios e villas - verdadeiros museus - que outrora, recuando séculos no tempo, o homem com delicadeza e sensibilidade aí construiu em estilos ora gótico ora romântico, rodeados de belos, imensos, luxuriantes e raros jardins, de uma arquitectura fina e de muito bom gosto na escolha das flores e árvores que os decoram. Locais que convidam a desfrutar as vistas a perder de vista em pontos mais elevados, meticulosamente escolhidos no passado distante, mas sem hesitação, pela deliciosa sensação de beleza do olhar perdido na grande imensidão das montanhas, do lago, das suas águas e margens, na busca de tudo ver e tudo sentir, de descobrir as novas maravilhas da próxima paragem. E o que dizer do habitat animal? Hospitaleiro, gracioso e elegante com os seus pavões, gansos e pássaros que não param de se exibir.
Os hotéis de charme fazem o sonho do turista que procura um sítio repousante, pois uma tal beleza requer tempo e serenidade para ser sentida.
O passeio termina pelas sete horas da tarde, sem atrasos, sem cansaço, sem urgência de acabar, como que algo que não deveria ter chegado ao fim, com a sensação de que muito ficou por sentir, porém com a certeza de que o que foi visto e vivido foi grande para perceber que aquele local é um paraíso. A não esquecer e a compreender que o homem quando quer estima a natureza como fazendo parte de si próprio!
O Lago Como, no norte de Itália, é uma jóia a visitar. É uma verdadeira “obra de arte”, da pintura, da arquitectura e da poesia. Um lugar ao qual gostaria de voltar. Uma sugestão de rara preciosidade que, não correndo grande riscos, posso recomendar. Claro, para quem gosta destas coisas!

5 comentários:

Bartolomeu disse...

E pensarmos que já nada existe para descobrir!?
Mas não, para além das surprezas que a natureza nos reserva, consegue ainda brindar-nos com uma forma de nos descobrirmos a nós mesmo, reflectindo-nos nela.
Seja bem regressada cara Margarida, agradeço-lhe este postal ilustrado.

Anónimo disse...

Por lá passei, em tempos. Um bocadinho do paraíso, sim...

jotaC disse...

Cara Dra. Margarida Aguiar:
De regresso a "casa" com recordações de sonho...

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caros Comentadores
Há sonhos que se podem tornar realidade...

Suzana Toscano disse...

Um belo destino para uns dias de descanso Margarida, deixou-nos com vontade de fazer as malas e ir ver com os nossos olhos essas belezas que tão bem descreve!